Capítulo 1 Samantha

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Mais um dia nesse inferno. Eu me pergunto até quando vou ser obrigada a fazer isso, me pergunto quando vou conseguir sair desse lugar. Quando poderei viver uma vida de verdade? Onde eu não seja obrigada a fazer o que eu não quero.

Estou andando por um corredor estreito com varias portas, ele tem uma cor vermelha que muitas vezes me deixa tonta, vou andando e olhando para cada porta, e, a cada uma que eu passo, ouço gemidos, muitos deles forçados. Quando, finalmente, paro na porta de número vinte, eu fico olhando para ela, sem coragem de entrar. Uma porta com tribais talhados nela, cor branca em detalhes negros. Fico ali olhando e rezando para que por trás dela não esteja nenhum daqueles porcos imundos que costumam estar por aqui em uma sexta feira.

Quando entro, meu coração gela, pois, eu sei que hoje não vai ser nada boa a minha noite, na minha frente está o senador do Rio de Janeiro e tudo o que posso dizer sobre ele, é que ele é um cara nojento.

O senador Rogerio, tem tudo para ser o sonho de qualquer mulher, olhos azuis, cabelos loiros, uma barba rala que lhe dá um ar sexy e um sorriso que sei que faz muitas suspirar, muitas mais não eu, pois sei de tudo o que esse homem é capaz de fazer para atingir o seu próprio prazer, sem se importar com quem está com ele.

Me aproximo dele com um enorme sorriso no rosto - por dentro quero mais é sair correndo sem nem me dar ao trabalho de olhar para trás - mas, sei que isso não será possível. Termino de entrar e fecho aquela maldita porta.

- Olá, minha querida, como que você está? Tenho que reconhecer que está, cada dia, mais linda. - apenas abro um sorriso falso e isso faz com que ele se aproxime mais, ele parece não notar minha cara de nojo e, se nota, parece não se importar.

Ele me faz deitar na cama e fica parado me olhando, vejo desejo em seus olhos, desejo em me torturar, em seus lábios teem um sorriso sádico, e isso me apavora. Ele anda pelo quarto com uma corda em suas mãos, alisando-a como se fosse uma pessoa pelo qual tem muito carinho, depois olha de mim e de volta para ela, vindo em minha direção. Sei que ele vê o meu pavor, pois não sou capaz de disfarçar. O Senador manda que eu estique meus braços para cima e que estique minhas pernas fazendo com que eu fique como um X. Não sou mais capaz de olhar para aquele homem, ele me causa medo e repulsa. Tudo o que eu quero é que isso acabe, fecho meus olhos com toda a força quando sinto o primeiro nó ser feito.

Tudo o que eu consigo sentir nesse momento é nojo, nojo de mim, nojo desse porco, sinto repulsa. Esse homem desperta o pior em mim, tenho tanta vontade de pegar uma faca e cravar em seu peito, se ele soubesse não estaria aqui me fazendo deitar em seus braços. Ele me diz que quer conversar comigo, mas, tudo o que quero é sumir.

- Eu tenho uma surpresa para você, daqui a três dias nós vamos para um evento. - diz, passando suas mãos em meu rosto e me abraçando em seguida, depois se levanta e vai até sua carteira e, de lá, retira um talão de cheques, ele assina e me entrega.

- Quero que você vá com Fernando até uma ótima loja e compre tudo o que for necessário para nossa noite.

Saber que terei que passar uma noite inteira com ele não me agrada.

Sei que muitas mulheres matariam para estar em meu lugar. O senador é um homem muito bonito, mais seu gosto um tanto peculiar na hora do sexo faz com que ele me cause nojo.

Depois de mais de duas horas, sendo obrigada a fazer coisas que eu não gosto nem de lembrar, vou até o vestiário que tem no clube e tomo um banho, me esfrego até ficar toda vermelha, mais sei que isso não será capaz de me fazer sentir limpa. Depois do banho, quando acho que posso pegar minhas coisas e ir para o quarto fora desse inferno, Fernando entra e me diz que tenho mais dois clientes. Ele me diz que eu teria que ficar com os dois juntos, e isso faz com que meu coração pare de funcionar por alguns segundos. Eu nunca fiz isso, nunca fiquei com dois caras ao mesmo tempo, e saber que terei que fazer chega a me dar arrepios.

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