A Casa ao Lado

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Juliana

    A noite havia chegado, eram 19:30 da noite e nenhum dos dois haviam aparecido, isso me deixava aflita, Johnny morava na casa ao lado, era quase um pulo, sua janela era direto pra minha casa. Isso era bom, dava pra eu gritar aquele garoto.
   Subi rapidamente e abri a janela, mas no mesmo instante meu telefone vibrou, coloquei minha mão no bolso e vi que era mensagem.

[ Não vou poder sair hoje, tô empacado com meu irmão, ele não quer me deixar sair, divirtam-se por mim. ]
De: Johnny.

[ Não acredito que seu irmão é tão idiota, por que não foge pela janela? Deixarei a porta aberta.]
De:Juliana

[ Boa idéia. ]
De: Johnny

Minha campanhia tocou.

[ Vem logo.]
De:Juliana.

    Desci rapidamente e vi que Caio não estava em casa, liguei a luz da sala e abri a porta, Bruna estava com dois potes de sorvete na mão, a abracei e entramos, indo direto pra cozinha, aonde Johnny havia entrado pela porta da mesma, ele estava com a camisa meio suja, acho que caiu de cara, mas ele deu de ombros.

— Efeito do remédio, fui dopado, tô ainda meio perdido, mas nada como a noite das meninas para alegrar. – Johnny disse sorrindo.

— Seu irmão está aonde? – Bruna perguntou.

— Matt está no quarto jogando com o amigo dele, eu é que não ficaria preso lá com aqueles dois em jogos on line. – Johnny encerrou o assunto.

   Dei de ombros e abri os potes de sorvete, em minutos estávamos com colheres, Nutella e a televisão a postos, Wallace aparecia em uma transmissão ao vivo na porta da casa de Johnny, o mesmo revirou os olhos ao ver o Jornalista que não deixaria um furo escapar, vi que aquilo o estava chateando e mudei de canal, estava passando um romance sobre um casal com câncer, aquilo seria nosso ponto de partida para uma noite de lagrimas, músicas e fofocas...

Wallace

   O repórter estava do lado de fora da casa dos Ferreira, ele estava com seu microfone em mãos e olhar arrebatador, contando sua versão da história, mostrando o quão destruído os dois irmãos ficaram ao ver que a irmã do meio morrera, e como o choque se abateu junto da morte dos pais de ambos, aquilo fazia o jornalista ter mais e mais atenção, o mesmo chamou alguns moradores da rua pra conversar, e como é normal em Montes Verdes, todos sempre possuíam suam própria versão de todos os fatos, Wallace porém sempre mais sensato, mostrando sua pose de durão e compadecido, distribuía lenços para os que choravam e ombro amigo para os que precisavam.
   Viu que Beca e Leth, as repórteres mirins da cidade estavam no local tirando fotos e buscando pistas e foi até elas, seus passos firmes e fortes, parou na frente das meninas e fez um sinal para Jorge, o câmera filmar a situação.

— Então meninas, sou Wallace Miranda, acho que me conhecem. – ele deu um sorriso pra câmera. — me digam, como está indo a investigação das jovens sedentas por informação?

— Olha senhor Miranda...– Leth começou, mas foi cortada.

— Primeiro, o que sabemos ou não, não te interessa, segundo, você deveria saber que criar fama com a desgraça de alguém não é fama linda, e terceiro, vai se catar. – Beca finalizou e voltou a falar com Leth para que fotografasse as casas.

— Garota, você sabe com quem esta falando? Eu sou a pessoa com a marca mais famosa que existe, e você? Nem marca no mundo tem, se enxergue. – Rebati.

— Em 10 segundos eu irei fazer minha marca famosa aparecer na sua cara famosa com a minha mão famosa! – Beca respondeu e se virou, andando para longe.

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