Capítulo 02

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-Esse lugar é divino. Eu amo a comida daqui.

-Eu já disse que você é uma morta de fome?

-Já. Thomas! Pare de roubar minhas batatas!

-Mas elas estão tão boas. Ele fala rindo enquanto coloca uma batata frita na boca.

Nós já estamos na sobremesa quando seu celular começa a tocar, ele atende, mas não consigo entender sobre o que é a conversa. Ele olha pra mim animado, com seu sorriso torto e não consigo deixar de sorrir também.

-Você não vai acreditar! Fala ao desligar o celular.

-O que?

-Sabe o cara dos Estados Unidos? Ele vai dar uma festa super chique e cheia de pessoas ricas e renomadas, pode até aparecer um famoso por lá. E meu pai foi convidado e nós vamos também.

-Nós? Esse 'nós' me inclui?

-Sim Melanie! Nós vamos pros Estados Unidos! Ele abre um sorriso de orelha a orelha que faz seus olhos cor de chocolate brilharem, e eu sorrio animada junto com ele.

-Espera. A festa é quando?

-Semana que vem.

-Mas eu não tenho roupa chique. Meu Deus, eu preciso de um vestido!

-O que você acha de tirarmos a tarde de folga e procurar um vestido pra você?

-Nós podemos fazer isso?

-Hoje sou eu que faço as regras, baby.

Nós pagamos a conta e vamos direto para o shopping, em busca do vestido perfeito. Thomas comprou um terno azul escuro na primeira loja que entramos, enquanto eu já estava na quarta loja e não tinha encontrado nada.

-O que você acha desse? Falo erguendo um cabide com um vestido.

-Todos os vestidos que você me mostrou até agora são pretos. Você só conhece essa cor?

-É uma cor neutra. Pra ninguém reparar em mim. Não quero usar cores chamativas.

-Pra ninguém reparar em você? Melanie, você é linda! Todos deveriam ter a chance de admirar essa obra de arte que é você em um vestido lindo.

-Desse jeito você me deixa envergonhada. Falo abaixando a cabeça.

-Mas é verdade. Quer saber? Eu é que vou escolher seu vestido. Ele diz enquanto me puxa pela mão, saindo da loja.

-Onde nós vamos?

-Essa loja é a favorita da minha mãe. Ela sempre compra aqui os vestidos que vai nas festas de gala com meu pai.

-Nossa, parece tudo muito chique.

-Olá, posso ajudar? Diz uma moça se aproximando.

-Nós queremos ver os seus melhores vestidos, pra essa moça aqui. Diz Thomas.

A mulher mostra uma arara com vestidos de todas as cores e tamanhos, e eu logo avisto um preto longo.

-Olha esse, é bonito vai.

-É legal. Vai lá experimentar que eu vou separar outros pra você.

-O que você entende de vestidos? Digo rindo.

-Nada, pra falar a verdade. Mas, eu consigo imaginar o que vai ficar bem em você. Por favor, deixa eu escolher se não você vai querer ir com um vestidinho preto sem graça. Fala com seu sorriso torto no rosto.

-Tá bom. Falo revirando os olhos e ele beija minha testa.

No provador, coloco o vestido e ele fica longo demais, eu não sou tão alta. Ouço alguém bater na porta.

-Mel, já separei os vestidos.

Eu abro a porta e ele me entrega quatro cabides com vestidos.

-Eu quero que você me mostre cada um deles.

-Ok, Senhor Thomas. Digo rindo.

O primeiro vestido é amarelinho e longo, Thomas me olha rindo, eu pareço uma banana gigante. O segundo é rosa, mas é muito apertado e parece que meus seios vão sair pra fora a qualquer momento. O terceiro é azul escuro e ficou maravilhoso.

-Então? Falo ao abrir a porta.

-É lindo!

-Sim, eu amei!

-Calma, ainda tem o último.

Volto pro provador e coloco o vestido vermelho. Ele é lindo, tomara que caia, longo e com uma fenda da metade da coxa até o final do vestido. É lindo, mas muito extravagante. Saio do provador.

-Você está incrível! Diz Thomas se levantando do sofá, com os olhos brilhando.

-É muito bonito, mas eu prefiro o azul.

-Melanie, esse te deixa muito mais bonita. Combina com seus cabelos castanhos-escuro. E... te deixa sexy.
Ele diz me olhando pelo espelho da loja.

-Você acha? Mordo o lábio inferior ao olhar meu reflexo no espelho.

-Eu tenho certeza, é esse.

Acabo comprando o vestido vermelho. Depois nós voltamos para o escritório, pra mim pegar meu carro, e ele aproveitou pra ver se tinha algum recado com a secretária.

-Obrigada pela ajuda, Thommy.

-De nada, Mel. Agora vai pra casa, amanhã nós vemos direito a viagem com meu pai.

-Certo, tchau.

Eu o abraço e beijo sua bochecha, depois vou embora.

Muito Mais Que Um AnoOnde histórias criam vida. Descubra agora