XLIX

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Despejo todo o conteúdo de meu estômago... e mais um pouco.

Tomo várias respirações curtas antes de tentar me levantar de minha posição agachada para a privada. Escovo os dentes apressadamente e volto para cama.
Fecho os olhos e conto até dez mentalmente para não fazer barulho. Outra contração em meu estômago me levam em disparada para o banheiro. Vomito novamente se é que isso é possível, minha barriga está vazia e tudo que sinto é uma ânsia sufocante.
Me apoio na parede sem forças.

De novo não, de novo não...

Espero alguns minutos para me assegurar que terminei e caminho devagar em direção ao quarto. Não fui tão silenciosa como planejei pois ao entrar dou de cara com um Jeff muito acordado.

- O quê você tem?

Faço uma careta e não respondo até estar na cama. Suspiro ao descansar minha cabeça dolorida no colchão fofo.

-- Eu não sei. Devo ter comido alguma coisa estragada.

-- Coisa estragada? Como assim coisa estragada? Eu posso ter comido isso também? - Ele arregala os olhos parecendo horrorizado com a ideia.

-- É com isso que você está preocupado? Com você?

-- Não, claro que não... - Ele nega mas eu não acredito nem um pouco.

Estreito os olhos para ele.

-- Hey, vem cá - Ele abre os braços. Balanço a cabeça e isso faz com que o enjoo aumente mais.
Resmungo baixinho e me aninho em seu peito fechando os olhos.

-- Tem certeza que você não pisou em alguma aranha de novo? - Ele diz sarcasticamente.

É isso. Com um"cala boca" irritado disparo tapas por seu corpo e como sempre acabamos entrando em uma briga como duas crianças desordeiras.

-- Oh não... - engulo em seco enquanto ele continua animado com a brincadeira, com meus pulsos presos em suas mãos. -- Sai da frente, sai da frente! - Saio correndo para o banheiro na mesma hora que Jeff afrouxa seu aperto sobre mim.

Sem tempo para privadas vou em direção a pia.
Ao terminar olho para o lado ofegante. Jeff está apoiado na parede de braços dobrados, tenso.
Escovo os dentes novamente e passo por ele indo para cama. Sinto seus braços fortes me puxarem para si, dessa vez sem gracinhas.

-- A quanto tempo você está assim?

Olho para cima onde os fracos raio de sol clareiam o teto de tijolos. -- Desde a madrugada.

-- Isso faz horas! Porquê você não me chamou?

-- Não havia nada que você poderia fazer - e também eu não queria que ele me visse assim.

-- Você já tomou algum remédio?

-- Não tem. A não ser que eu queira um sonífero ou... - Prendo a respiração e paro de falar abruptamente me sentindo culpada.
A um tempo atrás eu o droguei com soniferos para poder escapar e salvar David.

David...

-- Então há algo que eu possa fazer - Ele diz tranquilamente depois de um momento de silêncio desconfortável. Solto a respiração tão aliviada que me sinto cansada. Fecho os olhos, desfrutando de nossa proximidade. Depois de horas acordada por causa de minha indisposição estou exausta.

-- Sarah?

-- Hmm?

-- Você ouviu o que eu disse?

A Prisioneira de Jeff The Killer Onde histórias criam vida. Descubra agora