No calor dos meus braços

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Já se fazia uma semana que o casal haverá sumido do mapa, os dedos tamborilavam sobre a madeira da mesa, fazendo um som irritante a seus próprios ouvidos, Madara transbordava impaciência.

Nagato e Konan, por mais que tentassem, não conseguiam compreender o porquê daquele mau humor diário naquele homem, eles nem se quer conseguiam se aproximar do Uchiha, pois o mesmo os intimidava apenas com um mero olhar de gavião.

O pensamento era traiçoeiro, mesmo se recusando aquilo, a possível imagem de Itachi com Sakura não lhe agradava os ânimos, muito pelo contrario, o envenenava constantemente.

- Que merda é esta que estou fazendo?! – questionou-se ao se levantar. – Eu não vou me sujeitar a isso! – saiu da sala, transitando sem rumo pelo prédio.

...

Quase um mês depois do ocorrido e Madara finalmente pareceu estar sabendo lhe dar com sua personalidade cruel, tirou de sua cabeça as mais diversas formas de tortura que havia psicoticamente inventado para o casal.

Depois de muito se frustrar sobre não conseguir encostar um relis dedo na Haruno, mesmo que em pensamento, decidiu encarar aquele maldito acaso como um aviso. Talvez fosse melhor assim, ficar longe dela e da criança. Talvez Itachi soubesse lhe dar com a situação melhor que Madara, tendo em vista as malditas lembranças de seu passado, aquelas em que nada pode fazer para evitar a desgraça que se abateu sobre sua família, convenceu-se que Itachi seria o melhor para seu filho.

Em sua sala, assim que entrou encontrou os demais em pé frente a sua mesa o aguardando.

- Que caras são essas? – notou certa ansiedade neles.

- Isso aqui está um tédio – Zetsu falou, recebendo uma encarada séria de Madara.

- O que você quer? Um parque de diversão? – foi irônico.

- Na verdade, senhor Madara, pensamos em outra coisa – Konan se pronunciou, evitando uma possível discussão desnecessária no momento. O Uchiha fez questão de levantar a cabeça e encarar aquela mulher de cabelo azul com arrogância. – Pensamos em ir até Konoha.

- Podem ir! – foi rude. – É um favor que me fazem sumindo de minhas vistas! – sentou-se sem um pingo de paciência.

- Voltaremos dentro de uma semana – dessa vez fora Nagato que tomou a frente, ele melhor do que ninguém sabia lhe dar com o gênio daquele homem. – Faremos isso todos os meses – Madara olhou desconfiado.

- Faremos? – satirizou, tendo em mente que não havia autorizado aquilo.

- Não estamos pedindo sua permissão – bateu de frente. – Estamos avisando!

- Hum! – ignorou a audácia do outro, fechando os olhos e dando um "sorrisinho".

O silêncio tomou conta do local, não tinha ninguém falando pelos corredores ou até mesmo na hora do almoço, estava tudo em um absoluto silêncio. Nem mesmo as poucas pessoas que trabalhavam naquele prédio diziam qualquer sussurro que fosse, era apenas Madara e seus malditos pensamentos.

Uma visita inesperada e inconveniente poderia mudar os ares daquele ambiente, não só os ares, mas o humor do Uchiha também.

- Senhor Madara? – uma mulher idosa que ali trabalhava bateu em sua porta.

- O que queres?! – soou grosseiro, como sempre.

- O senhor tem visita – apenas disse, se retirando em seguida.

Uma estranha sensação tomou seu corpo, jurou ter sentido as pernas tremerem por meros segundos ao se levantar, seu coração acelerou em ansiedade e a mente criou a imagem da possível visita.

Esquecendo o passado para viver o presenteOnde histórias criam vida. Descubra agora