IX

25 2 4
                                    

Chegando lá na casa de Frank, eu expliquei a ele tudo o que havia acontecido na noite passada, sobre a dificuldade em que eu estava de distinguir o real do imaginário; estava ficando difícil de me controlar já que mesmo acordado e sóbrio eu acabava adormecendo e perdendo o controle. Frank então pensou, com sua mão no queixo alisando sua barba grisalha. Ele estava bem vestido como sempre, estilo século XVIII, como o de costume, ele as vezes ate usava uma bengala com a forma de um gavião na parte de cima, mas enfim ele disse:

- Você está piorando, se continuar assim você ira perder o controle completo para o Victor, eu preciso de tempo e analisar como o Victor age, como é o modo de pensar e agir dele, é tudo muito importante.

Então ele propôs:

- Diga a sua mãe que iria dormir na casa de um amigo ou diga que precisa dormir na casa de um professor para ele te ensinar uma matéria em que você dificuldade; invente qualquer coisa, você precisa dormir aqui está noite, para eu poder saber o que posso fazer para você.

Sem eu questionar aceitei e liguei para minha mãe. Eu acabei dizendo que iria dormir na casa de Frank para ele me auxiliar em um trabalho de química. Minha mãe sem muito esforço deixou eu ir dormir lá, então arrumei minhas coisas rapidamente e voltei para a casa de Frank, já que ele havia me dado carona, e ficou conversando sobre mim para minha mãe enquanto eu aprontava as coisas.

Chegando a casa de Frank eu comecei a notar que ele vivia sozinho de mais, eu nunca tinha perguntado sobre nada da vida pessoal dele, mas eu precisava perguntar, se ele não tinha esposa ou namorada então eu questionei:

- Frank?

- Diga Nero - Respondeu Frank

- Você não tem esposa ou já teve?

- Ah... - Murmurou Fank como se fosse algo de que ele não gostava de se lembrar. - Eu já fui casado, ja faz um tempo, foi a melhor época da minha vida, isso é a 15 anos atras. Ela era bela, tinha cabelos cacheados, castanho meio claro, olhos verdes da cor das árvores, era adorável, era... Perfeita... Mas como nada pode ser bom de mais, aconteceu uma tragédia...

- Frank! - O interrompi - Se for difícil para você, não precisa me contar. - Havia começado a escorrer lágrima de seus olhos.

- Tudo bem, está tudo bem, eu quero lhe contar - Afirmou Frank, como se fosse algo muito importante, e que eu deveria saber. - Nos estávamos no carro, dirigindo, em uma velocidade razoável, era a velocidade permitida na estrada, 60 Km/h; estávamos em direção a este lugar, estávamos vindo para esta casa, era uma noite muito chuvosa e escura, tínhamos acabado de comprar esta casa, queríamos dormir juntos nela pela primeira vez, mas na última curva para entrar nesta rua, um caminhão de mudanças perdeu o controle e acabou nos acertando com o baú do caminhão, isso fez com que o carro escorregasse e caísse em direção ao abismo que é o final desta curva, eu não pude fazer nada, eu desmaiei assim que caímos, quando eu acordei já era tarde, eu estava sendo socorrido, e a última coisa que vi dela, era ela deitada na parte do capô do carro, eu me recusei a ir ao enterro dela, depois disso, eu queria manter a imagem de como ela sempre foi, e não de como ela ficou...

Então percebi que dos olhos de Frank escorria rios de lágrimas, eu tentei o acalmar mas era algo que ele precisava desabafar, mesmo tendo tanto tempo, o que ele sentia por ela não poderia ser substituído por nada do mundo.

- Frank - Eu disse - Me desculpe por ter lhe perguntado, eu não sabia de tudo isso, eu não sabia...

- Tudo bem garoto - Disse Frank, enxugando suas lágrimas frias que haviam dado vida para sua face, ou então a deixou mais morta, mas para mim parecia mais viva.

- Mas Frank, por que você não tem fotos ou recordações de sua esposa, se me permite perguntar?

- Por que eu choraria todas as vezes que eu as visse - Disse ele fazendo cara de choro mais uma vez. - Mas enfim, eu vou me deitar, não está tão tarde mas eu quero descansar de uma vez, para poder te supervisionar de madrugada, então, boa noite, sinta se em casa, meu jovem.

- Espera Frank, me perdoe por isto hoje, eu nao tive a intenção.

- Tudo bem meu jovem, não é culpa sua, mas pelo menos agora você sabe minha história. - Disse ele esboçando um leve sorriso.

Então ele começou a subir as escadas e foi para seu quarto. Eu notei como a casa era maior ainda quando fui ver os outros cômodos, era um quarto para visitas gigante, daria quatro vezes meu quarto, sem contar as áreas dos móveis, era lindo, e o banheiro era incrível, tinha uma banheira bem grande, mas notei que havia algo vermelho perto do ralo, mas não liguei. Desci as escadas novamente e fui ver TV no sofá, fiquei ate tarde vendo quando o sono me pegou.

- NEROOOOOO?


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 28, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

PSYKHÉ PATHOS (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora