Sozinha

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Estou imaginando o rosto triste e decepcionado da minha mãe, ela e meu pai não merecem passar por isso, não por um capricho ridículo meu. Olho para dentro da minha cesta com três maçãs e sinceramente não foi assim que imaginei, nada saiu como eu planejei, meu pai ainda não não falou comigo e todos os outros também estão calados ouço apenas os cavalos.

- HAAAAAAAA- um dos nossos grita me assustando ele está logo atrás de mim e do meu pai, eu viro para saber o motivo do seu grito e apenas quando ele cai do cavalo que percebo que está morto com uma flecha de fogo atravessada no seu tronco e logo lembro de quem se trata.

- SHAWDANOS!- meu pai grita assim que ver a flecha de fogo.

Todos correm para dentro da floresta saindo do caminho para Asgharny. Jefry e os outros que estão acompanhando o meu pai começa a falar de um ataque surpresa e da quantidade de Shawdanos que podem ter. Eu poderia falar que são apenas dois mais tenho medo que me perguntem como eu sei, melhor que eu fique quieta. Se eu contar o que realmente aconteceu meu pai pode querer caça-los e acabar morto também.
Cavalgamos devagar e calados por dentro da floresta e não precisa ninguém falar para que eu saiba que a culpa é minha , me sinto péssima, e o garoto de cabelo totalmente vermelho não sai da minha cabeça, o que está acontecendo comigo?

Andamos mais Alguns metros e acredito que eles já não estão nos seguindo.

-Pai acho que já podemos voltar.- falo esperando que ele me escute.

- Você não tem direito algum de opinar.- ele diz me fazendo calar de vez.

Está entardecendo e meu pai ainda não pegou o caminho de volta, estou começando a achar que estamos perdidos no meio dessa floresta.

- Cristopher acabei de avistar um homem correndo por cima das árvores.- Isaac um homem baixo e barrigudo fala assustado apontando para uma árvore alta de tronco grosso.

- Então é bom que todos tenham cuidado, deve ser um híbrido, eles são traiçoeiros, fiquem todos juntos.- meu pai diz e logo todos estão juntos,chego a roçar meu pé em um outro cavalo ao meu lado.
Os cavalos que estavam bem dirrepente ficam agitados relinchando sem parar, um vento muito forte passa por nós e um homem de cabelos longo surge em nossa frente, ele é forte e jovem, usa calças cor marrom e não usa camisa deixando a mostra seus músculos vistosos.

- Eu quero que saiam daqui agora, somente vocês.- o homem fala com um tom macio olhando para o chão.

- Estamos saindo agora, não queremos briga, nem mal entendidos.- meu pai diz na tentativa de manter o homem calmo.

O homem olha para todos nós e dá uma gargalhada assustadora, ele se movimenta como um felino nobre, sinto meu pai segurar forte meus ombros.

- Não estou falando com você homem água, estou falando com eles.- ele aponta para os cavalos que logo se agitam novamente.

Os cavalos pulam e empinam, eu e meu pai fomos arremessados no chão por seu cavalo que corre para fora da floresta junto aos outros. Agora estamos todos em pé de frente para o homem, pego minha garrafa para tentar nos proteger mais a água começa a ferver dentro da garrafa me fazendo soltar.

-Garotinha tola, eu tenho DNA Asgharniano, não adianta pegar sua garrafa murcha de água, e se alguém tentar alguma gracinha vou fazer meus amiguinhos devorar vocês.- um casal de puma aparece logo atrás dele. Meu pai me segura forte contra seu corpo para me proteger.

- Você com essas duas coisas amarradas na testa.- ele aponta para Jefry- Me responda, oque estão fazendo fora do seu reino?

Jefry com seu olhar gelado olhou para meu pai que lhe deu um sinal positivo.

- Viemos a procura da garota que havia fugido.- Jefry responde com uma calma inexplicável, como se não percebesse nossa situação.

-Hummm, e suponho que esta é a garota.- ele aponta seu dedo cumprido para mim e observo que suas unhas são como garras.

- Sim, essa é a garota.- Jefry me olha de canto de olho.

O homem se aproxima de mim, e meu pai aperta ainda mais sua mão sobre o meus ombros, ele passa suas unhas afiadas no meu cabelo, pega uma mecha e cheira inspirando profundamente.

- Interessante.- ele me dá um olhar cúmplice- Sabe garota meu pai era de Asgharny, dizem que ele era um homem muito bonito,porém não muito inteligente, mais sabe, minha mãe era uma bruxa da natureza e ela sim era a perfeição em pessoa, sua pela brilhava como uma pérola negra, seus olhos podiam seduzir por si só, seus dons era incríveis ela conseguia entender toda a natureza até o canto dos pássaros, e tudo isso ela me ensinou, mais em particular o meu don favorito é o farejador ela me ensinou a sentir o cheiro dos sentimentos e a diferencia-los.- ele puxa a mesma mecha e cheira novamente- Mais seu cheiro me deixa confuso, são tantos sentimentos, tantos cheiros, mais um é forte e conhecido é cheiro de fogo, o mesmo cheiro que senti quando mataram a minha mãe.

Meu coração gela com as palavras do homem, meu corpo tremeu e com certeza meu pai o sentiu estremecer, os olhos do homem ainda estão nos meus.
Não sei se é minha imaginação mais comecei a sentir o cheiro de queimado, sigo o cheiro e olho para o lado ao menos dez flechas de fogo vem em nossa direção, meu pai me joga no chão e deita sobre mim para que eu não seja atingida, o homem felino foi atingido no ombro, mais conseguiu escalar uma árvore e pular sobre ela como um gato.
Quando as flechas cessaram eu meu pai e os outros homens corremos adentrando ainda mais a floresta que já quer escurecer. Mais flechas vem em nossa direção e dessa vez faço de uma árvore meu escudo, quando volto a correr já não vejo meu pai nem Jefry e nenhum dos outros homens. Estou só.
Agora que sei o que realmente se esconde dentro dessa floresta, tudo parece maior e mais assustador. Escuto cavalos e me escondo atrás de um arbusto, olho por cima do ombro e vejo homens de Shawdon, mais não são os garotos que conheci. Não posso ficar aqui, se me pegarem não terei Dominus o garoto de cabelos vermelhos para me proteger.

Correndo ainda incansavelmente me deparo com um rapaz caido ao chão muito machucado, sua aparência logo foi reconhecida pois tem traços do reino de Shawdon, cabelos incrivelmente negros com longas mechas avermelhadas como brasas.
Paro um pouco ainda distante e penso comigo o que devo fazer.
Então percebo que ele me avistou, ele levanta sua mão lentamente e faz um gesto para que eu me aproxime dele, mesmo um pouco amedrontada me aproximo, ele pede lentamente com uma voz fraca e falha que eu pegue debaixo de sua capa um pequeno cesto olho o que tem dentro e tenho uma grande surpresa, uma criança recém nascida, um belo bebê de pele branca, cabelos negros.

Entre ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora