Capítulo 14

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Isabella

- Não encoste em mim. - minha voz saiu abafada e receosa. Enquanto eu me afastava, encostando na parede de madeira, os olhos castanhos, de uma pele clara e alva me encaravam numa tremenda confusão. Ela me observava acanhada e então relaxou as mãos.

Seu suspiro poderia ser ouvido ao longe de tão alto que foi... Ela se sentou em uma cadeira ao canto da sala e suspirou novamente, como se estivesse muito cansada.

- July. - Ah não!

- Meu nome não é July, quantas vezes vou ter que repetir?! - Minha fala saiu um tanto rude, mas eu não me importei.

Seus olhos me analisaram, e eu pude jurar que o vi marejar.

- Tudo bem... Então qual é o seu nome então? - ela perguntou tentando manter a paciência.

Eu ergui as sobrancelhas. 

- Não é da sua conta! Eu não confio em você... - disse me sentando na cama e evitando contato visual. Ela bufou.

- Não precisa ser agressiva July. - assim que ouvi novamente aquele nome. Eu a encarei furiosa!

- QUE DROGA! a porcaria do meu nome, não é july!  - ela se assustou com o meu grito, e então me encarou na mesma intensidade.

- Enquanto você não me dizer qual é o seu " Nome " será July. Porquê pelo que eu sei, minha irmã a 1 dia atrás. Pra mim, ainda era July. - seus gestos estavam demostrando uma raiva absurda.

- Ótimo!!! Sua irmã, não eu! - disse antes de me calar e um silêncio desconcertante recair sobre nós. Eu não queria em nenhum momento ter sido grossa, mas nem todas as dúvidas que tinha, foram sanadas por Victor e por pior, nem mesmo sabia ao certo aonde estava, o que me levou até ali? Seria um surto? Eu enlouqueci? Seria como a possível estória verdadeira de Alice no país das maravilhas? Por Deus... O pior foi quando fui informada, que fui uma bruxa, ou melhor sou! Algo de clãs, e um tal de Noah... Eu me sinto em um mar de dúvidas e nenhum barco pra sanar todas as minhas perguntas ou me retirar daqui.

Meus pensamentos foram interrompidoa, quando senti uma presença leve, e com um cheiro peculiar, quase como jasmins ou canela. Como estava de costas pra porta, não podia saber ao certo de quem se tratava, mas aquele cheiro... Eu o conhecia. Mas do que o meu próprio. Era único.

Narrador

Era perfumado e aprumado, aquele belo vilarejo, em época de inverno. Era algo delicioso de se acompanhar, de fato. O vento gelado e enigmático, os segredos que ele trazia a Tereza, era tudo gratidão. Ela se sentou num banco daquela imensa Praça, quase como se algo roubasse sua atenção, e a pedisse para ficar exatamente ali e calada ela acatou, sua intuição nunca foi falhar, nunca a deixou na mão.

- Mãe!! - Ela ouviu, num meio, a voz de seu menino a gritando. Quase num sussurro de seus pensamentos.

Tereza o respondeu, logo vendo a imagem do seu filho, um tanto sem ar e com uma aparência pálida.

- Respira e mantenha a calma. - Tereza pediu, se levantando e afagando o mesmo, ele acatou. Passar mal naquele instante não era uma opção.

 - Agora sim.

Ela deu espaço para ele se abrir e então ele pode falar.

- Aconteceu algo com July. - sua voz saiu temerosa.

- Como é? O que aconteceu a minha menina? - Tereza o encarou, tentando resgatar algo da memória do mesmo. Ele não deu acesso.

- Não posso te falar agora, você tem que ver, ela enlouqueceu mãe, e tenho a plena certeza de que foi Noah aquele... - Ele se encheu de raiva, mas logo se acalmou com o afago de sua mãe e juntos seguiram a tenda.

No silêncio, tentando ouvir o que os bons espíritos tinham a dizer, Tereza não conseguia compreender, não conseguia, não quando as vozes se misturavam. Num caminho, perdido, algo muito errado havia acontecido e eles estavam furiosos, isso ela tinha certeza.

Próximo ao local, Tereza sentia um desespero tremendo, uma falta de paz e um descontrole sobre seus poderes. Ela ouviu vozes um tanto alteradas e chorosas, Kaio entrou primeiro, e logo após ela.

July a olhou com uma centelha de esperança. 

- Tia Tereza. - e como uma criança  desesperada correu aos braços dela. July chorou, chorou com todo desespero, Tereza acatou o silêncio e a envolveu. 

- Minha menina, o que te aconteceste? - preocupada a mulher a observava e procurava respostas nas outras pessoas presentes. Nada. 

- Me tire daqui, me tire. - A voz de Isabella foi clara. Tereza no mesmo momento a levou até outro lugar.  Sua casa pra ser mais exata. Ninguém  interferiu. 

E no silêncio, Tereza colocou isabella sentada em um canto, enquanto preparava um chá de camomila. Serviria. 

Isabella se encontrava perdida em pensamentos, olhar vago e pensando no que Anne iria fazer, quando notasse sua falta. E Matheus? O que faria? Não. Não tem porquê ela pensar nele, não é? Ele nem deveria se importar, com o que acontece ou não na vida dela. Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos.

Tereza já vinha com a xícara e com uma erva a mais no chá.

- Tome, vai ajudar a colocar seus pensamentos em ordem. - ela ofereceu o recipiente pra Isabella pegar.  Isabella não exitou, confiava na mesma. 

A mulher esbelta, se sentou  ao lado da mesma. E deu um tempo pra isabella apreciar o chá. E quando  chegou a metade, sem que nem tivesse que perguntar, isabella começou. 

Do começo ao fim. Sem poupar nada.

- Eu estava descontrolada, pensei não  haver mais jeito, mas... então vi ele, Kaio ou Victor, naquele momento era Victor, meu melhor amigo, se aproximando e a escuridão me tomou, eu me sinto impotente... essa não é a minha casa, não sou july...  Tereza? - Isabella parou a sua fala,  quando percebeu, que ela a encarava em choque.

A xícara caiu das mãos de Tereza, seu corpo se tremeu com o estrondo e o choque que fez a mesma quebrar em pedaços, que bagunça aquilo fez. 

- Não!!! Impossível... ele não... ?! - A voz falhou. - Me Desculpe July....  Isabella, eu...

Ela se levantou, e pegou a xícara de isabella. 

- Por favor, não saia daqui! Por favor! - ela pediu, entrando desesperada em outro cômodo daquela casa.  

Isabella ficou confusa, mas acatou o pedido. Ok!  O que estava acontecendo com aquelas pessoas?  Ninguém a compreendia?

O silêncio a envolveu como um velho amigo, até que Tereza não volta-se, seus pensamentos a atormetaria. Bom... era o que ela achava.

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Não deu tempo de revisar. Espero que tenham gostado. Passei um tempo distante, mas espero poder voltar com tudo.

" Então me ocorreu outra ideia. 
Não estará você se tornando o que sempre odiou?"

Charles Bukowski.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2017 ⏰

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