De volta a Shawdon

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Após a garota de cabelos brancos conseguir fugir da cruel tentativa de Guilhermo, andamos mais algumas horas a procura de Jaime, encontramos ele em uma casa abandonada próximo ao reino Morigi o reino da terra, junto a uma mulher morena só olhar para sua veste logo percebemos que ela era do reino da terra e segurava um embrulho nos braços, Jaime implorou por misericórdia, mais Guilhermo forçou a mulher a mostrar o embrulho, era uma criança e com certeza era  um híbrido.

Antes que eu pudesse impedir, Guilhermo atravessa uma flecha de fogo entre os olhos da mulher. Fiquei totalmente paralisado não sabia o quão cruel um rapaz que chamei de amigo por tantos anos poderia ser. Antes que o corpo da mulher chegasse ao chão peguei a criança dos seus braços e entreguei  a Jaime que também foi atingido com uma flecha no peito, rapidamente ele faz um escudo de fogo para se proteger e proteger a criança de Guilhermo.
Já estava me sentindo inútil e fraco,eu não  podia deixar isso continuar.

Empurrei Guilhermo contra a parede de barro e deixei Jaime fugir com a criança.

- Você não podia fazer isso Dominus!- ele me encarou com os olhos em chamas.

- Ele ainda é um de nós, e em seus braços tem uma criança, não tem o direito de matá-los como animais. Cadê a sua humanidade?- minha voz estava rouca de raiva.

- Tem sorte de ser meu amigo e filho do rei.- ele bateu de ombro comigo e saiu da pequena casa.

Montamos nos nossos cavalos e voltamos para Shawdon, Guilhermo contou aos guerreiros mais antigos o que aconteceu na floresta antes de contar para meu pai, mudando a parte que ajudei Jaime, para os outros ele contou que Jaime o golpeou e fugiu.
  Os homens que estavam sentados em uma grande mesa com frutas e vinho em uma sala no fundo do castelo se levantaram quase que no mesmo instante e pularam em seus cavalos, foram em direção aos portões. Eu só resei para que Jaime não seja alcançado.

***

Agora já é noite, estou sentado na sala de estar menor do castelo junto a meu pai, depois que contei tudo da maneira que realmente aconteceu na floresta ele se chateou, e até agora reclama da minha atitude.

- Realmente não deveria ter parado Guilhermo, é o trabalho dele exterminar homens como Jaime.- meu pai fala tentando não gritar.

- O senhor não sabe o que está falando, Jaime tinha uma criança inocente nos braços. Dá pra entender?

- Você que não entende Dominus que essa criança pode te matar com um piscar de olhos. Espero que meus homens o encontre.- meu pai não esconde sua decepção.

- Cansei de discutir sobre isso, é melhor eu ir para casa,minha mãe deve está preocupada.- me levanto e meu pai segurar meu braço.

- Filho não quero que saia mais de Shawdon sem minha permissão eu sou seu pai e me preocupo com você.- é como se essas palavras estivessem presas na sua garganta.

-Se você tem realmente preocupação de pai, deveria entender que Jaime não deve morrer por proteger e se preocupar com seu filho.- falo e puxo meu braço.

Andando pelos corredores do castelo observo os quadros, que nunca dei atenção antes, são retratos de pessoas,  antepassados do meu pai.
Teou sai do seu quarto do lado esquerdo do corredor completamente coberto de plumas e se surpreende ao me ver no corredor, mais não perdeu a chance de me provocar.

- Sabe bastardinho ,logo,logo vou ter o meu rosto pintado, moldurado e pendurado na parede desse corredor. E  você vai ter que me admirar assim como admira essa velha horrenda.- ele sorrir depois de soltar seu veneno.

-Já admiro você por ser uma jovem e doce donzela.- falo olhando para suas plumas.
Ele fecha os olhos de raiva e sai em passos largos do corredor, na certa vai se queixar com sua mãezinha.

Volto a olhar os quadros e observo uma senhora bem idosa com o rosto abatido e murcho, seus cabelos são brancos como neve. Meu coração deu um salto lembrei da garota de cabelos brancos será que ela chegou no seu reino? Será que está bem? Acho melhor parar me me preocupar esses pensamentos não me convém.
Melhor eu ir para a casa minha mãe  deve está arrancando os cabelos.

Já do lado de fora do castelo monto em meu cavalo e corro para casa.
Como eu já esperava minha mãe está desesperada com o meu sumiço, ouço sua voz exaltada conversado com algumas mulheres dentro de casa.

Entro em casa e algumas senhoras sentadas no sofá da sala me encaram indignadas, minha mãe está com um copo de água na mão, assim que ela me ver joga o copo com água em mim, me deixando perplexo e molhado.

- Você está de castigo pelo resto da sua vida!- ela diz apontando o dedo para o meu rosto.

- Mãe eu já tenho dezoito anos, sou um adulto praticamente.- dou um sorriso sem graça e olho para as senhoras que cochicham umas com as outras.

- Não foi isso que você demonstrou para mim hoje! Vá agora para seu quarto Dominus- ela segura meu braço e me leva até a porta do meu quarto e volta para sala.

Ouço ela se despedir das senhoras na sala, talvez depois que todas saírem ela queira me ouvir, e me tirar desse castigo ridículo.

Quando ouço a porta da frente se fechar, vou na sala na ponta dos pés e vejo que todas as senhoras já foram.
Minha mãe está em pé próxima a porta bebendo  água sua mão treme de nervoso, mais tenho que conversar com ela.

-Mãe, você não tem idéia do que aconteceu...

-VÁ PARA SEU QUARTO!- minha mãe grita e joga o copo novamente dessa vez com mais força.
Corro para trás da parede e ouço o copo bater logo atrás de mim e se estraçalhar no chão.

Entre ReinosOnde histórias criam vida. Descubra agora