Capítulo 5 Samantha

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Antoni. Esse era o nome que não me saiu da cabeça durante a noite de ontem.
Depois que o senador viu que eu estava falando com ele, ele ficou possesso, me xingou e me ameaçou de tudo que era possível. Tudo isso, logicamente, sem ninguém escutar, ficamos na festa mais uma hora antes de, infelizmente, ter que ir embora. Antes de sair, eu procurei por Antoni pelo salão e avistei-o perto da cozinha, o senador apertou meu braço para que eu andasse e isso aumentou ainda mais meu medo, pois eu não teria para onde fugir, se antes já ia ser horrível, agora, que ele está com raiva, vai ser ainda pior.
Ao pararmos na porta do hotel, fico olhando lá para dentro e vejo como a vida é engraçada, uns tendo tudo e outros como eu tendo que vender o próprio corpo para pagar uma dívida que não é nem minha. Quando o motorista abre a porta eu respiro bem fundo e desço. Ao entrar, vamos à recepção, o senador vai até a recepção e depois volta com um cartão nas mãos e quando está perto de mim me puxa pelo braço. Estamos em frente ao elevador esperando que as portas se abram ele sussurra em meu ouvido palavras que me deixam com medo.
- Te garanto que você não esquecerá tão cedo essa nossa noite.
Ao escutar isso, meu corpo se arrepia todo. Dentro do elevador ele fica passando a mão pelo meu corpo e beijando meu pescoço e eu sinto uma vontade tão grande de vomitar. Ver-me ali naquele espelho, com ele atrás de mim dando a entender, a quem vê pela câmera de segurança, que somos um casal feliz, quando na verdade eu estou me segurando para não dar na cara dele e sair correndo.
O elevador, finalmente, para, eu tento sair, mas quando eu coloco o pé para fora, ele me puxa novamente e aperta meu braço, me arrastando até a porta da suíte e, ao passar o cartão e a porta se abrir, meu coração gela, lá dentro há quatro homens altos e fortes, eu olho para o senador e na sua boca tem um sorriso sóbrio que me arrepia toda.
Ele me levou para o centro do quarto e mandou que todos se aproximassem.
- Rogerio, por favor, eu nunca fiz tal coisa, não estou preparada...
- Mas, é por isso mesmo que eu mandei todos esses homens virem aqui hoje. – ele anda pelo quarto. - Eu andei pensando e resolvi que não queria fazer uma coisa que você já sabe como que é. Eu quero fazer com você uma coisa nova, uma coisa que você não conheça, eu não quero ser igual a nenhum que já esteve com você. Quero que você vá até eles e fique no meio deles.
- Rogério, por favor, não me obrigue a fazer isso. – eu peço já com lágrimas nos olhos. Vendo que eu não me movimento ele me empurra.
- Rapazes, nossa convidada especial está com vergonha, venham até aqui venham se divertir.
Eles chegam perto de mim já retirando a roupa, começo a chorar, pois o medo me domina, sei que meus olhos refletem meu medo, porque no rosto de Rogério o um sorriso sádico continua estampado.
-Vamos rapazes, não temos a noite toda! – ele diz já sem paciência.
Eles me tocam, com suas mãos grandes, sujas, me apertam, beliscam meus seios e passam a retirar a minha roupa.
O cara que está na minha frente tenta me beijar e eu viro meu rosto.
- Quero que você o beije, Samantha, mas, que você o beije com vontade.
Meu estômago se contrai, eu o beijo, mas sinto nojo, repulsa, ele segura minha cabeça com força. O senador, que até então estava apenas observando, se aproxima e pede que retirem minha calcinha, se posicionando entre minhas pernas.
- Serei o primeiro a sentir teu gosto essa noite, em seguida, eles vão te devorar. – quando ele começa a me chupar, eu não sinto nada além de nojo, tudo o que consigo pensar é que tenho que sumir o mais rápido possível. - Vire! – não faço, então, ele aperta minha carne. - Eu disse pra você virar. – me força a ficar de quatro e passa a me foder, violentamente, puxando meu cabelo tão forte que sinto que a qualquer hora vou ficar sem meu couro cabeludo.
Enquanto estou sofrendo com ele atrás de mim, aparece outro em minha frente, eu o olho com medo e ele sorri.
- Abra essa linda boquinha e me chupe.
Eu não abro minha boca e ele me força.
- Eu acho melhor você abrir por bem, ou farei você se arrepender.
Eu abro e ele coloca tudo com força, quando, finalmente, ele retira eu olho para o Rogério, agora a minha frente, e ele está sério.
- Por favor, faça-os parar. – digo em prantos.
