A mudança

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   Estou sentado com minha mãe na sala da nossa casa a mais de duas horas tentando convence-la a aceitar as terras mais próxima do castelo.

- Você não entende Dominus, eu não posso me aproximar daquele castelo ou daquelas pessoas.- sua voz soa triste.

- Mãe!  Eu vivi a minha vida inteira por você e para você, sei que viveu por mim també, por isso  te amo mais que tudo, mais já sou um homem e meu pai  precisa de mim, eu nunca lhe pediria isso se não fosse tão importante para mim.

-Por que esta decisão agora Dominus? O seu sangue real está falando mais alto?- ela me olha confusa. 

   Agora percebo que o que afeta a escolha da minha mãe sou eu, ela tem medo que eu a abandone, que a riqueza e o poder do meu pai me consuma. O que nunca vai acontecer. 

Porém não paro de pensar no meu pai, ele também merece uma chance de me ter ao seu lado, afinal sou seu filho e ele nunca negou sua preferência e amor por mim.

-Vamos Dominus me responda!- sua voz corrompe meus pensamentos.

-Não mãe! Meu sangue não tem o poder de mudar minha personalidade, sei quem sou e você me ensinou a manter meus pés fincados ao chão. Eu não estou pedindo que venha morar no castelo, apenas venha morar mais perto.

- Filho, se por acaso eu aceitar, Quando Hortência e Teou descobrirem onde estamos nossas vidas se tornará um inferno, não suporto a ideia de sermos humilhados e maltratados por eles.

Ela parece tão assustada, lágrimas escorrem no seu rosto e meu coração queima, odeio vê-la chorar. Pego seu rosto com minhas duas mãos e a olho nos olhos.

- Sabe que meu pai o rei ainda te ama, não sabe?- ela acena que sim com a cabeça.- Então não tem porque ter medo, ele nunca permitiria que alguém nos fizessem o mal. Eu confio nele.

- Não é por minha vida que eu temo meu filho!- ela me abraça forte.

-  Pois não temas pela minha, cumprirei meu juramento de quando era apenas uma criança, jamais te deixarei só.

 Ela dá um sorriso curto de lado como se recordasse do momento do meu juramento. Estávamos em frente  ao castelo, eu era bem pequeno e a Hortência tinha nos expulsados após uma tentativa de ter noticias do meu pai que naquela semana estava fora dos portões em guerra. Sentindo-se desolada jurei para a minha mãe que jamais  a deixaria só.

- Tem certeza que é isso que quer?

- Sim mãe, é isso que eu quero, e não se preocupe iremos sobreviver.- dou um sorriso de canto e ela retribui chorosa.

- Escuta bem filho! Nunca esqueça que já dividimos o mesmo corpo, já tivemos o mesmo fio de vida e esse fio ainda está ligado a nós, quero dizer que se algo te acontecer eu morrerei Dominus. Eu te amo.

 - Eu também te amo mãe.

 Eu a abraço, um abraço forte e quente. Minha mãe consegue ser a pessoa mais compreensível do mundo é impossível não ama-la. 

  Após nossa conversa falamos sobre minha infância o quanto ela amou meu pai e eu acredito que ainda o ame. Fizemos o almoço e almoçamos.

  Assim que terminamos de almoçar ouço Guilhermo meu melhor amigo me chamar, corro para abrir a porta.

- Eu juro que vou matar seu irmão.- Guilhermo entra alterado e vermelho de raiva.

- Calma aí! O que aconteceu?- pergunto observando que sua roupa está queimada com certeza seu corpo faiscou de tanta raiva.

- Nem sei como falar isso. - ele para e respira- Ele me obrigou a esfregar as costas dele no banho, aquele nojento, filho da..., por pouco não afoguei ele naquela banheira.

  Ele anda de um lado para o outro com muita raiva nos olhos, tento pensar em algo para conforta-lo mas antes que eu possa segurar solto uma alta e longa gargalhada.

  Guilhermo é forte e um pouco mais baixo que eu tem cabelos nos ombros e temperamento selvagem, então imagina-lo esfregando Teou é muito mais que engraçado. Minha mãe ficou curiosa com minha gargalhada e vem até a sala , conto para a ela que também rir, Guilhermo acaba rindo de sua situação quando se sente melhor.

- É..mudando de assunto ,ultimamente a Hanna fala muito sobre você. - Guilhermo fica sério novamente.

- Sobre mim? Não sei o porque.- falo juntando as sombrancelhas.

-  Ainda bem! Isso significa que não usou sua conversa fiada com a minha irmã.

-Há sim! Realmente não a conquistei, mais não nego que se tornou uma garota muito bonita.

-Ela é sim, espero que ela não encontre conquistadores feito você para machucar seus sentimentos.

- Eu machucaria os sentimentos dela.- falo sorrindo descaradamente.

- Te digo amigo se encostar nela eu...

-Vai fazer o quê? Esfregar minha costas?- ele pula encima de mim e rolamos no chão fingindo uma briga, minha mãe apenas assiste rindo feito uma criança.

-Os dois parem de se socar agora e me ajudem a desmontar alguns móveis.- minha mãe diz acabando com nossa brincadeira.

- Vão mudar?- pergunta Guilhermo confuso.

Explico tudo a ele e desmontamos alguns móveis da sala. Minha mãe faz alguns biscoitos, comemos e falamos de garotas, eu não pude deixar de pensar que a linda Hanna falou de mim, mais é melhor eu não perguntar nada, eu não posso demonstrar interesse na irmã do meu melhor amigo.

-Já é noite melhor eu voltar pro castelo, amanhã cedo irei cavalgar fora de Shawdon.- Guilhermo se levanta para sair.

- Fora de Shawdon? Mais não é perigoso?- minha mãe pergunta assustada.

-Para mim não, e tenho que achar Jaime um dos nossos que saiu a dois dias e ainda não voltou.- Guilhermo responde.

  Eu sempre tive uma grande vontade de sair de Shawdon , talvez procurar Jaime seja uma grande oportunidade. Mas minha mãe morreria se soubesse. Mas tenho uma ideia.
Guilhermo se despede da minha mãe e eu o levo até metade do caminho.

-Guilhermo! Quero ir com você amanhã procurar Jaime.- ele me olha torto e depois cruza os braços.

- Sei! Agora entendi porque me acompanhou até aqui, mais sua mãe e o rei não vão se agradar disso.

- É ai que estar, eles não precisam saber.

- Olha, não posso fazer isso, se por um acaso descobrirem posso me complicar, você é meu melhor amigo, mas também é o filho do rei, sua vida sempre vai valer mais que a minha.

- Deixa de falar besteira, eu vou com você, não sou criança e se meu pai descobrir eu assumo a minha responsabilidade, e a sua vida vale tanto quanto a minha.

- Você é teimoso como uma mula, amanhã assim que o sol nascer vou atravessar os portões, espero que não esteja lá.

  Guilhermo monta em seu cavalo e eu corro para casa novamente, amanhã será um dia grande, descobrirei o que pode ter de tão perigoso fora de Shawdon.

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Beijinhos Beijinhos..

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