Amor recíproco

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- Você não precisa ir se não quiser, pode ficar mais uma noite conosco ou até Itachi voltar. Tenho medo de que você tenha outra crise, Sakura.

- Vai ficar tudo bem, não precisa se preocupar, os pesadelos não são decorrentes, lembra?

- Mesmo assim! – birrou como se fosse uma irmã mais velha.

- Até logo!

Assim que chegou em sua casa Sakura preparou algo para comer e abriu as janelas, esperando que com isso o vento levasse embora todo aquele cheiro de casa velha. Sorriu ao olhar para a foto em sua estante e, se lembrou que aquilo que fora um dos efeitos positivos que Madara dera para si.

Antes que o cansaço pós refeição lhe obrigasse a ir dar um cochilo, a mulher entrou em seu antigo quarto e ficou imaginando como poderia arrumá-lo para seu bebê se Itachi concordasse em sair do distrito Uchiha para morar ali. Deu um leve suspiro e passou a mão sobre sua barriga, tendo um pouco de preocupação sobre a ida do Uchiha até a vila da chuva.

...

Um rangido acordou a Haruno que dormia com a porta do quarto aberto, assustada a mulher se levantou as pressas arrumando o cabelo até chegar à sala.

- Itachi? – olhou confusa, não compreendendo o olhar dele sobre si. – Está tudo bem? Conte-me sobre como foi lá – descontraiu, sentando no sofá em seguida.

Parado a frente da porta o homem se controlava para organizar o pensamento e não cometer uma loucura, aquela mulher parecia completamente inocente de qualquer coisa que ele a tentasse culpar. Por dentro, Madara realmente esperava mais do que aquelas perguntas por parte dela, era de se esperar uma mínima troca de carinho já que os dois vivem juntos.

- Você não... – não teve palavras para exigir explicações naquele momento tão sereno em que a via sentada no sofá com sua barriga elevada.

- Bom, você deveria comer, ainda tem comida no forno – sorriu, não se permitindo transparecer preocupação, pois queria muito saber o que havia acontecido em Amegakure no Sato, mas sabia que mais do que ela, Itachi também precisava de um tempo antes de começar a falar.

- Não estou com fome – apenas disse sem desviar os olhos dos dela.

- O que há de errado? – receosa a jovem já mantinha a mão nervosa a frente do peito. – Você está me assustando, Itachi.

Itachi, Itachi, Itachi... Madara esperava que houvesse mais aproximação entre eles ao invés de toda aquela distancia.

- Sinto muito – se aproximou com cuidado, sentando ao lado dela. – Você está bem? – tentou chegar mais perto e por a mão sobre a barriga dela, no entanto...

A mulher não demonstrava conforto em sua presença.

- Ei! – se afastou repentinamente. – Eu não quero que me toque – quase gaguejou -, sabe, eu não me sinto a vontade – aquilo deixou Madara extremamente surpreso. Que porra de relação era essa que os dois tinham afinal?

- Por quê? – até havia se esquecido que nada sabia sobre eles e muito menos sobre a convivência entre ambos.

- Você sabe! – sentou-se de lado, ficando de frente para ele antes de por uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. – Eu passei três meses naquele hospital, eu realmente não me sinto a mesma – desviou os olhos e tornou a encará-lo, como se realmente precisasse se justificar. – Desculpe.

Madara deu um mínimo sorriso de canto, Itachi era mesmo insignificante, e ao que tudo indicava, eles não tinham uma relação tão solida quanto pensava.

Esquecendo o passado para viver o presenteOnde histórias criam vida. Descubra agora