CAPITULO 2 - PARTE 2 - RAFAEL

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RAFAEL

Vivi minha infância inteirinha em uma cidade pequena no interior do Rio de Janeiro. Paraty foi pra mim o paraíso na terra durante longos anos. Nunca passei necessidades e não me recordo de haver tido um pedido negado por meus pais. Eles foram pais simplesmente maravilhosos. Minha mãe era um doce de mulher e meu pai um homem durão que se desmanchava em mimos e carinho comigo. Sempre fui a jóia preciosa dos meus pais e, sempre me senti dessa forma, quase invencível. Sempre pude ter tudo que quis, menos ela.

­Ela, Juliana Medeiros, a menina mais linda da escola desde sempre. Lembro como se fosse hoje o primeiro dia de aula na mesma escola que ela, eu não tinha mais que oito anos quando meus pais decidiram me mudar para a escola em que James estudava, afinal, já éramos os melhores amigos e meu pai amava o sorriso em meu rosto quando íamos à casa dos pais dele negociar pescado. Eu sempre fui muito recluso, mas com James a brincadeira parecia não ter fim. Ele e Gabriel já estudavam juntos e a empatia com ele foi instantânea, viramos o trio confusão da escola.

Meu comportamento só mudava quando "ela" estava por perto. Quando iluminava tudo com aquele sorriso e quebrava todo encanto quando gritava como louca.

- Porque está me olhando moleque idiota? Não chegue perto de mim, sou linda demais pra você. - foram essas as primeiras palavras que ouvi de sua boca pequena e rosada, mas que descobri com o tempo, poderia ser muito venenosa.

Até hoje me pergunto onde foi que me perdi. Quando deixei que o homem forte e determinado em mim, cedesse lugar a um completo imbecil quando estou perto dela. Ela me domina de um jeito que não consigo evitar. Pensar em Juliana com outro homem me trás a mente pensamentos assassinos e, isso é péssimo.

Quando ela prometeu a mim e ao Gabriel que ficava conosco em troca de a ajudarmos a ficar com James, foi como se mil facas atravessassem meu peito, porém o desejo que sentia por ela, aliado ao medo de perdê-la me fizeram concordar com sua sandice.

Ela saiu do mar revoltada por não ter conseguido seu objetivo.

- Fique calma Juliana, ele só não está afim. É um imbecil por dispensar uma garota como você. - disse tentando acalma-la, mas foi em vão.

- Me diga Rafael: Eu sou feia? Estou gorda? Tenho mal hálito? - ela disse me encarando tão perto que eu perdi o ar e quase não consegui emitir a resposta.

- Claro que não Juliana, você é perfeita.

- Se eu sou perfeita Rafael, porque o babaca do seu amigo não quis ficar comigo? Ande, me diga. - ela tinha ódio no olhar.

- Ele é um bobo, Juliana, ainda não sabe o que é uma mulher bonita de verdade. Eu sim sei reconhecer uma, - disse me aproximando dela, tentando abraça-la. - Eu posso ser o cara que vai tratar você como você merece ser tratada.

Uma madrugada de Verão - Série Estações - Livro 1 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora