~ PRÓLOGO ~

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O vento batia forte em minha janela, galhos arranhando o vidro, era como naqueles filmes de terror, só que sem um monstro. Embrulho-me e fecho os meus olhos, tento esquecer esses barulhos, só que algo mais assustador veio a minha mente: Já se passaram três meses desde que aquilo ( a outra mãe ) tinha acontecido. E meus pais? não se lembram de nada...

Eu deveria falar? Eles iriam entender?

– Esquece Coraline! – falei há mim mesma.

– O que passou, passou... – Sussurro.

Voltei meus olhos para a janela, e ao som daquela chuva... adormeci.

- *

"APENAS UM SONHO", minha mente indagava.

Estava eu, caminhando sobre o bosque do velho poço, ventava forte, eu estava com meu pijama laranja e meu cobertor azul (que era exatamente igual ao que eu joguei no poço tempos atrás, assim que tive a oportunidade de pedir outro a minha mãe, eu pedi, eu amava aquele cobertor azul e macio).

A lua deixara o céu mais claro.

- Não entendo. O que estou fazendo aqui? – Perguntava a mim mesma enquanto continuava a caminhar em direção ao velho poço.

Um barulho me distraiu, sons de galhos, pegadas... Mas nada apareceu, então voltei a prestar atenção no caminho.

*track!

Ouvi um estalado, olhei para baixo, era um botão...

SIM! AQUILO ERA UM PESADELO!

Peguei o botão e o guardei no bolso do meu pijama, e continuei caminhando até chegar ao velho poço.

- Dizem que ele é tão fundo, que se olhar lá debaixo consegue ver as estrelas em plena luz do dia. - A voz de Wybie ecoou em minha mente, então eu me abaixei e olhei pelo buraco que tinha na tampa de madeira que vedava o velho poço.

Wybie tinha razão, apesar de ser noite, dava realmente para ver as estrelas no fundo dele... Era uma coisa linda, fascinante.

- NADA TERMINOU CORALINE... – Uma voz veio perto de meus ouvidos, fazendo-me arrepiar, olhei rapidamente para os lados.

- Oi? Tem alguém aí? – Perguntei para o nada, só ouvia o som do vento e galhos...

Fui me afastando do velho poço, quando tropecei em algo e cai, era uma pedra, grande, enrolada em um pano azul... Então, percebi que aquela pedra, era a mesma pedra que eu e Wybie enrolamos a chave da pequena porta e jogamos no poço.

- Mas porquê? O que ela está fazendo aqui? – Tudo começou a girar, e ficar branco...

- NÃO!! – Acordei assustada, e suada. Olhei para janela, e já estava dia, e como primeira tarefa do dia, eu já sabia o que deveria fazer, ou melhor, conferir...

Coraline - A segunda ChaveOnde histórias criam vida. Descubra agora