Capítulo XI

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Cap. XI

  Dia nove, o meu dia de anos, convidara todos, porque a bem ou a mal faziam parte da minha vida, Santiago e Matilde, Rodrigo, Inês, Lucas, Beatriz, Raquel...

  Não começou lá muito bem, estávamos num bar meio separados até que pedi a Santiago que juntasse mais Raquel ao grupo, ele olhara para Matilde, um olhar sincero e direto, pedindo calma, ela lá aceitou, contra a sua vontade mas... Mais tarde, sentados em volta, Santiago encontrava-se no meio de Matilde e Raquel, e com uma cerveja na mão, já não era a primeira, Santiago contara uma piada ao grupo, todos nós rimos bastante até que Raquel se encostara um pouco mais a Santiago, fazendo assim com que este entornasse um pouco de cerveja para cima de Matilde. Ela ficara fula, gritara com ele, ele não gostou, também o defendi, entretanto ela olhara de uma forma desprezível e ciumenta para Raquel, ainda ela a rir da piada, com isto e já tarde, Matilde acabara por sair disparada. Logo a seguir, Beatriz e Inês despediram-se felicitando-me, Raquel também não ficara muito mais, um beijo demorado, todos ficámos a olhar, "amanhã passo em tua casa", estando tocado ninguém ligou e ficámos, nós os rapazes, a beber.

  "E tudo acabara ali, aquele dez de Agosto que marcara tudo e todos e por último, Miguel, acabaria por cumprir o sonho de Santiago". 

  Dez da manhã, não era tarde nem cedo, quer dizer, para o dorminhoco e neste caso ressacado Santiago, talvez fosse um pouco cedo. O seu telemóvel tocara e assim o acordara. Ele nem viu quem era, apenas sonolento, atendeu, "Olha amor, podes abrir a porta?". Ele com os olhos meio abertos e meio fechados, nem se preocupara em vestir, abrira a porta, assim mesmo como dormiu, de boxers estava ele, recebera um beijo, os lábios dela estavam gelados, nem isso o acordara. Ele seguira para o quarto de novo, devagar e sorrateiramente a porta fechara-se atrás deles, tão sorrateiramente como se aproximava o fim de Santiago, ela não se apercebera.

  Com cuidado ela pousara a mala em cima de uma cadeira que ele tinha no quarto, ficara a observá-lo, a relembrar momentos passados naquela mesma cama, logo a seguir perdendo o pensamento no corpo de Santiago, diga-se que era um físico invejável, aqueles braços dignos de um bom guerreiro, de ombros largos e um tronco bem definido, qualquer uma se perderia só de passar a mão naqueles peitorais e abdominais suavemente salientes, bem feito, ora ele, como um Deus do Olimpo. Ela despira-se e acabara por se deitar ao lado dele, abraçou-o, ele suspirou, "desculpa o que te fiz ontem e tudo o que errei antes..." Santiago beijara-a e apercebeu-se logo que aqueles não eram os lábios de Matilde, abrira por fim os olhos, era Raquel que estaria a seu lado, ele não acreditara no que acabara de fazer. Já Raquel chorando "Tenho tantas saudades tuas, nossas, Santiago eu errei, mas perdoa-me, ainda é possível" quem me dissera isso fora a minha prima Rita "nada é impossível", ele ficara incrédulo, outro beijo de Raquel, acabara por se deixar levar.

  Raquel passou para cima de Santiago, beijando-o, acariciando-o, faziam-no de forma tão intensa, os seus corpos roçavam um no outro. Raquel e Santiago seduzindo-se, provocando-se, excitando-se... Num movimento mais lento, ouve-se como vindo de longe um "aaahhh" em forma de suspiro fresco, arrepiante e arrepiado, num dos beijos, Raquel morde o lábio de Santiago e este como se já não estivesse neste mundo despira o sutiã dela, os seus corpos tocando-se mais intimamente, desejosos um pelo outro, suavam, parecia que Santiago acabara de sair do banho e apenas ao de leve uma toalha tivesse tocado no seu corpo. Raquel parara, de joelhos em cima de Santiago com movimentos sedutores, despira o que faltava despir e depois de um sorriso maroto, Raquel cai e começa a beijar o pescoço dele, descera beijando-o no peito e abdominais, uma mordida no fim do mesmo e despira a Santiago também o que ele mantivera vestido desde que havia chegado.

  Santiago repentinamente agarrou-a, virando-a, deitando-a e encostando-se por cima dela sussurrou ao seu ouvido "Raquel..." esta tapando-lhe a boca calmamente "shiu...", abraçou-se a ele, envolveram-se, movimentos tornaram-se mais intensos porém vagarosos, apaixonantes, mexiam-se como possuídos pelo calor um do outro, levantavam-se, giravam, em pé, sentados, deitados, agarravam cabelos, puxavam comprazer, "possuídos", mas....

  Matilde entrara comigo no quarto de repente, Santiago dera-me a chave caso alguma vez fosse preciso alguma coisa, ela vinha surpreendê-lo e fazer as pazes, o plano perfeito, "teoricamente", apenas tiveram tempo de se tapar com lençóis, Raquel escondera-se atrás de Santiago, já Matilde, um ato isolado e triste desatou a chorar, nunca havia visto assim ninguém, atirara contra Santiago o saco que tinha na mão, este com a eventual surpresa, sai a correr, Santiago chorando e olhando para Raquel que não tivera a culpa toda, mas a pobre coitada não era inocente e aquele rosto lindo não sabia onde se meter.

  Dia quinze de Agosto, depois de cinco dias tentando falar com Matilde, soubera por Beatriz que ela se dirigia para sua casa.

  Matilde quando lá chegou, relembrando o momento visto, não aguentou, fez da loucura a sua melhor amiga e enfrascara-se em comprimidos. Santiago quando chega, encontra-a deitada no chão com vários comprimidos e rosas brancas na mão, aquele rosto impagável de um homem que julgava ter perdido a vida, deixou pequenas mensagens, uma para mim e outra a Raquel, suicidou-se.

  Quando entro naquele quarto, para ver de Santiago, encontro-o juntamente com Matilde deitados no chão, ele já morto, ela não! Raquel chorava e chorava agarrada à mão dele, nunca esquecerei...

Santiago - uma vida com direito a todos os sentimentosOnde histórias criam vida. Descubra agora