Não demorei muito para voltar a ver o maníaco, que na verdade é fruto da minha imaginação, e representa meu sub-conciente. Eu estava sozinho em casa, desliguei todas as luzes, sentei na cama e disse:
- Apareça Víctor - Eu o chamei de Víctor, pois era o nome do meu amigo imaginário, que assim como o maníaco, era apenas meu sub-conciente.
- HAHAHAHAHAHAHA! - Gargalhou Víctor, e depois disse :
- Nero, Nero, nerooo... Vejo que você se lembrou do meu nome, éramos felizes juntos, até você se esquecer de mim, mas pelo visto se lembrou... HAHAHAHAHA!
- Começou a ser óbvio, apesar de tudo estar na minha mente, eu demorei ligar os pontos.
- Então você acha que eu estou na sua mente? HAHAHAHA! Não se deixe enganar, eu não estou na sua mente, VOCÊ QUEM ESTÁ NA MINHA!
E mais uma vez adormeci.
Desta vez eu sonhei, pelo menos acho que foi um sonho. Eu estava com roupas escuras, usava capuz, estava com uma faca empunhada e andava lento na direção de uma pessoa, que andava sozinha na rua, e aparentemente a rua era a mesma da casa de Dominique. A pessoa percebeu que eu estava a seguindo com uma faca de cozinha na mão, ela se assustou e rapidamente virou o rosto e acelerou os passos. Eu continuei seguindo e comecei a correr na direção dela, ele virou o rosto e viu que eu iria alcançar rápido na velocidade em que estava, e disparou para um beco, eu não conseguia enxergar direito, no "sonho" além da escuridão em que estava, era meio embaçado, mas eu o segui, e ela percebeu que não foi uma boa idéia ir para o beco, ja que era sem saída, e era o mesmo em que eu apanhei de Marcos, e o mesmo que eu o matei.
- Não, por favor, não me mate! Eu o imploro - Disse a pessoa, que mesmo com a minha aproximação não consegui ver o rosto, devido a falta de claridade, mas aparentava ser homem pela voz distorcida.
Eu continuei calado então ela disse mais uma vez:
- Não me mate, por favor, me dê mais uma chance - Ela chorava enquanto dizia.
- Mais uma chance para o que? - Eu finalmente disse - Você vive sua vida egoísta, vive tratando os outros mal, você teve a porra de sua vida inteira para mudar... Agora é tarde HEHEHE - Comecei a esboçar um leve sorriso acabando em uma risada enquanto dizia.
E então levantei a mão que empunhava a faca e quando fui acerta-la acordei. Levantei como se eu quem estivesse sido atacado, no momento eu fiquei um pouco abafado por ter acordado no susto sem ar. Então eu me levantei e fui correndo para o banheiro lavar o rosto. Assim que lavei olhei para o meu reflexo no espelho e ele estava com o sorriso macabro de Víctor, no mesmo momento eu me abaixei, levei a mão na torneira, enchi ela de água e mergulhei meu rosto. Levantei, olhei mais uma vez, e estava normal, era meu rosto de volta, mas eu não poderia viver assim, estou enlouquecendo, não consigo mais saber o que é real e o que é minha imaginação, estou ficando confuso.
Voltei para o quarto, olhei as horas no celular e era por volta das quatro horas da manhã, me deitei e tentei colocar a cabeça no lugar, pensei comigo mesmo:
- Será que eu cometi mais um assassinato? Será que eu deixei rastros meus ou até mesmo o corpo?
Então eu me troquei, desci as escadas rapidamente, coloquei o tênis e fui direto para o beco. Chegando lá eu notei que o corpo não estava lá, fiquei aliviado por que afinal, era só um sonho não é? O corpo não esta lá, não havia manchas de sangue e nenhum vestígio. Fiquei mais tranquilo, e resolvo voltar para casa caminhando, já que eu estava canssado, minha casa não era tão perto da rua de Dominique. No meio da rua minha cabeça começou a doer forte, eu senti como se fosse várias fincadas na cabeça, e depois comecei a escutar um zumbido muito alto, tanto que eu parei de escutar qualquer coisa em volta, até mesmo minha voz; minha visão começou a se embaçar e escurecer, então eu apaguei.
Acordei meio desnorteado, mas logo percebi que ainda estava no meu quarto, eu não entendia nada, não conseguia pensar direito, minha cabeça ainda doía, mas logo me recordei que eu desmaiei na rua e apareci no meu quarto:
- Eu sonhei em um sonho? Ou aquilo aconteceu? O que está havendo comigo?
Eu não conseguia fazer nada direito, por que essas perguntas não saiam da minha cabeça, muito menos a "O que está havendo comigo?". Eu queria respostas, eu precisava se respostas, então pensei em voltar na casa de Frank e ver se ele pode me ajudar. Como era sábado, ele talvez estaria na casa dele, se não tivesse saído, para algum lugar; O que um psicólogo com aparência velha faria em um dia de sábado? Então saí de casa, disse para a mãe que iria dar uma volta no centro da cidade, e voltaria mais tarde, e fui para a casa de Frank, em buscas de respostas para todas as perguntas.
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PSYKHÉ PATHOS (PAUSADO)
HorrorUm jovem de dezesseis anos, anti-social, depressivo, e sem esperanças na vida, descobre do jeito mais simples que sofre de distúrbios mentais, mais conhecido como Psicose...