Simplesmente Acontece

Bom dia, coisa linda!

KLEBBER

Acordei antes dela, por volta das dez horas da manhã, com um pouco de dor de cabeça. Ressaca? Talvez.

Não quis acordá-la porque ela devia estar cansada demais, já que cuidou de mim (bêbado) quando, na verdade, poderia ter me largado lá na festa.

Então resolvi ir em casa organizar minhas coisas e trocar de roupa, já que iríamos para a casa do Otaviano mais tarde.

Levantei da cama devagar, fui ao banheiro e lavei o rosto. Procurei minha camisa pelo quarto e ela fez um movimento na cama como se fosse acordar. Não encontrei a camisa por lá.

Abri a porta do quarto delicadamente, fui pra sala e sentei no sofá para calçar o tênis. Logo em seguida, procurei por minha camisa e só a encontrei na cozinha, atrás da geladeira (por incrível que pareça), ela havia lavado minha camisa ontem a noite e colocou lá pra secar mais rápido.

"Ah, que linda! Devo ter vomitado ou derramado alguma bebida na camisa. E ela deve ter lavado depois que peguei no sono." - pensei comigo mesmo, cheirei a camisa e sorri.

Vesti a camisa, abri uma agendinha que estava em cima de uma mesinha, deixei um recado pra ela e fui embora.

...

MONICA

Despertei do nada, passei a mão pela cama e percebi que o Klebber não estava mais lá. Estranhei. Me sentei na cama bocejando, cocei os olhos e peguei o celular e já era 12:00.

— Nossa, eu dormi bastante, hein... - falei retirando o cobertor de cima de mim e me levantando da cama.

Coloquei meu chinelo e me espreguicei. Fui até o banheiro, fiz minhas higienes e quando fui para sala, acreditando que o Klebber estava lá, só encontrei um bilhete em cima da mesinha.

Bom dia, coisa linda!
Desculpa ir embora sem me despedir, mas você estava dormindo tão bonito que não quis incomodar. Obrigada pela noite e por ter cuidado de mim, tá? Volto pra te pegar às 14h para irmos à casa do Otaviano.
Beijos ♡
- K.

Sorri de lado lembrando da festa, coloquei o bilhete no lugar e fui arrumar a casa rapidinho ao som de umas músicas bem animadinhas.

13:05

Eu já havia feito todas as minhas coisas em casa. Corri pro banheiro, tomei um banho e aproveitei pra lavar o cabelo. Saí mais rápido que o normal, sequei o cabelo e deixei ele bagunçadinho, bem do jeito que eu gosto.

Fui no guarda-roupa e peguei uma saia jeans, na altura da metade das coxas, uma regata preta, meu colar e brincos. Coloquei minha lingerie, coloquei a roupa e fiz uma make bem leve, mas com um batom matte num tom rosa clarinho, que havia comprado a pouco tempo.

Tava terminando de me arrumar, quando recebi uma mensagem no WhatsApp.

(xx) xxxxx-xxxx
Oi, aqui é o Klebber. Já to chegando aí!

Não lembrava de ter passado meu número pra ele na noite passada, mas deixei pra lá. Salvei o número dele e coloquei um saltinho plataforma pequeno, peguei meus pertences e pus na minha bolsinha de lado.

Me olhei mais uma vez no espelho, pra conferir. Não sei o porquê, já que era só um almoço normal na casa do Ota e da Flávia, com a presença do Klebber.

Bati a porta e quando já tinha dado a primeira volta na chave para fechá-la, lembrei do presente da Olívia.

— Ai, Monica! Você só não esquece a cabeça porque tá grudada, eu hein... - falei em voz alta e em sinal negativo.

Entrei rapidamente e peguei o presente que estava em cima do sofá. Havia comprado uma tiara com olherinhas de gatinho, um livro de colorir, caixas de lápis de cor (que o Ota disse que ela ama) e um vestinho florido que vi no shopping e achei a cara dela.

Desci e quando saí pela portaria do prédio, o Klebber estava lá, encostado na porta do carro com uma mão no bolso vendo alguma coisa no celular. Ele tava com uma bermuda branca, uma camisa polo azul, um tênis casual bege e um relógio de pulso prateado.

"Nossa senhora. Que espetáculo de homem que você arrumou hein, Monica Iozzi!" - pensei comigo mesma, boquiaberta.

Quando me viu, ele guardou o celular no bolso e sorriu se desencostando do carro. Retribuí, me aproximei e nos comprimentamos com um abraço apertado. De primeira estranhei, já que passamos a noite toda se pegando na festa, mas depois senti uma sensação de que aquilo não seria só mais um peguete da night, pós término de namoro... E, minha nossa! Ele tava muito cheiroso!

— Uau! Como você está linda, Monica! Dormiu bem? - falou balançando a cabeça em sinal positivo e eu gargalhei.

— Para de modéstia, Klebber! - corei e dei um tapinha em seu braço. —Porém, você também não está nada mal, hein... e tá cheirosinho. Aprovado! - o olhei positivamente de cima a baixo, ele assentiu e sorriu lindamente.

— Hum que bom...

— Ah, e à propósito... Mesmo depois de ter tido que levar um bêbado pra casa e ter dado a minha cama pra ele descansar; eu dormi como um anjo. Mas da próxima, deixo na festa. - mordisquei os lábios e pisquei, soltando uma gargalhada de leve.

— Hummm, bom saber que terá uma próxima vez... - deu uma risada maliciosa, pegou a sacola na minha mão e abriu a porta do carro fazendo gesto com a mão para que eu entrasse.

Fomos rindo e ouvindo uns rock maneiro no caminho todo.

Conversamos pouco, ou melhor, quase nada. Só falamos sobre músicas e cantores que gostavámos e de algumas loucuras que já nos aconteceram pós baladas... mas foi muito bom.

Chegamos na casa do Otaviano às 14:43.

* * *