Acordei pela manhã, porém mais cedo do que costumo acordar. Então eu me vesti, e desci as escadas para a sala. Sentei na poltrona e liguei a TV, como não tinha nada para fazer fui trocando de canais, até que parei em um noticiário, nele tinha uma legenda escrita:"Urgente: Polícias encontram corpo ao lado de uma avenida". Quando eu acabei de ler isso eu paralisei e pensei. Como eles encontraram o cadáver em tão pouco tempo? Eu não deixei rastros, eu não deixei nada para trás. Mas aí uma jornalista disse:"O corpo encontrado era de Carlos (...)". Após escutar isso, fiquei feliz e aliviado, mas aí a jornalista disse:"Ele foi morto a várias facadas na região do peito e depois teve a garganta cortado". Aí eu me lembrei, do dia em que eu acordei na avenida com as roupas do maníaco e a faca cheia de sangue. Eu comecei a pensar que a qualquer momento eu seria descoberto, porque eu não me lembrava de nada do que tinha feito nesse dia, e eu deixei um corpo para trás, e se esse corpo tiver as minhas digitais ou algo do tipo, vou ser preso imediatamente. Mas eu não podia fazer nada enquanto a isso. Eu resolvi me acalmar e ir para a escola, já que estava na hora.
Chegando lá eu vi uns polícias, pensei rápido em ir para o banheiro, mas aí a Dominique me viu e me disse:
- Bom dia, Nero.
- Oi, Dominique - respondi - Bom dia.
Estava conversando com ela olhando os policias, olhando se eles estavam procurando alguém ou se estava me olhando. Mas a Dominique percebeu.
- O que você olha tanto, Nero?
- Ah é só os policias, eu não sabia que eles viriam na escola.
- Por que? Algum problema? - Ela disse, com uma cara de dúvida.
- Não, nenhum. Só achei estranho eles estarem aqui. - Respondi, mas continuei olhando os policiais.
- Eles vieram tentar achar pistas do Marcos. Se lembra? É aquele que te bateu um dia e eu fui lá tirar satisfação.
- Ah, sim. Me lembro. O que eles já sabem sobre ele?
- Eles sabem que ele não fugiu, acham que ele pode ter sido sequestrado ou algo do tipo.
Quando ela disse isso, os policias começaram a andar e foram embora. O sinal bateu, era hora de ir para a sala de aula.
As aulas foram normais, mas quando chegou na hora do intervalo eu me lembrei do que minha mãe disse. Ela queria que eu fosse no psicólogo. Eu disse a Dominique que iria conversar com ele e que na próxima aula nós nos encontraríamos de novo.
Chegando lá, eu bati na porta e abri, assim que entrei eu vi ele, a aparência dele era boa para alguém que tinha nome de velho, ele tinha o cabelo branco, a barba era feita, não era grande nem curta, tinha um bigode parecido com mustache, usava um terno marrom escuro, e uma gravata vermelha. Ele olhou pra mim com uma cara severa, mas depois começou a fazer uma expressão com o rosto, e logo virou um sorriso. E logo me disse, com uma voz de ator de filme clássico, aqueles filmes em preto e branco.
- Sente-se meu jovem. - Ele disse. - Você deve ser Nero Van Dort, certo?
- Ah, sim. E o senhor deve ser o Sr.Frank Romero. - Eu disse.
- Sim, mas pode me chamar só de Frank. Então, sua mãe disse que tinha te pedido para vir falar comigo, certo?
- Sim.
- Ela disse que você estava passando por uns problemas. - Disse.
Ele estava me olhando bem nos olhos. Como se pudesse ver minha alma.
- Ah, sim. Eu na verdade preciso de ajuda. Eu não sei se posso me abrir assim e te dizer o que está acontecendo de verdade. - Eu disse como se meus problemas não fossem nada de mais.
- Ah meu garoto. Você pode me contar tudo. O que você me dizer irá ficar entre nós. Eu prometo que nunca contarei nada a ninguém.
Ao escutar isso me senti seguro, de alguma forma a voz dele era diferente das outras pessoas, ele parecia ser realmente muito confiável. Então eu disse a ele:
- Vou direito ao ponto. Eu estou sofrendo de amnesia, e eu acho que sou um assassino.
- Hm, seu caso parece divergente dos outros jovens. Gostei. - Disse ele.
Não tinha uma cara de surpresa, parecia que realmente era só mais um problema de um jovem para ele.
- O que? Gostou?
- É que nunca ajudei um jovem com surtos psicológicos. Mas me diga, o que te faz pensar nisso?
Eu contei para ele tudo o que havia acontecido. Fiquei na sala dele mesmo após o sinal. Ele disse que era pra eu encontrar ele fora da escola. E me deu um endereço de uma cafeteria. Saí da sala dele no final do quarto horário. Mas antes eu disse:
- Você consegue realmente me ajudar?
- Claro Nero, claro.
Então eu saí.
Depois da aula eu levei a Dominique para a casa dela e fui para a minha. Chegando em casa só almoçei, troquei de roupa e fui para a cafeteria. Chegando lá eu o encontei. Ele usava a mesma roupa, mas agora ele usava uma cartola, estilo Século XVIII. Exatamente como os filmes antigos, se ele estivesse em preto e branco daria um bom ator de filmes clássicos. Mas aí ele me viu e me chamou para eu sentar com ele e disse com sua voz de ator:
- Olá meu jovem.
- Oi, Frank.
- Quer alguma coisa?
- Não - Eu disse - Obrigado.
- Ah, então vamos para a minha casa. - Ele afirmou.
- O que? Para sua casa? Pensei que conversaríamos aqui. - Perguntei com dúvida.
- Você realmente quer falar disso aqui? - Ele disse com um tom de quem já sabia a minha resposta em seguida.
- Ah, então, aonde fica sua casa?
- Vamos no meu carro, eu te levo, mas ela não fica muito perto da cidade.
- Pensei que você morasse por aqui.
- Não meu jovem, tenho uma casa fora da cidade, vivo lá a anos. - Ele respondeu, parecia ter se lembrado do seu passado.
- Então vamos?
- É, vamos - Eu disse.
Então entramos no carro e saímos da cidade.
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PSYKHÉ PATHOS (PAUSADO)
HorrorUm jovem de dezesseis anos, anti-social, depressivo, e sem esperanças na vida, descobre do jeito mais simples que sofre de distúrbios mentais, mais conhecido como Psicose...