A surpresa

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Sem pensar duas vezes acolho a pequena criança nos meus braços, olho para o homem que tem a respiração fraca e desesperada e percebo que ele tenta segurar minha mão, seguro sua mão e encosto meu ouvido em sua boca para ouvir suas palavras que saem em um fiu de voz.

- Cuide do meu menino, ele já perdeu todos que o ama, e lembre-o sempre que ele nasceu para ser feliz e livre. O amor é livre garota, não devemos morrer por amar. Por favor ame o meu filho.

Uma lágrima escorre dos olhos do homem e vejo que ele não mais respira, seus olhos mortos me encaram, por alguns segundos me vejo naquele olhar morto, mais logo me afasto.
Me encosto no tronco de uma árvore abraçando esse pequeno ser, que tão jovem já presenciou o pior lado da vida. Lágrima enche os meus olhos ao olhar para seu rosto tão pequeno e corado, uma serenidade e inocência quase impossível de ser explicado, agora é minha responsabilidade protege-lo, tenho que ter força agora mais do que nunca.

Pego o pano que estava no cesto, e faço um tipo de porta bebê amarrando a criança a mim, forço o nó para ver se está bem seguro e apertado e o coloco deitado em meu peito. Me preparo e observo todos os lados possíveis, e começo a andar voltando para onde me perdi do meu pai e dos outros, talvez estejam fazendo o mesmo, esperando um pelo outro.

Quando me aproximo do local, ando praticamente agachada, observo se há algum Shawdano, ou até mesmo um híbrido, sinto a criança inquieta olho para seus rosto que se forma para chorar, se ela chorar estaremos perdidas, acho que está com fome, mais estamos no meio do nada, não tenho muitas opções além de frutas. Corro os olhos ao meu redor e vejo uma mangueira, faço uma gambiarra com alguns galhos secos no chão e consigo retirar uma manga madura, a rasgo com os meus dentes e está tão doce quanto mel, espremo algumas gotas na boca da criança que parece saborear, não irá alimenta-la mais irá aliviar sua fome.

Fico sentada alguns minutos em baixo da mangueira imaginando o futuro dessa criança e o meu, se eu conseguir sair daqui, não sei o que fazer com ela. A minha boca está seca, preciso de água, já está ficando tarde e é bem melhor que eu fique próximo a um rio , me sentirei mais segura. Levanto e caminho em paços largos e cuidadosos a procura de um rio, ou até mesmo do rio que me protegi mais cedo. Meus pés começam a formiga de tanto andar mais ouço sons, vozes de pessoas conversando, abraço a criança no sentido de protege-la de seja lá o que for e caminho sorrateiramente até onde o som me leva. Sinto na minha pele a presença de água e sei que tem um rio bem próximo. Me escondo entre árvores esguias e consigo ver o rio, sem perceber um sorriso se faz em meu rosto, percebo que o rio está agitado e as vozes estão mais altas, eu reconheço essa voz, é do meu pai.
Pulo sem pestanejar para fora das árvores e todos os homens incluindo meu pai me olham assustados e preparados para atacar.

- Marine! Filha você está bem? Eu te procurei tanto.- meu pai corre em minha direção.
Ele tenta me abraçar e eu o empurro, vejo que rugas de surpresa se formam no meio da sua testa. Aponto para a criança amarrada no meu peito.

- Que criança é essa?- meu pai pergunta atiçando a curiosidade dos outros homens que vem em minha direção.

- O encontrei no caminho até aqui, seu pai está morto, eu não podia deixa-la só.- antes mesmo que eu terminasse de falar meu pai já revirava os olhos.

Ele pega a mãozinha da criança analisa e depois me mostra um sinal em forma de C.

- Tá vendo isso aqui?- ele pergunta e eu afirmo com a cabeça.

Os homens se afastam menos Jefry.

- Isso é o sinal do Híbrido.- Jefry fala em tom baixo ,meu coração gela, há todo tempo estava protegendo um híbrido e não sabia.

Mais quando olho para seu rosto tão pequeno, derreto de afeto, essa criança não duraia nem um só minuto sozinha nessa floresta.

- Mais pai o que queria que eu fizesse? -descubro o rosto da criança propositalmente para que ele possa ver o quanto é linda.

E como imaginei ele a observa por alguns segundos como se estivesse hipnotizado, logo depois coloca a mão no peito e me olha.

- Realmente ela ainda é muito pequena para ficar só. - meu pai sai andando até a margem do rio como se pensasse em algo.

Jefry que ainda está parado olhando para criança me parece emocionado, seus olhos brilham como diamantes. Ele olha pra mim e dessa vez ele não esconde seus sentimentos ele está realmente emocionado. Retiro o nó do pano que prende a criança a mim e a embrulho com o mesmo, vou até Jefry e a coloco em seus braços, esse homem é dono de um dos sorrisos mais lindo do mundo, nunca vi Jefry sorrindo.

Após alguns minutos meu pai volta de seus pensamentos e decide que está na hora de voltar para casa, já é quase noite e logo, logo ficaremos com pouca luz.

É como se tudo estivesse ficado mais fácil, logo encontramos o caminho para casa, andamos alguns quilômetros a criança amarrada em mim me deixa pesada e com passos curtos, meu pai percebe meu esforço e amarra a criança nele, não tenho motivo mais sua atitude me deixou feliz. Após muito caminhar paramos em frente aos portões de Asgharny, meu pai fala com todos os homens do perigo que corremos caso o rei saiba da criança, e pede que esse assunto seja sigilosamente guardado. Custei a acreditar que chegamos até ver o rosto de Brado abrindo os portões, mais a frente já dentro de Asgharny vejo minha mãe em pé em frente aos portões com olhos inchados e mais pálida que o normal.

 Custei a acreditar que chegamos até ver o rosto de Brado abrindo os portões, mais a frente já dentro de Asgharny vejo minha mãe em pé em frente aos portões com olhos inchados e mais pálida que o normal

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