- Não! Eu não os farei parar, a nossa brincadeirinha está apenas começando.
- Isso mesmo, gatinha, tudo isso está apenas começando, eu serei o próximo a brincar com você. – um homem diz ao rir.
- Você está falando demais. – diz o senador empurrando minha cabeça para que eu volte a chupar o cara. - Ocupe essa boquinha suja.
- Nossa, Rogério! Essa é uma puta de primeira hein?! Que boquinha maravilhosa que ela tem! Mas agora quero saber se esse cuzinho é tão gostoso assim.
Eu me debato tentando sair, mas, eles são mais fortes, e me segurando tampando a minha boca.
O senador dar uma risada, escarnecendo de mim.
- Farei com que você nunca mais se esqueça dessa noite, quero que você se lembre disso que vai acontecer, toda a vez que sorrir para algum homem.
- Eu... Eu não fiz nada demais, Rogerio, ele que chegou em mim, eu estava apenas sendo educada.
- Mas, comigo, você não faz a mínima questão de ser educada e, olha que eu sempre lhe deixo ótimas gorjetas sem aquele babaca do Fernando saber.
A forma com a qual ele diz aquilo me faz ficar encolhida na cama, apenas para ser arrastada enquanto o homem grande investe contra mim fortemente. Sinto-me quebrada, perdida, humilhada e suja.
Eu choro. Mas, o senador se diverte muito com isso.
Os outros homens, que até o momento só estavam olhando, começam a ficarem nervosos, todos querem participar ao mesmo tempo, o que estava me currando por trás dá uma última estocada e finalmente goza, eu sinto um alivio quando ele sai de dentro de mim.
- Nossa! Como essa puta é apertada! – diz ele, enquanto acaricia minha bunda com ambas as mãos.
Meu corpo estremece e não é de prazer.
Sempre finjo que estou sentindo prazer com os clientes, porém, hoje eu não consigo. A cada toque que eles me dão, minha vontade é de chorar, gritar e vomitar. Estou me sentindo tão suja. Humilhada e vazia. Quero que isso acabe logo.
- Também quero foder essa putinha ruiva! – diz um dos caras.
Estou mantendo meus olhos bem fechados. Não quero ter a imagem desses monstros em minha cabeça. Já é o bastante ter eles em minha pele.
- Também quero foder essa delícia, mas... Quero foder esse cuzinho. – diz outro.
Há uma risada vinda de um deles, mas não faço questão de saber de quem. O cara que estava a pouco me violentando me puxa para ele bruscamente. Minhas costas ficam grudadas em seu peito suado. Ele me segura com uma das mãos em meu pescoço e a outra ele usa para me tocar.
- Espero que você aprecie ser fodida por dois ao mesmo tempo, sua vadia. – ele diz ao meu ouvido. - O senador disse que você era nosso brinquedinho hoje... Então, vamos aproveitar cada segundo com esse seu corpinho delicioso.
Tento sair de seus braços, mas é uma luta perdida, perto daqueles brutamontes eu simplesmente desapareço. Quem dirá ter força para lutar com todos eles. Quando os dois brutamontes então se preparando para fazer a dupla penetração o celular de Rogério toca.
- Ei vocês, calem a boca que eu preciso atender.
Ele fala por alguns minutos e suas feições mudam. Quando ele desliga, se vira para nós com raiva em seus olhos.
- Por hoje, a nossa brincadeira acabou, terei que resolver alguns problemas. E não vou deixar que você se divirta sozinha.
Ao ouvi-lo dizer isso, mesmo sentindo dor pelos apertões que recebi quando eles estavam me segurando eu sorrio, pois o alivio me domina. Ele vendo meu sorriso vem até mim e me segurando pelos cabelos me arrasta e me joga no chão.
- Vá se arrumar, tenho que te deixar com Fernando antes de ir para o meu compromisso.
- Me deixe apenas tomar um banho...
- Não! Você vai assim mesmo não tenho tempo para ficar esperando você tomar um banho. – diz já se recompondo.
Naquela noite, me senti pior que em todas as outras.
Ao entrarmos no carro, sua cara para mim é de nojo.
- Você realmente é uma puta, deixou que todos aqueles homens tocassem em você... – diz.
- Como se eu tivesse tido alguma escolha.
- Mas, é claro que você tinha escolha, você poderia dizer para mim que não queria fazer e ponto. Mas, você não tentou me convencer nem um pouco do contrário, então é óbvio que aquilo era o que você queria. Isso mostra a rameira que você é.
Olho para ele não acreditando em seu cinismo, nunca tinha visto alguém tão cínico em toda minha vida, ele é frio e joga baixo, quando paramos em frente à boate ele praticamente me joga para fora do carro eu entro pela lateral e já dou de cara com Fernando me esperando.
