Capítulo 13

103 7 0
                                    

Dormir abraçada com Camila tinha acabado de virar minha coisa preferida no mundo. Pensei enquanto ouvia seu voz delicada tentando me acordar, apertando levemente meus ombros. Me recusei a abrir o olhos, enfiei minha cabeça ainda mais em sua barriga. Ela notou meu despertar e falou num sussurro

- Lo, não olha agora, mas o paçoca tá sentado quase em cima da minha cabeça, olhando pra gente sem piscar.

- É assim mesmo, ele sempre acorda antes e fica esperando pacientemente que eu levante. - a tranquilizei sem abrir meus olhos e aconcheguei minha cabeça em seu estomago, tentando voltar a dormir.

- Isso é um pouco assustador, você não acha? - Ela sorriu fazendo cafuné em minha nuca.  

- Não, isso quer dizer que ele é um cachorro muito inteligente. Só aprenda com ele, ok? Espere que eu acorde sozinha. - Falei ainda firme no propósito de voltar a dormir, enfiei minha mão por baixo de sua camiseta, sentindo suas costas quentinhas, e tentei me entregar ao sono mais uma vez. 

- Mas eu tô sem sono, e pelo visto o Paçoca também, vamos tomar café? Eu sempre acordo cheia de fome... - ela insistiu

Suspirei um pouco irritada, soltei Camila e rolei na cama de costas pra ela, abraçando um travesseiro e me acomodando.

- Eu lhe mostrei todo o apartamento ontem, você sabe onde fica a cozinha. Mi casa és sua casa. - Falei com a voz rouca de sono e tentei dormir pela centésima vez.

- Alguem aqui não é uma pessoa da manhã. - Ela falou se jogando nas minhas costas e beijando meu rosto com cuidado. 

Não respondi nada. Ela acabou desistindo e saiu do quarto batendo o pé. Sorri satisfeita e me entreguei ao sono. Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei com a voz de Camila impaciente atrás de mim

- Estou tentando ignorar o fato que você me deixou tomar café sozinha após a primeira noite que dormimos juntas, mas ser obrigada a assistir uma série chamada 'O Superciclone' é demais, Lauren! Levanta e vem dar um jeito na sua tv.

Avistei a figura do Paçoca borrada, ele ainda estava me esperando quieto, deitado sobre suas patas. Ao ver meus olhos abrindo, seu rabo começou a balançar e ele pulou em cima de mim fazendo festa e lambendo minha orelha. 

- Bom dia, Paçoquita - O abracei sorridente e dei vários beijos em seu pescoço. Me virei pra ver uma Camila emburrada, de braços cruzados e batendo o pé direito no chão. - Cara, aquele ciclone destruiu a costa da India. Qual é o episódio que tá passando?

Ela me olhou com a cara de 'você tá mesmo falando sério?'. Contive uma gargalhada e levantei coçando os olhos rumo ao banheiro. Pelo espelho vi Camila entrando logo atrás de mim, baixei a cabeça pra colocar a pasta na escova e comecei a escovar os dentes.

- Porque o paçoca ganha bom dia, beijos e abraços e eu não? - Ela falou encostando seu quadril na bancada, os braços ainda cruzado em seu peito. 

Continuei escovando os dentes sem pressa. Depois guardei a escova e fiz um rabo de cavalo frouxo pra poder lavar meu rosto. Camila ficou me olhando com uma cara chateada. Então estendi a toalha, me virei e de frente pra ela, a abracei e esperei pacientemente que ela se rendesse. Após alguns segundos, sorri ao notar que ela estava me abraçando de volta. 

- Porque você, pequena, vai ganhar um bom dia especial.

Desci minha boca para o seu pescoço e chupei seu ponto de pulso, assim que acabei, dei um sopro na região que estava avermelhada, e comecei a espalhar beijos por todo o seu maxilar, indo em direção a sua boca. A beijei sem pressa, passando minha lingua por todos os cantos de sua boca, Camila deixando que eu controlasse o beijo sem oferecer nenhuma resistencia. Segurei sua cintura e a coloquei em cima da bancada, me encaixei entre suas pernas e voltei a beija-la. Minhas mãos subiram pelas suas costelas, parando na lateral de seus seios. Separei nossas bocas e voltei a sugar seu pescoço, ouvi seu gemido e sua respiração pesada, enquanto ela segurava minha nuca com força.

- Eu... nunca... com mulher... - Ela tentou falar.

Coloquei minhas mãos por debaixo de sua camisa, e comecei a massagear seus seios. Levantei minha cabeça para olha-las nos olhos e vi aquela imensidão castanha brilhando em chamas, seu cabelo bagunçado e seus lábios inchados me deixaram mais louca ainda de desejo. Um sorriso sacana surgiu em meus lábios, mas Camila impaciente puxou meu moletom e voltou a unir nosso lábios. Desci a mão direita pela sua barriga, brincando um pouco no seu ventre. Camila apertava meus braços com força e desceu a boca para o meu pescoço, o sugando com força. Seu despero me deu confiança e coloquei minhas mãos dentro de sua calça, afastando sua calcinha pro lado, a sentindo completamente molhada. Sem mais espera, colei minha boca na sua e a penetrei com dois dedos. Ela separou o beijo, arfando um pouco, pra logo depois começar a gemer gostoso. Beijei seu maxilar repetidas vezes, enquanto aumentava o ritmo, Camila rebolando desperada pra atingir o orgasmo. Levei meus lábios a sua orelha e comecei a chupa-la. Notando seu corpo ficar tenso, sinal de que já estava chegando ao ápice, falei sussurrando no pé do seu ouvido:

- Bom dia, amor. - E então ela explodiu me agarrando como se sua vida dependesse disso. Passei os braços pela sua cintura enquanto ela encostava a testa no meu ombro, ambas ofegantes. Ela distribuiu vários beijos em meu pescoço lentamente, enquanto nossas respirações voltavam ao normal. Sabia que tinha algo estranho e logo descobri o que era.

- Cadê o paçoca que não tá aqui nos atrapalhando?

- Eu o tranquei no closet. - Camz falou com uma expressão de menina sapeca, me arracando uma gargalhada. Separei um pouco nossos corpos e tirei sua blusa, ela levantando os braços pra me ajudar. Logo depois tirei a minha também, a desci da bancada e fomos em direção ao box, onde Camila retribuiu o favor, a dedicação vencendo facilmente a falta de experiência. 

---

Passamos o resto do sábado deitadas no sofá com o paçoca, comendo besteiras e assistindo National Geographic. No fim da tarde, Matos veio ao meu apartamento e ajudou Camila com seu tcc usando meu computador. Queria que ela dormisse de novo comigo, mas não queria pressionar nada, Camz era importante demais pra que eu colocasse tudo a perder por falta de paciência. No jantar ela me fez trocar o hamburguer sagrado do sábado por pizza, mas bebemos fanta laranja porque eu ainda tinha que manter alguma moral.

Domingo fomos almoçar com minhas amigas, Dinah também foi e eu tava mais do que feliz ao ver que todo mundo se deu bem. Só não mais feliz que Normani, que ficava repetindo que Dinah era sua alma gemea e que aquilo só podia ser o destino. Embora na minha opinião, aquilo só era Beyonce. Após deixar Camila em casa, ficamos trocando mensagens  até tarde, parecia que nunca teríamos o bastante uma da outra. Pela primeira vez durante meses, não senti  medo, porque eu estava feliz de novo, e mais do que feliz, eu estava profunda, completa e irrevogavelmente apaixonada.  
 

AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora