Uma bela história, triste - disse Jeo.
- Essa história é maravilhosa – disse Vitalidade - É um clássico, todos amam.
- Sim... - Essência riu e concordou.
- Mas, e aí? - ela perguntou - E o que acontece com os garotos?
- É - Vitalidade exclamou - O que acontece com os filhos deles? - ela perguntou animada, como se não soubesse a resposta.
- Aaah, essa eu queria deixar parar depois... – disse Essência.
- Conta, vai - elas insistiram.
- Tudo bem, tudo bem...
Era uma vez, dois irmãos, um jovem adolescente, que devia ter uns dezessete anos, e um menor, que devia ter uns cinco anos de idade. Garotos abandonados pelos pais há pouco tempo, viviam livremente pelo bosque.
O mais velho cuidava do mais novo e o mais novo cuidava do mais velho, mas a relação entre os dois não era muito boa. Devido à diferença de idade, o mais novo tinha dificuldade em acompanhar seu irmão em algumas situações.
Viver no bosque não era ruim, mesmo você não tendo uma "família", mas os garotos gostavam de viver da maneira mais difícil, já que o primogênito adorava ser "extremo", por conta disso, o caçula tinha que segui-lo.
Os irmãos dormiam nos bancos do bosque, no meio das arvores, em frente a lagos, sempre juntos, para não passarem frio. E apesar da facilidade de se encontrar frutas pelo bosque, o mais velho adorava surrupiar alimentos das pessoas, tortas, bolos, sementes.
- Mas não é mais fácil pegar frutas no campo ou nas árvores? - o caçula questionava-o.
- Sim, mas e daí? - o primogênito retrucava sem se importar.
O caçula preferia não seguir em frente com o assunto, mas sempre começava o mesmo.
Um dia, os irmãos estavam andando pela floresta, perto de onde uma vila que abrigava muitas casas.
- Para onde será que a mãe e o pai foram? - o caçula perguntou. Esse era um dos assuntos que o pequeno sempre trazia a tona.
- Sei lá - o primogênito respondeu enquanto eles andavam.
- Eu tenho saudades do papai... E da mamãe também... - o garotinho disse.
- É - ele respondeu friamente.
O primogênito não gostava de entrar no assunto dos pais, pois não tinha boas lembranças dos mesmos. Seus pais tinham deixado-os á poucos anos, um ano e pouco, no máximo dois. O caçula, por ser muito pequeno, não tinha tantas lembranças sólidas, já o primogênito, tinha lembranças de verdade.
- Você não sente saudade deles? - o menino perguntou.
- Ah, tanto faz - o irmão respondeu.
- Mas, porque sempre que eu pergunto isso você só responde a mesma coisa?
- Anda logo, moleque. Vamos.
O motivo pelo qual o primogênito não gostava de falar sobre seus pais, era pelas lembranças ruins. O caçula recebia bem mais atenção do que o mais velho. O caçula era o filho favorito.
- Mas, irmão - o menino tentou.
- Vamos logo, moleque. Vamos logo. – repetiu cansado.
Andando pela vila, entre as casas, os irmãos viram um lindo bolo, decorado com amoras, na janela de uma casinha branca e simples. O cheiro e a beleza do bolo chamaram a atenção do primogênito logo de cara, que ficou louco para comer um pedaço.
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O Bosque da Natureza Humana
FantasyO bosque da natureza humana conta a história de uma garotinha chamada Joeleana(sim, é Jeoleana, não Juliana), ela tem os cabelos pretos com um corte chanel, e está sempre usando vestidos verdes (estes que há uns anos atrás pertenciam a sua avó, e qu...