Capítulo 14

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A semana foi passando devagar, Camila estava muito ocupada com as coisas do seu estágio e da universidade, mas sempre dávamos um jeito de nos encontrar. Dinah almoçou com a gente algumas vezes, ela apoiava totalmente nossa relação, mas deixou bem claro que não me deixaria impune caso eu quebrasse o coração de sua amiga.

Na sexta cheguei já pela tarde a J+I, o dia estava muito corrido, tinha acontecido um imprevisto numa obra e a situação estava me estressando demais. Ao chegar no escritório, marquei uma reunião com os outros engenheiros para o fim do expediente, o dia pelo visto seria longo.

Ao entrar na minha sala, constatei supresa que em cima da minha mesa tinha uma caixinha com yakisoba, franzi a testa querendo saber quem era o responsável por aquilo. Ao chegar mais perto, notei que tinha um bilhete e o abri ansiosa.

"Dia difícil, amor? Ainda bem que dias dificeis são a especialidade dos super heróis. Eu sei que seu Nagami não abre pro almoço, mas ele ficou feliz em fazer o seu hoje. Pelo visto você é a cliente preferida dele. E é também a minha pessoa preferida. Quanta sorte, Jauregui! 
Estou morrendo de saudades, bom apetite.
Sua pequena."

Sentei na mesa e comecei a comer, estava tão feliz que não conseguir evitar cantarolar um pouco. Vero entrou na sala e sorriu ao me ver sorrindo.

- Passei pra saber se já tinha comido algo hoje, mas vejo que você tá muito bem.

- Hoje é sexta. Dia de yakisoba! Esse foi Camila que me deu. - Falei com uma empolgação quase infantil, mostrando a caixinha como se fosse um troféu.

Minha amiga riu balançando a cabeça e sentou na cadeira a minha frente, cruzando as pernas.

- Não estou dando conta desse doce de vocês. Como foi o pedido namoro?

- Não pedi ainda. - Falei brincando com meu almoço. Continuei ao notar o olhar questionador de Vero. - Eu fico com medo dela não querer assumir um relacionamento comigo. Ela só namorou homens ate agora.

- Não acho que isso será um problema. No dia da comemoração de Dinah era bem óbvio que vocês duas estavam juntas, ela lhe apresentou para todos os amigos dela e tudo mais. Vocês vivem saindo pra jantar e andam de mãos dadas pra todo canto. Camila não age como se quisesse esconder o que vocês tem. Não perca tempo, Lauren. Nada vai realmente mudar após oficializarem, mas é bom deixar esse tipo de coisa bem claro.  - Analisei as palavras da minha amiga, ela tinha razão.

- Essas coisas tem que ser especiais, preciso pensar em algo.

- Nunca achei que ia te ver assim, Jauregui.

- Eu já namorei antes, Veronica.

- Camila é diferente e você sabe disso. Qualquer pessoa consegue ver que você tá apaixonada - E começou a falar como se eu fosse um bebê. - E isso é tão bonitinho, minha menina tá crescendo... - Sorri de lado, um pouco sem jeito com suas palavras. 

Aquele papo de oficializar relacionamentos me lembrou Lucy, puxei o assunto e conversamos um tempo sobre isso. Vero a tinha conhecido na Universidade, Lucy fazia publicidade e era um ano mais nova que nós. Passaram quase dois anos em um rolo sem fim, minha amiga era cabeça dura demais pra reconhecer que estava totalmente apaixonada. Após a formatura, elas começaram a morar juntas. O jeito impulsivo e ás vezes ácido de Vero estranhamente combinava com a doçura de Lucy. O casamento era um passo óbvio e eu estava muito feliz ao ouvir minha amiga concordando com isso. Vero então voltou ao trabalho e mandei uma mensagem pra Camz antes de fazer o mesmo

"Depois que você entrou na minha vida, não tenho mais dias difíceis."

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No sábado pela tarde, parei o carro embaixo do prédio de Camila e mandei mensagem avisando que tinha chegado. Eu estava ansiosa pra ve-la novamente, tinha chegando super tarde em casa no dia anterior e ela estava ocupada com o seu tcc, então não tínhamos nos visto.

Ela entrou sorridente e senti imediatamente seu cheiro bom se espalhando pelo carro, a abracei e lhe dei um beijo cheio de saudade. Ela me apertou de volta, segurando minha nuca e relutando um pouco em soltar minha boca. Demos alguns selinhos antes de nos separar completamente e limpei a mancha do meu batom vermelho que tinha ficado em seus lábios. Camila tinha sugerido que fôssemos ao cinema, concordei imediatamente e parti em direção ao shopping.

Andávamos de mãos dadas olhando as vitrines, eu não gostava muito de fazer comprar, mas não reclamei de entrar em cada loja que minha pequena queria. Acabei lhe dando uma sandália de presente e ela me deu um coturno novo. Subimos em direção ao cinema e ficamos analisando os filmes em cartaz. 

- Gosto de filme de terror e de ação. Odeio comédia e também não quero drama. - Falei olhando nossas opções.

- Houston, we have a problem... - Falou fingindo usar uma escuta. Ri com sua bobice, ela pareceu satisfeita em me fazer sorrir. - Então não nos sobra muita coisa. Tudo bem assistir desenho então?

- Problema solucionado. Ninguem sabe disso, mas eu já assisti todos os filmes da disney e os da universal também... na verdade já vi todos os filmes de desenho animado já lançados até hoje  - Falei exagerando um pouco, como se aquela informação fosse ultra secreta, arrancando uma gargalhada de Camz.

Assistimos "Minions". Camila riu muito durante filme, enquanto comia sua pipoca e a minha. Ao fim da sessão, a convidei pro meu apartamento e ela aceitou facilmente. Passei o caminho de volta inteiro implicando e chamando-a  de Stuart, o Minion viciado em bananas. Por mais que ela negasse, a semelhança era óbvia. Fomos recebida por Paçoca, que fez uma festa grande ao me ver. Ao notar a presença de Camila, ele hesitou um pouco, mas acabou colocando as patinhas em suas pernas, aceitando seu carinho. 

Não sei qual das duas começou, mas quando dei por mim, já estávamos nos beijando como se o mundo estivesse acabando, Camila passou as mãos por dentro da minha blusa, arranhando minhas costas. Apertei sua bunda com vontade e ela com um impulso colocou suas pernas em volta da minha cintura. Quando ela começou a dar mordidas em meus lábios, nos levei em direção ao quarto com pressa, ignorando os latido do paçoca. Separei o contato de nossas bocas pra poder abrir a porta, segurando mais forte ainda sua bunda, tentando aguentar seu peso. Já do lado de dentro, empurrei suas costas na parede e ajustei o encaixe dos nossos corpos, voltando a beija-la. Quando nosso ar acabou, desci a boca em direção ao seu pescoço. Senti sua garganta vibrar quando ela falou com uma firmeza impressionante, considerando nosso estado.

- Paçoca, passa já pro closet!  
 

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