Capítulo 41

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Ele sorriu. O que eu não soube se foi um sorriso sincero ou cínico. Ele se aproximou de mim, tocando meu braço e eu subitamente dei um passo para trás.

-O que foi? Está com medo de mim?

Tentei manter o foco e ser o mais forte possível.

-Você ficou louco? Você me persegue, me ameaça, e depois me faz colocar um vestido e prepara um jantar? Porque? Porque você fez isso? Se quisesse me encontrar ou falar comigo podia ter agido como uma pessoa normal. Ah meu Deus! Como eu pude me esquecer! Você matou um inocente! Porque Dylan, porque? Eu estava gritando, estava fora de mim, e ele estava tranquilamente me observando surtar.

-Circunstâncias, Melanie. Apenas isso. Você não estava me levando a sério e você precisava saber que eu não estava para brincadeira. Mas você pode ficar calma, eu nunca te machucaria.

-É mesmo? E todas aquelas mensagens? Quando me perseguiu de carro ou me observou pela janela?

-Desculpe, acho que eu exagerei um pouco nesse sentido. Mas desde o dia que eu soube que você estava no Canadá eu só pensava em te encontrar.

-Você poderia ter me ligado como uma pessoa normal ao invés de mandar mensagens anônimas.

-Você não ia mais atender ao telefone se soubesse que era eu. E o seu namoradinho não ia deixar você me encontrar. Tá vendo? Da minha maneira foi muito mais fácil.

-Inacreditável... bom, se era só isso, agora eu já sei o caminho e posso voltar outro dia, vou tirar esse vestido e...

-Não. Eu preparei toda essa comida e agora você vai se sentar aqui e comer comigo! Ele foi tão ríspido que me deu calafrios. Sentei tensa na cadeira, enquanto ele se sentava na outra ponta da mesa, e começava a me servir. Ele serviu champagne e frango. Dei apenas uma beliscada no prato.

-E não é que você e Justin finalmente se reencontraram? Achei que isso nunca aconteceria. Era muito mais fácil tirar você de perto daquele outro cara, o Thomas. Eu perdi a oportunidade, deveria ter agido antes.

-Como você conhece o Thomas?

-Melanie, eu sei tudo que acontece com você.

-O que? Você por acaso é detetive ou algo do tipo?

-Claro que não bobinha, eu tenho outras pessoas que fazem isso por mim.

-Eu não me sinto nada confortável em ser vigiada, se você puder parar, por favor, o que quiser saber pergunte a mim mesma.

-Eu faço isso a tanto tempo e você nunca nem notou, pode ficar tranquila.

-É sério, você não precisa disso.

-Mel, você sabe que eu sou apaixonado por você desde a época da faculdade.

-Mas perseguir alguém... isso não é saudável.

-Não é saudável? Se as coisas são assim a culpa é sua que preferiu ficar com aquele playboyzinho. Você realmente acha que vai ter ele todo pra você? Ele é jogador de futebol, pode ter a mulher que quiser. Mas se você ficar comigo... eu nunca te trocaria por nenhuma outra mulher.

-Olha, a comida estava muito boa, mas eu preciso ir embora.

Levantei da mesa e em questão de segundos Dylan estava na minha frente, me prensando contra a cadeira.

-Você não vai a lugar nenhum.

-Dylan, por favor...

-Shh! Ele colocou seu dedo indicador sob os meus lábios, e jogou o peso de seu corpo mais pra cima de mim. Ele colocou a mão na minha perna, pressionando minha coxa, e eu ofeguei. Sua respiração estava muito perto do meu rosto e seus olhos grudados nos meus.

-Dylan, é sério, eu preciso ir embora agora.

-Eu sei que você me deseja como eu te desejo. Sempre desejou. Você só quis ficar com Justin porque ele é rico, coisa de mulher, eu entendo. Mas agora eu não sou mais um garotinho do interior, eu sou muito rico e você não precisa nem trabalhar mais, vem morar comigo, não precisa mais escrever petições nem se preocupar com processos, aliás, estou demitindo você agora, está livre pra ficar comigo.

-Me demitindo?

-Sim, eu sou o dono dos escritórios Fray. Esse é meu sobrenome, você não se lembra? É graças a mim que você tem um emprego.

-O que? Então isso nunca foi mérito meu?

-Ei, eu só dei um empurrãozinho, você é a melhor advogada que eu já tive, e eu não estou dizendo isso só porque é você.

-Eu não acredito nisso!

-Relaxa você não precisa mais disso. Ele começou a beijar meu pescoço e de repente, puxou com força o vestido, o fazendo rasgar na perna.

-Me solta! O empurrei com força, o fazendo cambalear um pouco pra trás, e saí correndo. Tentei chegar até a porta, mas ele conseguiu me alcançar, me impedindo de abri-la. Eu cai no chão, com a força que ele depositou contra a porta. Dylan me segurou com força, me fazendo levantar.

-Você foi muito mal criada mocinha. Ele me arrastou pelas escadas e me levou até o quarto 8, me jogou na cama, saiu e trancou a porta.

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