Não pode ser. Não é possível. Depois de tudo que passamos, mesmo depois de todas as dificuldades... aqui esta ela, caída em meus braços, sem cor, sem vida, morta. talvez se tivéssemos fugido, tudo seria diferente.
***Faltando um mês para meu décimo oitavo aniversário, minha mãe decidiu que iríamos nos mudar.
- Mas mãe por que se mudar ? - Perguntei chateado.- Filho aqui não há mais oportunidade de emprego, nós estamos passando por muitas dificuldades, já estamos a vários dias sem água, sem luz e sem nada na dispensa.
- Mas para onde iremos ? - Eu quis saber
- Vamos para a amazônia, morar com seus tios.
- Mas eu adoro esse lugar e não quero me mudar.
Ela ficou com uma expressão bem séria no rosto e então disse.- Heitor Levi você vai e acabou, ainda sou eu que mando nessa casa e arrume suas malas que partiremos em uma hora !
Antes de continuar a história vou dizer algumas coisas sobre minha mãe, primeiro : Quando ela fala meu nome todo é melhor eu obedecer. Pode até se dizer que ela seja uma pessoa calma, mas é melhor não irritá-la. O nome dela é Celina, tem pele escura, assim como a minha. É baixinha e gordinha, mas não se deixe enganar, ela pode ser muito brava quando a irritam. Ela nunca falava muito sobre meu pai, a única coisa que eu sabia é que ele tinha morrido antes de eu nascer, mas ela nunca falava o que realmente aconteceu, não tinha nenhuma foto dele, e sempre que eu tocava no assunto ela ficava irritada e desconversava.
Desde que ele morreu minha mãe tem me sustentado sozinha, não foi fácil, ela suportou bastante coisa, arrumando um emprego aqui, um ali, mas aquele ano já não dava mais, teríamos que nos mudar. Fato este que me deixava extremamente chateado pois eu adorava o Rio de Janeiro.
Eu estava deprimido, eu estava definitivamente deprimido. Aquele era o lugar que sempre morei, gostava de lá, era familiarizado, sem falar nas praias, e em tudo de bom que o Rio tem, afinal, não é chamado de cidade maravilhosa atoa. Eu odeio mudanças e coisas novas, por mim eu poderia viver no mesmo lugar para sempre. Mudar significaria fazer novos amigos, o que pra mim seria super difícil, pois eu sou muito tímido. Sempre tive poucos amigos, passo a maior parte do tempo lendo, tocando violão, vendo Tv e ouvindo música. Vivo sozinho quase o tempo todo e eu já me acostumara a essa vida, isso me desanimava ainda mais, pois eu não tinha ideia de como as coisas sucederiam na Amazônia.
Passados 1 hora, eu já estava de malas prontas.
- Mãe. Já estou pronto ! - Eu gritei do meu quarto.
- Desça, nós já vamos ir ! - Gritou minha mãe de volta.
Então desci pelas escadas e me surgiu uma dúvida... se minha mãe não tinha dinheiro, como chegaríamos até lá ? Resolvi perguntar.
- Mãe ? - Perguntei com uma expressão de dúvida no rosto.
- Oi Heitor, o que foi ? - Ela respondeu, estudando meu rosto, tentando premeditar o que eu ia perguntar, como ela sempre fazia.
- Com que dinheiro vamos chegar até a amazônia ?
- Sua tia pagou tudo Heitor, todas as conduções até lá.
- Ah, entendi.
- Agora vamos - ordenou ela.
Eu nunca tinha visto meus tios, pelo menos não pessoalmente, por dois motivo. Eles moravam muito longe e nós não tínhamos dinheiro. Esta era a primeira vez que minha tia tinha oferecido pagar nossa viagem até lá. Talvez fôsse pela gravidade da situação.
Então nós saímos. Dei adeus a minha casa, a casa que sempre vivi, porém eu tive uma repentina e estranha sensação que aquela não seria a última vez em que eu a veria.
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Floresta Sombria
Fantasy"Eu estava num lugar muito escuro, com árvores imensas e muito densas, de forma que eu mal conseguia ver seu fim. Provavelmente era uma floresta, as árvores eram completamente negras, desde a raiz até as copas. Aparentemente eu estava sozinho, mas d...