Dias se passaram e o Klebber não veio no final de semana previsto e nem no seguinte. Isso tudo já somava quase que um mês certinho. Ele precisou ficar no Rio por causa das gravações da novela e por conta de trabalhos externos. Recebi essas informações pela Débora porque desde a nossa última briga por telefone, a gente se falou uma única vez, e pra variar brigamos de novo. E desde então não tem nem ligação, nem mensagem, nem nada. Ta ele lá e eu cá. Dani precisou voltar pro Rio e mais uma vez eu estava sozinha.
...
Acordei com um pouco de tontura. Algo raro de se acontecer. Fui até o banheiro, lavei o rosto, escovei os dentes e fiz minhas higienes matinais. Fui até a cozinha me escorando nos móveis, preparei um suco de laranja, peguei uma torradas e tomei meu café. As horas se passavam e eu continuava passando mal, mas não daria o braço a torcer pra ligar pro Klebber ou pra qualquer outra pessoa. Eu sabia me cuidar sozinha, ou melhor, achava que sabia. Pensei que era o calor, então depois do almoço decidi tomar um banho. Quem sabe assim esse mal estar passava.
Peguei um vestido azul soltinho, uma calcinha box e um sutiã. Deixei em cima da minha cama, peguei minha toalha e fui tomar um banho. Entrei no box e liguei o chuveiro. A água estava quentinha então perdi a noção do tempo e permaneci ali dentro por longos minutos. Aos poucos meus olhos foram ficando embaçados por conta do vapor do chuveiro. Me encostei na parede e percebi que estava ficando sem forças já. Abri o box, sem desligar o chuveiro e assim que abri caí dura no chão. Eu fiquei desacordada.
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EDUARDO
Eu fiz burrada com a Monica. Preciso me desculpar, mesmo que eu receba um 'sai da minha frente', eu vou tentar. Aproveitar que o namorado dela e nem a amiga estão aí, e vou poder conversar e me desculpar seriamente com ela. Como meu pai está aqui na portaria hoje, vou tirar um tempinho depois do almoço e vou ir lá falar com ela.
Assim eu fiz. Almocei, descansei e resolvi bater no apartamento dela. Bati uma, bati duas, bati três vezes e nada da Monica atender. Ela não tinha saído do prédio hora nenhuma, nem a pé e nem de carro. Onde ela tá? Me encostei na porta e senti o cheiro de fio queimado, eu podia sentir que o apartamento tava quente. Desci correndo e chamei o meu pai. Peguei um grampo na mão da vizinha da frente e abri o apartamento. Minhas hipóteses estavam certas, a casa tava cheio de fumaça de água quente e logo constatei ser do chuveiro, óbvio. Corri para o banheiro e me deparei com a pior cena da minha vida. A Monica estava caída em frente ao vaso sanitário, com os pés pra dentro do box e o chuveiro quente ligado. Ela estava cheia de sangue e um pequeno ferimento na testa. Desliguei o chuveiro e liguei imediatamente para uma ambulância. Peguei qualquer coisa no guarda-roupa pra encobrir seu corpo nú. Em instantes a ambulância chegou e como não havia nenhum parente, eu a acompanhei até o hospital. Pelos cálculos do médicos, Monica estava desacordada a mais de meia-hora. Ela entrou pra emergência do hospital e eu ficava andando de um lado para o outro na sala de espera. Logo um médico apareceu.
— Olá, eu sou Dr. Wagner. O Senhor é o que da paciente Monica Iozzi?
— Eu sou uma amigo. Eu que a encontrei desacordada no apartamento.
— Você sabia que ela estava grávida?
— Quê? Monica grávida? De quantos meses?
— Ela estava indo pros dois meses de gravidez.
— Como assim estava indo? O que isso significa?
— Significa que Monica, infelizmente, perdeu seu bebê.
Coloquei as mãos na cabeça e não sabia o que dizer.
— Você sabe quem é o pai dessa criança?
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Simplesmente Acontece
FanfictionDuas pessoas opostas, dois mundos diferentes. E um destino inimaginável...