Segredos Revelados

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Johnny

Eu estava em um pesadelo, só poderia ser isso, meu irmão morreu, minha irmã, meus pais, tudo que eu amava havia partido, eu estava sozinho, eu não possuía mais algo pra chamar de familia, aquele monstro tirou tudo de mim. Eu só pensava em uma coisa. Vingança.
Meus olhos derramavam as lagrimas que eu havia segurado desde a morte de Lana, e eu sabia que remédios pra dormir não fariam mais efeito. Estava sentado ao lado da cama ensanguentada, aonde meu irmão havia sido morto, o sangue manchava a parede, enquanto parte de sua carne caia do lençol para o chão, a janela quebrada trazia uma brisa nova para o lugar, gelada e pesada.
A equipe forense pediu para que eu saísse da cena do crime e Juliana me pegou nos braços, me guiando para a saída do quarto, Bruna estava falando com Rebeca no final do corredor do segundo andar, Letícia fotografava o lustre que havia entrado em Wallace, minha casa estava em tom vermelho para todos os lugares, desci as escadas e passei pela porta indo para a varanda, o ar da noite cobria meus pulmões, uma musica ecoou em minha mente, a musica que minha familia cantava durante suas viagens, uma musica leve que saudava Nova York, mais uma lagrima desceu, e um suspiro saiu de minha boca.

*********

Bruna

Havia amanhecido, eu dormi na casa da Juliana, junto de Johnny, estávamos em uma cama improvisada no chão da sala da anfitriã, o sol passou pelas cortinas de cor azul e acordou um a um, ouvimos os carros ou vans de reportagens que passavam a toda para casa do Johnny.

- Acha que você aguenta um dia lá fora? - Perguntei.
- Eu acho melhor você ficar aqui Johnny, não precisa... - Juliana disse, logo sendo interrompida.
- Gente, eu preciso sair daqui, e ir pra escola seria o único jeito de esparecer, não posso ficar aqui sozinho, vou enlouquecer, eu amo vocês, mas minha vida não pode ser congelada por causa disso, eu vou a escola hoje. - Johnny retrucou.

Para nos arrumar e sair da casa da Juliana foram gastos 67 minutos, sentamos no banco de trás do carro vermelho, estilo esportivo que a mãe de Juliana possuía, a mesma nos levou para a escola, aonde um grupo de repórteres estava a toda, senti minha barriga formiga, aquilo seria um dia bastante cheio, e com certeza teríamos muito o que fazer para animar nosso amigo. Sai do carro e fui andando para escola, Juliana segurava o braço de Johnny e lançava um olhar feroz para os repórteres, acho que estava dando certo, ninguém avançou pra perto, meu telefone vibrou, parei enquanto os outros seguiam. Era uma mensagem.

[ gostou do show duplo, Bruna?]
De:Fobos.

Demorei uns segundos para responder.

[ O que você quer de mim, seu doente!]

[ Quero Brincar com você, eu quero que você seja especial]
De: Fobos

[ Especial como? ]

[ Quero ver como você é por dentro!]
De: Fobos

Prendi a respiração por um segundo, Letícia me pegou pelos braços, ela notou minha expressão assustada e tentou comentar sobre, porém eu me esquivei, logo as perguntas ficaram profissionais demais, queria saber se vi algo demais, quem poderia ser esse tal assassino, e coisas do tipo, Na boa eu achava que a Leth poderia ser uma assassina, ela sumiu durante a maioria dos assassinatos, a mesma sempre estava a par de tudo, além de ser a única que viu realmente o assassino, aquilo era suspeito demais.

- Bruna? Nos vemos depois então? - ela estalou os dedos em frente ao meu nariz, eu pisquei e fiz que sim com a cabeça, ela se foi.

Dave

Uma das coisas que pesavam em ser um cinéfilo era que sempre sobraria pra mim no final, e muitos filmes já ditaram essa regra, as mortes mais sangrentas era pra quem sabia demais.
Leth entrou na sala do clube de cinema e sorriu pra mim, eu fui ao seu encontro e lhe beijei, segurei sua mão e sentamos lado a lado, seus olhos castanhos me fitavam.

- Como você está? - Ela me perguntou.
- Eu vou bem, soube que Matt faleceu.
- Sim, eu estava lá ontem, durante os ataques.
- E você se machucou?- A olhei preocupado.
- Amor, eu sou uma gata, tenho 7 vidas.
- Minha gata. - A beijei novamente.

O sinal tocou.

- Temos que ir senhor beijoqueiro. - Ela me afastou e sorriu.

Fiz uma carinha triste e peguei sua mão, ambos seguimos pelo corredor, paramos perto de um grupo grande de alunos na frente do armário de Leth, a mesma me soltou e juntos enfrentamos a multidão fitando o que eles olhavam. Minha boca se abriu, Eram fotos da minha namorada transando com meu melhor amigo.

- Como você pôde?
- Dave, eu posso explicar.
- Você é uma grande vadia! Suma da minha vida!

A abandonei no corredor e sai andando, pisando mais forte que o normal, esbarrando com Sabrina, a parceira de estudos do Johnny, uma morena de cabelos cacheados, olhos castanhos, usava óculos, seu corpo magro, a mesma me olhou preocupada.

- Você está bem?- Ela perguntou.
- Cuida da sua VIDA! - Voltei a correr para o lugar que eu achava mais seguro. A sala de Videos.

Letícia

Minha vida havia sido arruinada, eu estava virando alvo de fofoca, todos riam de mim, aquelas fotos, quem colocou aquelas fotos ali?
Sai pegando uma por uma, a multidão após o segundo sinal tocar desapareceu, aquelas imagens pareciam ter vindo de uma câmera profissional, em Montes Verdes quase ninguém teria dinheiro para uma, mas aquilo não importa, de tanto eu lutar pelo jornalismo, acabei me tornando a notícia.
Andei para o jornal, torcendo para que Beca não estivesse ali, apanhar não estava nos meus planos, sala vazia, suspirei de alivio e fui para uma mesa. Peguei um copo de água e a tomei, as lagrimas vieram logo depois, a raiva forte, eu havia me tornado uma pessoa publica e eu odiava isso, olhei pela janela e vi Caio beijando uma linda menina, a esquerda Sabrina e Johnny estudavam, Mais adiante Bruna e Juliana conversavam, meu telefone tocou.

- Alô?
- Alô, quem é?
- É a Leth, você quer falar com quem?
- Com você mesmo Letícia, acho suas noticias, boas demais.
- Olha só cara, não tô pra gracinha agora, liga depois.
- Eu não tô de gracinha - O tom dele ficou mais grave.- Acha mesmo que a Beca não verá as fotos? Você não passa de uma vadia imunda, que sente inveja do que sua suposta amiga tem, isso é patético, seu papel em meu filme foi longe demais, você precisa. Ser. Cortada.

Ele desligou, eu havia sido ameaçada, ele sabia das fotos, todos sabiam, mas o telefone era restrito, quem poderia ser? Olhei novamente para a janela, ninguém com celular, um barulho do lado de fora da sala me chamou a atenção, sai rapidamente e ninguém estava ali, suspirei e caminhei para dentro, Fechei a porta com a mão direita.
O assassino apareceu por de trás dela e veio em minha direção, comecei a gritar e rodei a mesa, ele me seguiu, lancei um computador nele e ele caiu, comecei a correr para fora, os corredores estavam vazios, me afastei da sala, o assassino estava agora na porta me olhando, levantou a faca e correu atrás de mim, continuei correndo, abri as portas para o auditório, o assassino perto, não tinha pra onde correr, e então os passos pararam, suspirei e dei alguns passos para trás, senti algo atrás de mim, me virei e vi o assassino com a faca que cravou em meu braço, dei um chute em sua barriga e ele recuou, voltei a correr segurando a mão ferida, mas a porta estava trancada, o assassino se levantou e foi andando lentamente até mim, o mesmo levantou a faca, e eu sabia que era meu fim...

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