O ano é 1982. Na Rua 52 da cidade de Yeagow, um lugar nem tão movimentado e nem tão calmo, que tinha todas as características de uma cidade grande, menos o tamanho de uma, em um País que não importa, vive uma garota de quinze anos chamada Jeoleana, em uma casa nem tão bonita nem tão feia. Todas as casas da Rua 52 eram diferentes, não havia uma casa igual a outra, todas tinham uma cor, um tamanho ou um portão diferente. A casa de Jeoleana tinha um ar bem antigo, bem diferente das casas vizinhas, a sua era de tijolos verdes com detalhes em madeira marrom escura, não era nem tão grande e nem muito pequena. Pra falar a verdade, até que era bem aconchegante.
A garota vivia com seus pais. Júlio, seu pai, um rapaz alto de cabelo social que trabalhava em um escritório bem chato, usando terno e gravata chatos, fazendo coisas chatas com números chatos. Alguma coisa relacionada a finanças, porém não era algo que dava muito dinheiro. E sua mãe, Anna, uma mulher não tão alta, cabelos longos e pretos, com um corpo até que bem bonito para uma mulher de trinta e cinco anos, ela era dona de casa, cozinhava muito bem e geralmente só andava pela casa de vestido e com um avental vermelho de florzinhas brancas. Eles eram uma família bem tradicional, até que tradicionais demais para a época em que viviam, e isso acabava incomodando Jeo um pouco.
- Leaaana - a garota ouviu sua mãe chamando da cozinha enquanto ela estava deitada na sua cama velha, lendo um livro chamado "O anticristo".
- Leana, não ouviu a campainha? Acho que seu pai chegou, estou ocupada cozinhando, porque não abre a porta?
- Tudo bem, mãe... - a garota desceu as escadas da sua casa velha para receber seu pai.
- Jeo, minha filha linda - o pai a cumprimentou com um abraço e um beijo na bochecha.
- Oi, pai...
- O jantar já está na mesa - eles ouviram Anna chamar - Querido, pendura seu terno e deixa as coisas na sala...
E assim ele fez.
- Mmmm... Purê de batata e bolo de carne – disse Júlio entrando na cozinha – Meus pratos favoritos, amor... – esfregou as mãos e deu um beijo na testa da esposa.
- Sim, eu sei - Anna sorriu e colocou a jarra de suco sobre a mesa.
Até que Jeoleana não achava purê de batata e bolo carne mal, não.
- Então, como foi o dia, querido? - Anna perguntou.
- Não foi nada mal, a mesma coisa de sempre - ele respondeu.
Como eu disse, "coisas chatas com números chatos".
- Que ótimo - Anna disse - E você, Jeo? Como foi na escola hoje?
- Ah, mãe... - ela começou - A mesma coisa de sempre, você sabe muito bem, não sei porque ainda pergunta – completou com uma atitude típica de adolescentes.
- Vamos, benzinho, eu e sua mãe adoramos ouvir tudo o que você tem pra falar – disse seu pai.
Julio não mentiu, eles realmente gostavam, mas Jeoleana não gostava muito de ter que repetir a mesma coisa todo dia.
- A mesma coisa de sempre, pai... Eu me dando mal em matemática e gramática, tendo que aguentar meu professor de história, aquele velho idiota que não sabe de nada e que eu não sei como diabos ele conseguiu um diploma. Tentando evitar as patricinhas idiotas e os playboys da minha sala. E como sempre, ter que responder para alguém aleatório: "Sim, meu nome é Jeoleana, e não Juliana".
- Oh... - Júlio tomou um gole de suco.
- Sabe - Jeolana riu - eu ainda não acredito que vocês realmente me batizaram com esse nome.
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O Bosque da Natureza Humana
FantasyO bosque da natureza humana conta a história de uma garotinha chamada Joeleana(sim, é Jeoleana, não Juliana), ela tem os cabelos pretos com um corte chanel, e está sempre usando vestidos verdes (estes que há uns anos atrás pertenciam a sua avó, e qu...