LXII

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Depois de horas que pareceram intermináveis, quando tudo que conseguia pensar era em Sarah e meu plano arriscado para fazê-la escapar, a esperança começou a se formar em meu interior. Se ele estava demorando tanto so podia significar que ela conseguiu...

Ou ele a encontrou e nesse momento  ela esteja morta.

Não saber se ela continua viva ou não está me corroendo por dentro.
A única distração é a dor.
Ela pulsa por todo meu ombro, onde a bala permanece encravada.
A ferida não é  fatal.
A dor é um fodido pé no meu saco mas nada que eu não possa suportar.

-- Veja quem voltou! Finalmente. Pensei que você não iria conseguir encontrar uma garota perdida na floresta. -jane murmura sarcástica. Seu rosto havia inchado bastante e sua pele envolta da ferida estava num tom vermelho brilhante.

Olho para o lugar em que ela apontou.

Sarah aparece em minha linha de visão. Sinto crescer uma ira desumana em meu interior.

Todo seu corpo está coberto de areia e seu vestido desaparecera, deixando-a de lingerie. Seus passos são derrotados, como um condenado em direção a forca. Mas o que fez com que minhas vísceras se revirassem foi o modo que o desgraçado caminhava atrás dela. Ele a olhava como um animal faminto.

-- Oh... ela parece diferente. Você não acha que ela está diferente Jeff?

Aperto a mandíbula e a fulmino com o olhar.

-- Uh, você está fedendo - Jane reclama e franze o nariz  quando Tobby se aproxima.

-- A vagabunda vomitou em mim!

Jane gargalha.

-- Ora ora, se isso não é interessante...

Olho para Sarah, procurando uma confirmação em seus olhos que ela está bem. Sua expressão é uma mescla de medo e vergonha.
Sinto uma ponta de satisfação por ela ter vomitado no filho da puta. O qhe eu não faria para presenciar esse momento? 
Mas rapidamente o humor se dissipa ao pensar no que ele pode ter feito para chegar a isso.

-- Você o considera tão repulsivo querida?

Jane acaricia Tobby lentamente, sua mão tocando seu braço, apertando  seu bíceps que contrai diante seu toque.

-- Ele não é bom o bastante para você?
Ela espera a resposta que não vem. Sarah aperta os lábios e abaixa a cabeça, se negando a olha-los.

Jane caminha até ela e lhe dá uma bofetada que a faz cair no chão pelo impacto.

Vejo tudo vermelho, a cólera subindo a superfície.

-- Eu lhe fiz uma pergunta!

-- Não!

-- Assim está melhor. Vamos ser verdadeiros não é? estamos entre amigos.

Sarah respira ofegante e seus olhos miram em minha direção. Perco a respiração e uma emoção crua rompe em minha alma. Com apenas aquele olhar que pode parecer um ato insignificante, eu regozijo de exultação.

Depois do conhecimento de meu passado e o que tudo implicava, seus olhos me evitavam.
Como se com isso ela cortasse nosso vínculo.

Não percebi até agora o quanto estava sedento por seu olhar novamente. E agora, não poder retirar a dor e fornecer a proteção  que eles suplicam se transforma em um outro nível de tortura.

-- Vamos acabar logo com isso.

Jane declara em alto tom. Sarah desvia o olhar angustiada.
O momento havia terminado.

A Prisioneira de Jeff The Killer Onde histórias criam vida. Descubra agora