Memórias

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Eu não confio em ninguém
Eu nem confio em minha mente - Hippie Sabotage, TRUST NOBODY

Jeff:

Assim que ela desaparece em direção ao quarto do garoto,viro-me de costas, a raiva por pouco controlada

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Assim que ela desaparece em direção ao quarto do garoto,viro-me de costas, a raiva por pouco controlada.

Raiva por ter perdido o controle. De novo.
Raiva por ter assustado a Sarah.
Raiva. Tanta raiva.

Ter ela se explicando para mim, se explicando por jack, assustada, só foi combustível a mais para minha raiva. Eu não queria assusta-la, ou a eles. Eles deviam estar seguros comigo.
Maldição, eles deviam estar seguros!

A noite estava indo como o esperado, até que eu senti o toque da mão de jack, na minha.
O garoto não fez de propósito, caralho, mas ao sentir seus dedos em minha pele, desencadeou uma carga elétrica como se um raio se partisse em meus nervos, a repulsa sobre meus próprios atos forte demais para suportar.

Eu devia ter usado luvas. Qualquer maldita coisa seria preferível a ele tocando nessas marcas impuras.

Eu não posso suportar a ideia de contamina-lo, com minha podridão.

O garoto é como Sarah.

Eu sei que ela se preocupa com ele, eu vejo em seus olhos, mas não há razão alguma.
Eu vivi com o mal dentro de mim. Eu o nutri, o encorajei, e tive minha cota dele, mais do que muitas pessoas sequer sonhará que existe, e eu sei quem o tem.

O mal emite uma frequência.
Tal frequência é percebida por outros como eu,
talvez não para amadores, descuidados imbecís.
Ela é como um imã. Muitas vezes fui atraído para essa frequência.
Mas a criança é como Sarah.

E eu não poderia estar mais contente com isso.

Ouço os passos dela, lentos. Me viro, recompondo minha expressão, para um ar de tranquilidade.

— Podemos ir? — Ela pergunta com uma tentativa de sorriso.

Mais uma vez eu me pergunto o que eu fiz para merecer tamanha sorte. Vê-la como agora, tão fudidamente perfeita.
Provavelmente foi o maior pecado universal feito a uma pessoa, juntá-la a alguém como eu.
Ou ela é uma recompensa de toda minha existência desgraçada.
Minha recompensa. Só minha.
Aceno com a cabeça em concordância, pois novamente, me vejo perdido nas palavras.

Ela se move em direção a saída e eu a sigo.
Observo seus movimentos suaves, naquele vestido.Ela esteve impecável a noite toda. A perfeita anfitriã. Sorrindo e sendo uma pessoa perfeitamente normal. Feliz. Franzo a testa. Até eu estragar tudo.

— Posso dirigir? - Ela pergunta em expectativa, apontando para o carro.

Levanto as sobrancelhas, pego de surpresa com aquela pergunta.

— Você sabe dirigir?

Ela sorriu — Eu aprendi alguns truques enquanto você esteve fora.

Minha boca se contorce em um sorriso, sem eu poder me conter.

A Prisioneira de Jeff The Killer Onde histórias criam vida. Descubra agora