TRINTA

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2014

No sábado, passamos o dia passeando pela cidade.

Visitamos a Eastern State Penitentiary, a primeira penitenciária dos Estados Unidos, e lá conseguimos lugar em um dos tours especiais. Gabriel ficou todo animado com a possibilidade de voltar para uma visita noturna na época do Halloween.

O que eu mais gostava era da história que transbordava das paredes cruas de tijolos.

Gabriel abriu um pouco a guarda e finalmente parou de sugerir que comêssemos em restaurantes com o selo "White" de aprovação, e aceitou quando eu disse que comeria feliz um soft pretzel, outra especialidade da cidade.

Isso e um donut de sobremesa foram nosso almoço. Definitivamente não ganharia o selo de aprovação de Belle também, que ficaria horrorizada com a combinação de calorias. Para minha sorte, Gabriel parecia mais preocupado com a higienização do quiosque da estação de trem do que com qualquer outra coisa.

Também fomos visitar o Love Park, aquele com o monumento famoso de LOVE. Gabriel quis tirar a clássica foto me dando um beijo. Mas é claro que eu corri e ele acabou caindo por cima de mim quando tentou me alcançar, resultando em uma foto com nós dois rindo jogados no chão.

- Isso não é justo! – Ele reclamou quando me ajudou a levantar. – Era só uma foto.

Talvez ele tenha mesmo ficado um pouco chateado. Embora eu não pensasse em Gabriel como o cara fofo, romântico, o sonho de adolescência de milhares de garotas, ele tinha seu lado doce.

- Eu vou te compensar. – Sorri. – Mas, antes... Que tal um café?

- Ah não. – Ele negou com a cabeça. – Por que não um sorvete?

- Porque está frio!

Conforme a tarde avançava, o céu tomava uma coloração alaranjada e rosada e o frio ficava mais intenso. Praguejei mil vezes internamente por ter saído só com um suéter fino por cima do vestido florido.

- Você sabia que lá em Londres a gente toma sorvete o ano inteiro? Independente da estação. Às vezes a gente até substitui refeições, não tem essa de não tomar sorvete só porque está frio.

Eu ri enquanto ele ficou discorrendo sobre o valor nutricional de um sorvete de qualidade. No final das contas, ele me convenceu ao dizer que era sua comida preferida.

Sentamos em um café no parque, onde eu pedi um waflle com nutella e banana e Gabriel uma taça enorme de sorvete, brownie e calda.

Eu estava mesmo empolgada era para o nosso programa da noite, que contaria com uma pequena viagem de quase 1 hora de carro.

- Será que ainda falta muito? – Perguntei ao olhar para o GPS.

- Aqui diz que faltam 15 minutos.

Meu Deus, eu mal podia esperar. Tentei conectar o bluetooth do celular com o carro para colocar uma música, mas não entendia muito bem dessas coisas e não consegui.

- Empolgada? – Gabriel perguntou quando notou que eu não conseguia deixar as mãos paradas.

Ele estava dirigindo dessa vez. Eu não tinha coragem de pegar estrada e o convenci de que, mesmo se atrapalhando com a mão americana, ele iria fazer um trabalho melhor do que eu.

- Sim! Você vai gostar também quando chegarmos.

Ele havia reclamado um pouco, dizendo que nunca teria tanto trabalho só para ver um jardim se dependesse dele.

Já estava escuro quando chegamos, pouco depois das 7pm. Algumas pessoas formavam uma pequena fila para comprar os ingressos, mas ainda estava muito longe de parecer tumultuado.

Para Sempre Nova York  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora