Isac e o Concurso.

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   Acordei com a luz do sol batendo no meu rosto, eu não aguentava mais de tanto calor. Levantei já colocando meu biquíni e indo pra praia mais cobiçada do Rio de Janeiro. Aquela água salgada era gelada, mas não era o suficiente pra acabar com o calor. Mergulhei algumas vezes antes de ouvir alguém me chamando.

 - Rita!

    Escuto minha irmã mais velha me chamar,assim que volto a superfície.

 - O que foi?

   Pergunto saindo da água e andando pela areia quente da praia. Então noto que ao lado da minha irmã, estava um homem lindo, definitivamente maravilhoso.

 - Oi ? Acho que eu já te vi la em casa, não?

   Meio que comprimento, olhando para aqueles olhos azuis igual ao mar, eles eram realmente encantadores.

 - Oi, sim. Prazer me chamo Isac.

  O mesmo fala antes de estender a mão, apertando a minha,  já que eu estava encharcada.

 - Então esse é meu...

  Minha irmã começa a falar e vejo a mesma ficar um pouco vermelha, sem saber como completar a frase. Eu já conhecia bem essa cena, ela nunca aprendia como apresentar seus rolinhos, cada mês trazia um pra casa e a cena se repetia. Que pra deixar claro, estou contando os que ela apresentou pra mim, esse estava durando mais, pelo o que ela tinha me falado. Eu já havia visto ele diversas vezes la em casa, mas nunca conversávamos ou algo do tipo.

 - Prazer te conhecer. Você é daqui?

  Pergunto, tentando puxar assunto e livrando ela daquela cena constrangedora.

 - Sou sim. Nunca conversamos direito, peço desculpas por isso, mas sempre que eu chegava você estava de saída...

 - Essa ai não para em casa... - Escuto a Ana comentar,tentando me humilhar, enquanto torço os meus cabelos molhados.

 - Eu simplesmente viajo muito... - Rebato, tentando contornar a situação e procurando a minha toalha, que eu com certeza havia esquecido, mas, cadê minhas roupas?

 - Droga - xinguei baixinho.

 -  O que foi agora? - Escuto minha irmã perguntar atrás de mim, já bufando, como sempre.

 - Eu esqueci minha toalha e roubaram minhas roupas. - Respondo e noto que me distraí muito na água, pior que eu nem vi quem pegou, sem chances de fazer queixa ou algo do tipo.

   Sorte que o meu celular ficou em casa...

 - E como você vai entrar? O síndico vai reclamar se você entrar de biquíni. - Ela fala com sua voz aguda e reviro os olhos parando no seu namoradinho,  que tinha agora o olhar no meu corpo.

 - Veste. - Vejo ele falar meio autoritário e tirar a camiseta preta e me entregando em seguida.

   Agradeço um pouco encabulada por toda aquela situação e sinto seu perfume, droga.

 - Agora podemos ir? - Pergunta uma Ana já batendo o pé, impaciente.

 - Vamos, depois tenho show. - O garoto comenta, enquanto começa a andar com a mão enlaçada na da minha irmã.

 - Você canta? - pergunto curiosa, a maioria dos peguetes da Ana, não tinham onde cair morto. Isto era uma grande avanço.

 - Eu sou guitarrista de uma banda. - Vejo o mesmo dar de ombros, mas com um sorriso maroto no rosto.

 - É uma banda qualquer e nem esquenta, ninguém vai sentir sua falta. No seu show não tem nem cinquenta pessoas, não vão ter prejuízo nenhum. - Minha irmã comenta assim que chegamos no prédio e entra no elevador o puxando junto.

A Viagem De RitaOnde histórias criam vida. Descubra agora