Capítulo 13

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Justin me levou para o seu quarto, já que era a suíte master e teria uma sala com sofás aconchegantes para que pudéssemos conversar. Sentei no enorme sofá branco e ele no outro em minha frente.

-Que ironia do destino não é? Nos encontrarmos assim, depois de tanto tempo. Comecei a falar.

-Eu realmente não esperava por isso.

-Mas o que te trás aqui? Você é advogado, juiz...

Justin abre um sorriso enorme antes de responder.

-Não. Nenhuma das opções. E nem nada relacionado a direito, porque aliás, eu nunca terminei a faculdade.

-Não? Pergunto confusa.

-Eu sou jogador de futebol.

Fico surpresa, mas abro um sorriso enorme. E aí me lembro que Thomas disse que tinha um jogador aqui.

-Então você seguiu o seu sonho, meu Deus, Justin, eu estou tão feliz por você! Meu sorriso se amplia mais ainda, o fazendo sorrir também.

-Sim, uma vez uma pessoa me disse para seguir meus sonhos e não fazer o que meus pais queriam, foi o que eu fiz.

As lágrimas vieram, mas não as deixei caírem, eu que tinha dito isso pra ele, na noite da nossa primeira vez.

-Os seus pais aceitaram numa boa?

-Quando eu disse que ia largar a faculdade, meu pai quase me matou, eu disse que aquilo não era pra mim, que meu sonho era ser jogador de futebol, minha mãe sabia, era ela que me levava nos treinos quando criança, então ela foi a primeira a ceder. Meu pai só aceitou a situação quando eu estava ficando famoso por aqui.

-Deve ser legal ser famoso.

-Eu não sou famoso mundialmente sabe, a maioria que me conhece é daqui. É legal reconhecerem seu trabalho mas quando as pessoas te param a cada segundo na rua e colocam um celular na sua cara, não é nada legal.

-É, essa parte é ruim... mas então, que relação você tem com o senhor Taylor?

-Ah, ele é um dos meus patrocinadores, esse cara é muito rico! Falou rindo.

-Percebi, esse hotel aqui é maravilhoso!

Então ficou aquele silêncio novamente.

-E você, como anda sua vida?

-Eu estou trabalhado como advogada, eu gosto do que faço. Às vezes eu fico irritada e quero largar tudo, mas no fundo eu gosto.

-Parece que você anda ficando muito irritada então. -Ele diz e ri, eu também rio.-Afinal você trabalha em um dos maiores escritórios de lá e foi convidada pelo próprio dono, isso não é pra todo mundo.

-Espera, como você sabe que o dono do escritório me convidou? Seu rosto ficou sério, parece que ele não tinha pensado antes de falar. Ele ficou quieto por um tempo, e eu continuei o encarando, com uma sobrancelha levantada, esperando a resposta. Então ele respirou fundo e falou.

-Ryan me contou.

-Ah Ryan... e porque ele te falou isso?

-Porque eu perguntei. Eu queria saber sobre você.

-E o que mais você sabe? O que mais ele te contou? Justin se remexeu no sofá, se aproximando mais de mim, passou a mão nos cabelos e me olhou nos olhos.

-Eu sei o quanto você sofreu quando voltou pra casa, que você entrou em depressão, que você se sentiu totalmente perdida e que no meio disso tudo, ainda teve que enfrentar a separação dos seus pais.

Eu já estava chorando, me lembrado de tudo.

-Porque você quis saber? Porque?

-Porque eu precisava, eu tinha que saber como você estava.

-Você precisava saber da minha dor? Precisava ver o quanto eu estava sofrendo?

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