Ele se foi

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— Você mal chegou e já vai embora? - falei passando as mãos no rosto, secando as lágrimas. Ele parou e ficou me olhando fixamente. — Não vai responder?

— Tenho que ir... - disse desviando seu olhar.

"Ele tá brincando comigo, só pode"

— Klebber, eu sei que eu ter ido me encontrar com o Felipe, não foi uma das melhores idéias do mundo. Mas não aconteceu nada. Mas tenta me entender, eu precisava ir pra colocar um ponto final nessa história e viver uma nova história ao seu lado.

— Eu achei que esse ponto final tivesse sido colocado desde a festa do Joca. Agora preciso mesmo ir, amanhã a gente conversa. Com a cabeça mais fria...

"Não acredito que ele vai fazer isso comigo. Não acredito que ele simplesmente vai embora e não vai nem tentar me entender."

— Klebber para, por favor! Você não tem que ir a lugar nenhum. Fica aqui... - falei segurando em seu braço. - Se você não quiser falar comigo, tudo bem. Eu te entendo, mas não vai embora assim. Eu vou ficar preocupada com você.

Segurei em seu pescoço e tentei beija-lo, mas ele esquivou seu corpo para trás, me impedindo de alcançar seu rosto.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar comigo. Tenho mesmo que ir...

— Pode dormir no sofá, se quiser. Ta chovendo muito forte lá fora. - insisti.

Passei as mãos em seu rosto e ele as tirou me olhando sério.

— Não tem problema, Monica. Te garanto que lá fora não está chovendo mais do que aqui dentro... de mim...

"Porra, Klebber!"

Aquelas palavras me desmontaram. Soltei seu braço aos poucos, tentando digerir aquelas poucas palavras que deram um embrulho enorme dentro de mim.

Fui até a porta da varanda e fiquei observando a tempestade lá fora, ficando de costas para ele.

— Tudo bem Klebber, não vou mais insistir. Pode ir... Só me avisa quando chegar, por favor. - falei deixando algumas lágrimas cairem.

Ele nem exitou e foi logo pegando suas coisas. Abriu a porta e saiu. Sem nem olhar para trás. Sem se despedir.

Me virei assim que a porta bateu e no mesmo instante as lágrimas começaram a rolar incessantemente e me vi literalmente sozinha naquele apartamento.

Desliguei as luzes e fui para o quarto. Subi devagar em cima da cama, peguei um dos meus travesseiros com uma mão e com a outra puxei o cobertor.

Me enrolei deixando apenas minha cabeça de fora e chorei em meio a soluços a noite toda, abraçada ao meu travesseiro.

"Ele se foi, sem se despedir, apenas foi. Me deixando aqui, sozinha e perdida no meio desse caos. Achei que agora eu não choraria mais de raiva ou brigaria por besteira, por mais ninguém. Mas não, tudo está se repetindo. E dói, dói muito. Porque eu realmente acreditei que esse relacionamento seria diferente, pelo menos parecia que seria. Que dessa vez eu iria avançar e não retroceder. Porém, eu errei e agora ele se foi."

Meus pensamentos me consumiam a cada instante e eu chorava cada vez mais.

Muito tempo depois de estar ali chorando, me levantei e fui beber um copo de água. Depois fui até o banheiro e quando me olhei no espelho, me assustei. Meus olhos estavam muito inchados de tanto que chorei.

Lavei o rosto e voltei para a cama. Fiquei mais alguns minutos acordada. Sem chorar e sem conseguir pensar em nada, apenas acolhida com meu travesseiro. Mas depois logo peguei no sono.

* * *

Simplesmente AconteceOnde histórias criam vida. Descubra agora