TRINTA E QUATRO

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2014

Eu achava que terminar com Ben era a pior coisa que tinha me acontecido nos últimos tempos. Mas percebi que nada do que eu havia sentido podia se comparar à dor de perder meu pai.

Logo após o funeral, entrei no modo piloto automático.

Arrumei uma mala com algumas mudas de roupa e me mudei temporariamente para o apartamento de Mark e Jon. Era um pouco desconfortável, já que eles moravam em um loft – o que significava que entre a cama deles e o sofá que adotei como meu não havia qualquer parede.

Acertei as pontas de todas as propostas de todas as clientes pendentes com Lyanna, Flora e Maeve e foquei nos detalhes do casamento de Mark e Jon, que estava se aproximando.

Eu refiz toda a organização de mesas do salão que Maeve havia feito. Ao contrário de uma mesa longa com a família mais próxima de cada um, separei uma pequena mesa apenas para os noivos, que ficaria bem em frente à mesa do bolo. Achei melhor desse jeito para organizar a mesa das famílias de modo que ficasse um pouco mais disfarçável a ausência dos pais de Jon.


De: Mark Wellington
Para: Liz Gabriella Harvey
Assunto: Terra chamando Liz

Será que assim eu consigo que você leia minha mensagem?
Meu bem, surgiu um imprevisto no trabalho e vou precisar viajar para Boston hoje à noite. Jon perguntou se você quer que ele fique com você.

Mark Wellington
Wellington & Collins – Direito da Mídia

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De: Liz Gabriella Harvey
Para: Mark Wellington
Assunto: Re: Terra chamando Liz

Desculpa, meu celular está sem bateria.
Diga ao Jon para não se preocupar, acho que posso passar uns dias aqui no escritório.

Liz G. Harvey
Harvey Consultoria de noivas

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De: Mark Wellington
Para: Liz Gabriella Harvey

Assunto: Re: Re: Terra chamando Liz

Ficou doida? Fica no apartamento, pelo menos. Está com a chave? Posso passar aí.

Mark Wellington
Wellington & Collins – Direito da Mídia

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De: Liz Gabriella Harvey
Para: Mark Wellington
Assunto: Re: Re: Re: Terra chamando Liz

Estou sim. Obrigada!

Liz G. Harvey
Harvey Consultoria de noivas

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Já tinha passado muito tempo da hora do almoço quando os e-mails de Mark me despertaram e eu ouvi algumas batidas.

- Liz?

Alguém me chamou da porta, mas estava tão concentrada que não percebi quem era o dono da voz.

- Pode entrar. – Falei, sem levantar os olhos.

- Olá...

Não precisei olhar para saber quem era. Encostado no batente estava Benjamin, me encarando com um olhar de pena que eu fingia não ver no rosto de quase todos que me conheciam.

- Olá... Tudo bem? – Perguntei, levantando para cumprimentá-lo.

Era estranho beijá-lo no rosto tão distante assim. Mais estranho ainda era ele estar ali, ao invés de Dubai. Duas semanas já haviam se passado desde o enterro do meu pai, mas Ben continuou na cidade.

Para Sempre Nova York  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora