II

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Eu desci as escadas e fui para cozinha, era seis horas da manhã, olhei para janela da cozinha, ainda estava escuro e nublado, era um lindo e frio dia para estudar. Ainda estava com sono e cansado depois da caminhada que tive de fazer. Preparei torrada e tomei café, minha mãe ainda estava dormindo ela devia ter chegado em casa tarde e bêbada como ela costuma fazer. Eu moro com ela. Meus pais se separaram antes mesmo de eu nascer, não era pra eu ter nascido, fui um descuido dos dois, minha mãe mesmo me diz isso quando ela está bêbada "Se você não tivesse nascido, eu ainda seria feliz com seu pai...".
Terminando de tomar café eu vesti meu casaco e fui para o colégio caminhando como sempre vou. Meu primeiro dia de aula em uma escola nova, eu tinha dezesseis anos e estava no segundo ano do ensino médio, a escola nova era grande, era um colégio bom, tinha uma bela estrutura, era organizada, eu sentia que esse ano seria o melhor, que tudo iria mudar na minha vida.

Entrei no colégio novo, não sabia nem qual era a minha sala, fui até a direção e disse que eu era aluno novo e que não sabia minha sala. Ela estava resolvendo outros assuntos e não podia me levar até la, ela olhou em volta e notou que tinha uma garota que ela conhecia e que era da minha sala, chamou-a, eu me virei e a vi. Ela era linda, realmente muito linda, tinha cabelos loiros cor de mel, olhos azuis, pele clara, sorriso encantador e sua voz era suave. O nome dela era Dominique, a mulher da direção me apresentou a ela, eu rapidamente recuperei a consciência e disse:

- Oi... prazer meu nome é Nero. - Ela disse:

- Oi Nero, o prazer é todo meu. Você é de qual sala?

- Sou da sala cento e vinte e oito.

- Ah que bom, você é da mesma sala que eu. Você parece ser legal, seremos bons amigos.

- Ah, obrigado.

Nós fomos até o fim de um corredor, tinha muitas pessoas olhando para mim, me encarando, não demorei notar que a Dominique era popular, e eu era um novato anti-social.

Chegando lá ela disse: - É aqui. Você pode sentar perto de mim, alí.
E apontou o dedo para o canto ta janela, no terceiro lugar.

- Okay. - Eu respondi.

Eu me assentei e logo percebi, que havia um garoto me encarando, ele tinha a aparência robusta, parecia ser forte e durão, comecei a encarar de volta e percebi que alguém já me odiava, eu nem precisava pensar muito para dar uma estimativa do porque de ele me encarar a aula toda, não é todo dia que um novato entra na escola e já virá "amigo" da garota popular da escola. Dominique era legal, eu comecei a gostar dela logo no primeiro dia de aula, ela foi gentil comigo, amigável, simpática, e divertida, ela era a garota perfeita. Mas eu nem me iludi desta vez, eu era um novato, havia caras mais legais e bonitos que eu afim dela, não tinha chance alguma.

Logo após a aula ter terminado ela me disse:

- Eu gostei muito de você Nero... você é bem legal.

- Eu também gostei muito de você, me tratou muito bem, você é gentil.

- Você é um amor.

- Obrigado.

- Nero, poderia me acompanhar até a minha casa? Se você não tiver nenhum compromisso é claro.

- Posso sim, será um prazer.

Então saímos da escola e fomos caminhando até a casa dela. Ela me disse:

- Eu não moro muito longe da escola, mas pedi pra me acompanhar por que eu briguei com um cara, ele tentou me beijar a força um dia que eu estava na rua.

- Nossa, que babaca, qual é o nome dele?

- É Marcos. E já chegamos, essa é minha casa.

A casa dela era linda, era bem grande, portões de ferro e grade, e a porta de entrada era madeira escura, que combinava com as grades.

- Bom, vou indo então, até amanhã Dominique.

- Até mais Nero.

Indo para a casa notei que estava sendo seguido, assim que percebi o suspeito começou a correr em minha direção. Eu corri e fui para um beco pois vi que tinha outra pessoa na minha frente. Quando entrei no beco, percebi que era uma armadilha. Fui encurralado. Um me disse:

- Acabou de entrar na escola e já vai se engraçando com a Dominique. Quem você pensa que é novato?

Eu virei e olhei para a direção da voz, era o garoto que me encarou a aula inteira. Assim que me virei levei uma paulada de taco se baseball. Caí no chão quase desmaiado, um dos amigos dele disse:

- Marcos você não nos disse que faria isso...

Após escutar isso só prestei atenção em um detalhe, o nome Marcos.

PSYKHÉ PATHOS (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora