Fios Soltos

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Beca

Eu estava em choque, Letícia morreu, ela era a mandante, havia outro assassino, e eu simplesmente não sabia pra quem contar, qualquer pessoa era suspeita, eu estava em um beco sem saída, só sabia que todos eram suspeitos, e eu não iria deixar que me matassem.
A noite chegou e eu estava sentada em frente ao meu computador, no meu quarto, de portas fechadas, a luz do computador iluminava o cômodo escuro, olhei para o jornal da escola, minha foto com Letícia, as fotos do anuário, passei foto por foto, meu ex, meus amigos mortos, suspirei e deixei algumas lagrimas caírem, olhei para a aba do computador e uma mensagem apareceu, eu a abri.

[ Olá Beca, soube que foi atacada, como está? ]
De: Caio

[ Sério que você quer saber de alguém que não seja você ou a Juliana?]
De: Rebeca

Passou um tempinho.

[ Queria que estivesse morta.]
De: Caio

[ Você é retardado ou o que?]
De: Rebeca.

[ Seu namorado lutou pra te proteger, eu não serei tão bonzinho como da última vez.]
De: Caio.

Aquilo foi demais pra mim, peguei o celular que estava ao lado e liguei para o Caio, minhas mãos tremendo de raiva, minhas pernas balançando freneticamente. Ele atendeu.

- Alô? - Ele respondeu meio sonolento.
- Você acha engraçado fazer essas piadas seu idiota? Sabia que isso não é legal? Sabia que isso é coisa de retardado?- Eu gritei.

Houve um silencio de segundos.

- Garota, do que você está falando?
- Caio não se faça de idiota! Eu vi que você está mandando mensagens estupidas via internet pra mim.
- Rebeca, eu nem a senha das mensagens on line tenho mais, as perdi ontem, a JuJu está de prova, vai dormir e me deixa em paz, obrigado.

Desliguei o telefone e fui pra cama, Fechei os olhos por alguns minutos até que ouvi um barulho na porta, caminhei devagar indo em direção da mesma, toquei a maçaneta e abri lentamente a porta. Ninguém.
Sai pelo corredor e cheguei na sala, o lugar parecia vazio, respirei fundo novamente e ouvi um barulho na varanda e logo meus cachorros latindo.
Sai da sala e fui pegar meu telefone móvel, liguei para a polícia.

- 190, central de polícia de Montes Verdes, no que posso ajudar? - A atendente disse.

- Tem alguém, na minha casa... - Olhei para o telefone, estava sem linha.

Olhei pela janela e não vi nada, passei a mão no cabelo, olhei para o corredor e voltei para o quarto, quando fechei a porta fui surpreendida por um choque em minha cabeça, o assassino estava ali, ele lançou um vaso de planta, cai para o lado e ele montou em mim, voltou a me bater e então eu comecei a apagar.

- Geraldo, temos que regar as plantas...- Ouvi a voz da minha mãe ao fundo enquanto eu apagava.

Juliana

Eu simplesmente estava absorvendo aquilo tudo, era muita morte pra pouco tempo, Bruna estava sendo ameaçada, e agora temos que enfrentar essas investigações, não sabia como ajudar, eu não iria conseguir matar um assassino ou prender ele.
Eu estava mo chuveiro, meu corpo sendo lavado pela agua quente, meu cabelo junto aos seios, meus pensamentos fluíam de pouco a pouco, tentei juntar o que tinha, mas nada mudara, estava empacada, no meio do nada.
Fechei o chuveiro e me sequei, olhei para o espelho e fiz um coque, sai do banheiro e fui para o quarto que estava uma bagunça, liguei a TV e coloquei um short, uma camisa e meias, Caio falava no quarto ao lado com a namorada da semana, o que me fazia querer vomitar, engoli o refluxo e olhei pra televisão.

- Os corpos das vitimas do assassino apelidado de Fobos sumiram do instituto legista, os familiares estão em pânico por tal coisa, ninguém sabe aonde ou o que fizeram com os corpos, mais informações a qualquer momento. - A voz do repórter que substituirá Wallace saia da TV.

Caio parou na porta me olhando assustado, eu o olhei, ele não ousou dizer nada, mas sabíamos que algo muito ruim iria acontecer, ele chegou mais perto e me abraçou de forma fraternal.

- Eu não irei te abandonar. Nunca. - Caio disse com os olhos em mim.

- Obrigado Caio, mas precisa se cuidar também. - Disse enquanto me afastava.

Ambos nos separamos e ele foi andando para fora com a expressão séria demais, se sabia de algo não iria me falar, mas como ele saberia? Ele era o cara mais inofensivo que existia, Caio não mataria nem uma mosca, mesmo possuindo um forte senso de Proteção. Dei de ombros e voltei a arrumar meu quarto, no fim peguei o celular e olhei para minha janela, aonde dava para ver o quarto do Johnny, ele estava sentado em frente ao computador.

[ Você está bem? Quer ficar aqui com a gente hoje?]
De: Juliana

Ele me respondeu alguns minutos depois.

[ Não precisa amiga, eu estou bem, de verdade.]

Bruna

Eu estava sentada no restaurante, Olhando a pessoa mais linda que existe, Helena possuía o sorriso mais lindo que existia, seu corpo era perfeito, estávamos nos dando tão bem nesse tempo juntas, acho que perdi o tempo, uns 6 meses, e ela ainda me fazia se apaixonar por ele toda vez, ela me puxou e me deu um lento beijo, nossos labios dançavam juntos, ela se afastou e eu sorri, nossa barca de Sushi havia chegado, comemos e conversamos, por um minuto deixei aquelas mensagens ruins de lado, as mortes não pesavam tanto, só tínhamos eu e ela.

- Esse macarrão está maravilhoso! - Ela disse.
- Provou esse vinho amor?- Completei.

Ela se aproximou e limpou minha boca, e por fim nos beijamos novamente,logo após olhei pra ela.

- Piada de macarrão nunca sai de moda, não é? - Eu disse.
- Nem do vinho. - Ela riu.

Toquei sua mão.

- E eu amo você. - Ela disse.
- Eu também amo você. - Completei.

Johnny

Eu precisava sair pra exparecer a cabeça, após receber as mensagens de Juliana eu levantei e me arrumei, sai de casa e fui andando pelas calçadas de Montes Verdes, o vento frio passava pela minha cabeça.
Fui atrapalhado por um garoto que esbarrou em mim, ambos caímos, o olhei e ele me olhou, senti um aperto no coração, ele me ajudou a levantar, ambos nos olhamos de novo.

- Me desculpa! - Ele disse.

Arfei e sorri.

- Relaxa, eu que não prestei atenção, sou o Johnny, caso queira fazer um B.O. - Disse e sorri.

Ele retribuiu.

- Sou Guilherme.
- Bom boa noite, espero que fique bem.
- Eu ficarei, está indo pra onde?- Ele perguntou.
- Ainda não sei.
- Que tal um café, eu e você? Preciso ser bom, para que não seja processado.- Ele sorriu.
- Sim sim, seria perfeito!

Ambos voltamos a andar, agora seguindo juntos para o centro da cidade, a rua era íngreme, bem a cima de nós, sem ninguém notar, ele estava parado, nos observando, a faca pronta pro ataque, mas ele sabia, não era a hora, nem o local.

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