Finados

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Era uma noite estrelada, com poucas nuvens negras encobrindo o brilho incandescente da lua cheia, quando caminhava pela rua para assumir mais um plantão noturno no hospital. Ao receber o plantão, sou informado de três pacientes graves no setor. Daqueles nas quais, não tem mais o que fazer. São pacientes em fase terminal. Por volta da meia-noite, estava no posto de enfermagem. Corredor vazio, mais a sensação de ser vigiado era muito grande. Um arrepio subiu pelas costas, congelando a cervical e a cabeça. Os pelos dos braços se arrepiavam, quando, de repente, um homem bate no balcão e fala;

 - Foi só passar a procissão e ela faleceu.

 - Que procissão? – Falei para o acompanhante de um dos pacientes grave.

 - A procissão com as freiras na frente e pessoas atrás. – Disse acompanhante. 

 - Amigo. Fiquei aqui o tempo todo e não vi ninguém passar por aqui. Naquele instante veio mais uma acompanhante chorando. 

- Meu pai morreu. 

 - Coincidência, minha tia acabou de falecer também. –Disse o rapaz que viu a procissão. E logo veio a outra acompanhante e falou;

 - Enfermeiro. Minha mãe acabou de falecer.

 - Vocês viram a procissão? – Falou o rapaz para elas. 

 - Eu ouvir uns sussurros, mas ao olhar no corredor e não vi nada. Foi neste momento que observei que minha tia não respirava mais. 

 - Procissão dos mortos. – Falou o rapaz. 

 Aquela foi a última noite que passei a meia-noite sozinho no posto de enfermagem em noite de finados.

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