- O que foi? – ele pergunta quando o encaro.
- Por que está aqui?
- O senador me avisou que estava te trazendo, você não tem a chave, lembra?
- Pensei que deixaria a porta aberta como dá outra vez.
- E correr o risco de alguma de vocês fugirem? Não, não, eu prefiro ficar aqui esperando.
Quando ele termina de falar me manda para meu quarto, e diz que amanhã terei o dia cheio. Eu não entendo o que ele quis dizer com isso, pois, não trabalho de dia.
Chegando ao meu quarto, vou tomar meu banho para que dê tempo de Fernando não desconfiar o que planejo. Depois de mais de meia hora com o chuveiro ligado e eu arrumando minhas coisas para cair fora daqui, fecho o chuveiro, coloco uma roupa bem confortável e pego tudo que vou precisar, principalmente meu dinheiro dentro do colchão.
Tenho economizado toda vez que Fernando me dá dinheiro para que compre algo que preciso e juntando com as gorjetas que ganho sem que Fernando saiba, tenho um bom dinheiro que me ajudará a sobreviver por algum tempo até que possa sair do país tranquilamente.
Pego um grampo e finalmente consigo abrir a tranca da janela, olho para todos os lados para ver se algum dos capangas do Fernando está rondando por ali, quando vejo que está tudo tranquilo eu pulo, não é alto, apenas um andar, por sorte não me machuco e nem faço barulho. Verifico mais uma vez para ver se não vem ninguém e corro até o portão, como sou pequena consigo passar pelas grades do portão.
Quando finalmente estou na rua eu corro, corro como se não houvesse amanhã, corro como se minha vida dependesse disso, o que na verdade depende. Depois de mais de dez quarteirões correndo eu finalmente paro, respiro e tento achar um taxi, como não acho, vou andando depressa até que finalmente encontro um ponto de taxi, entro no primeiro e peço que ele me deixe o mais longe possível da cidade.
Ele pega uma rodovia que, pela placa, sei que é a Presidente Dutra, ele anda por mais ou menos uma meia hora até que mando ele para em um porto de gasolina, minha intenção é pegar algum ônibus para fora daqui, afinal, se for de taxi vou acabar com meu dinheiro. Pago e desço do carro.
Entro em uma lanchonete ali, peço um café e um pão com manteiga mesmo.
Vejo uma atendente e resolvo perguntar para ela sobre os ônibus.
- Olá, boa noite! Aqui passa algum ônibus que vai para fora do Rio?
- Tem sim, mas agora está fechado, abre daqui a duas horas mais ou menos, o terminal fica aqui do lado, logo depois das bombas de combustíveis.
- Obrigada! Eu vou sentar ali para esperar. – digo apontando para as mesas do fundo.
- Ok! – ela responde com um risinho.
Resolvo que vou esperar, afinal é quase de manhã e Fernando não dará por minha falta até que vá me acordar perto da hora do almoço, então, ainda tenho tempo. Eu estou tão, mas tão cansada acabo dormindo encostada na mesa, só acordo quando uma garçonete acaba derrubando uma bandeja perto de mim e eu acordo assustada. Ligo meu celular e vejo que já passa das dez da manhã, caramba como pude dormir tanto assim, tenho que dar um jeito de sumir daqui o mais rápido possível. Levanto pegando minhas coisas e vou procurar o tal terminal que ela disse.
O local está fechado, então, eu me dou conta de que hoje é feriado. Merda! Como vou fazer para sumir daqui?
Fico ali pensando para onde vou. Então, avisto, do outro lado da estrada, um motel. Resolvo ficar ali até o dia seguinte, sei que será arriscado, mas, não posso ficar lá no restaurante, onde milhares de pessoas podem me ver.
Após, finalmente conseguir atravessar a bendita rodovia, peço um quarto para a recepcionista, ela me olha meio desconfiada e pergunta se não tem mais ninguém, digo para ela que não, que sou apenas eu.
Durmo praticamente o dia todo, só quando a fome aperta que eu acordo. Olho o cardápio do motel, mas tudo lá é caro e não tem nada que me agrade, então resolvo que vou até o restaurante do outro lado para comer alguma coisa.
Já passa das oito da noite, quando entro e me sento no fundo, ligo meu celular vendo que tem, pelo menos, três ligações da minha irmã, ligo para ela na mesma hora, quando ela atende está chorando.
- O que aconteceu, meu amor? Porque está chorando, você está bem?
- Samys, quando você vai vir para cá?
- Em breve, meu amor, em breve. Mas, por quê? Aconteceu alguma coisa, a tia está te tratando bem, né?
- Sim, mas, ela não é você, vem logo.
- Oh, meu amor, por mim eu já estaria aí, mas, infelizmente, não é assim que funciona, tenho muita coisa para resolver aqui ainda, tenho que ter certeza de que papai está em segurança...
- Você não soube né?
- Não soube de que? – pergunto, já temendo.
- O papai, ele está em um hospital penitenciário em estado grave, eles ligaram para a titia e eu escutei tudo escondido, ela disse que vai para ai essa semana...
- Não! Ela não pode vir para cá, e muito menos trazer você, muito perigoso. Você não pode deixar que ela faça isso. Deixe que eu vá lá para ver como ele está, amanhã ligo para ela e explico tudo.
- Tudo bem, eu estou com saudades do papai, espero que ele fique bem, não quero perder mais ninguém.
- Você não vai perder ninguém, Mili, eu não vou deixar, vou fazer de tudo para que o papai fique bem, eu prometo.
Eu desligo o telefone e só agora percebo que há lagrimas em meus olhos, sei que papai não presta e que é por culpa dele que passei por tudo isso, mas, ainda assim, ele é meu pai. Fecho meus olhos e faço uma oração para meu pai, e quando abro, levo o maior susto de toda a minha vida, na minha frente está Antoni, me olhando confuso.
- O que você está fazendo aqui? – Ele me pergunta, mas, da minha boca não sai uma só palavra. E agora o que vou dizer se ele perguntar algo sobre ontem?
- Acredito que isso não seja da sua conta! – ataco.
Estou cada vez mais nervosa.
- Nossa! Calma! Só perguntei por que pensei que era namorada do senador e, sendo namorada dele, um restaurante de beira de estrada não seria o lugar ideal para você frequentar.
- Se eu sou ou não namorada dele e se estou aqui você não tem nada a ver com isso, a não ser que você vá dar com a língua nos dentes.
- Eu não vou falar nada. Apenas fiquei curioso, não precisa ficar na defensiva desse jeito não.
- Me desculpe é que não estou tendo um bom dia, e acho que acabei descontando em você. – olho sem graça. - Quer sentar? – resolvo ser amigável porque ele pode me ferrar se falar com Rogério.
- Eu quero, sim... Mas, você ainda não disse o que faz aqui, isso me deixou curioso mesmo.
Ele sorri meio sem jeito e isso me fascina, que sorriso mais lindo, mas mesmo assim ele ainda está sendo intrometido. E, na minha situação, isso não pode ser bom.
- Não querendo ser ignorante, mas, já sendo, eu não estou nem um pouco a fim de dizer o porquê de estar aqui. Você não tem nada para fazer além de me perturbar não?
- Na verdade não, eu gostei de te ver assim toda nervosinha.
Reviro os olhos e o sorriso dele se amplia. Como pode alguém ficar cada vez mais bonito a cada vez que você o olha? Quando vou mandá-lo para o espaço e me deixar em paz, meu pedido chega e minha fome fala mais alto do que a vontade de fazê-lo sumir.
Começo a comer e ele fica apenas me observando.
- O que foi?
- Você come engraçado.
- O que você quer dizer com isso? Que eu pareço uma palhaça comendo?
- Não! Eu apenas achei engraçado, porque não estou acostumado a ver uma mulher comer sem frescuras, geralmente elas comem apenas folhas e um pingo de comida, já você não, você come com vontade, sem medo de engordar.
- Então, você só está acostumado a essas frescas por aí.
Ele me analisa por certo tempo e depois sorri, quando ele vai falar alguma coisa, o telefone dele toca e ele atende. Pelo que pareceu, ele terá que resolver uns problemas na parte nobre da cidade. Uma ideia me surge e quando ele desliga eu digo.
- Eu escutei que você vai pra Gávea e será que você poderia me dar uma carona? Depois de lá dou um jeito de chegar ao meu destino.
- Para onde você precisa ir?
- Eu preciso resolver uns assuntos pessoais...
- E o Senador? Ele sabe que você está fora de casa a essa hora?
- Preciso da carona, mas, está sendo intrometido. Se não quiser dar a carona, tudo bem. – percebo meio tarde que não posso ser orgulhosa nesse momento, ele continua me analisando, então, resolvo mentir. - Brigamos! Eu não quero ter que voltar para casa. Tenho parentes... – não termino ao olhar os olhos dele.
- Olha, eu tenho apenas que resolver um problema que surgiu no meu serviço, mas se você puder ir comigo e esperar apenas alguns minutos, eu posso te levar ao seu destino.
- Obrigada, você está me ajudando muito.

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