TRÊS

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2014

Eu estava fisicamente exausta. Só de pensar que ainda teria uma longa noite pela frente, meus pés fraquejaram.

[6:46:08] Benjamin Carver: Pronta?
[6:48:15] Liz G. Harvey: Estou chegando em casa, mas não se preocupe :)
[6:49:34] Benjamin Carver: Já saí do escritório, o trânsito está horrível. Como está o seu pai?
[6:52:01] Liz G. Harvey: Donna me ligou essa tarde para dizer que ele não quis comer o dia inteiro, mas pelo menos está aceitando sucos e vitaminas. Vamos ver como fica até amanhã. Se for o caso, cancelo meus compromissos da tarde.
[6:53:56] Benjamin Carver: Sim... Agora vá se arrumar. Quando eu chegar, vou subir para dar um alô para seu pai.
[6:54:21] Liz G. Harvey: Ok. Vou correr aqui.

Donna, a cuidadora de papai, me apontou duas caixas na bancada da cozinha assim que eu entrei em casa.

- Aquele moço bonito veio deixar aqui mais cedo. Você tinha acabado de sair.

Ri. Eu estava com Ben há tanto tempo e Donna nunca o chamou pelo nome.

Ela estava lendo um livro espiritual para ele porque acreditava que a força do pensamento o faria se recuperar de algumas sequelas.

- Boa noite Donna, boa noite papai. – Sorri para eles.

Todos os dias eu agradecia a Deus por ter Donna em nossas vidas.

O carinho com que ela cuidava de papai era notável e me sensibilizava na maior parte do tempo. O modo como ela tocava nele com cuidado e doçura, como ela tinha paciência para as teimosias dele. Encontrá-la foi uma benção sem tamanho.

Uma animação começou a crescer dentro de mim quando peguei meus presentes e corri para o meu quarto.

Dentro da maior caixa, estava um vestido vermelho perfeitamente dobrado.

Apesar de ter uma manga curtinha, ele deixou a maior parte do meu colo descoberto e ia até quase meu joelho. Um modelo evasê simples, que eu combinei com um scarpin e bolsa à tiracolo, ambos nudes.

Já na caixa menor, pelo formato, cor e tamanho, eu já imaginava o que era.

Há algum tempo me encantei por um bracelete e tive certeza que era ele dentro da caixinha azul.

Donna veio me avisar que Benjamin chegara. Ainda faltavam alguns minutos para as 7:30pm, mas ele, como sempre, estava pontualíssimo.

Borrifei um pouco do meu perfume preferido e voltei para sala, onde encontrei meu pai e meu namorado em uma animada conversa.

- Fico feliz por você, Benjamin. – Papai falou um pouco distante. – Vai ser o melhor a se fazer mesmo. Fico contente.

Não quis escutar escondida a conversa dos dois, mas vê-los juntos, interagindo, me deixa muito feliz. Apesar das dificuldades de papai, Ben sempre o tratou com o mesmo respeito e admiração de antes.

E, então, estavam os dois homens da minha vida rindo descontraídos há apenas alguns passos de mim.

E, se ainda existia algum vestígio de cansaço, ele terminou de se dissolver.

[7:09:02] Mark Wellington: Está em casa?
[7:09:48] Liz G. Harvey: Sim, mas já vou sair para jantar com Ben.
[7:10:08] Mark Wellington: Ah sim, falo com você mais tarde. Bom jantar!
[7:10:15] Liz G. Harvey: Ok!

- Uau! – Ben exclamou quando voltou seu olhar para mim.

- Você está magnífica, Lizzie. – Papai concordou. – Mas busque um casaco, está frio lá fora.

Para Sempre Nova York  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora