Eddard Stark

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– Você é um Stark até os ossos, ao que vejo. – disse Meistre Theomore, da Casa Lannister de Lannisporto. – Mas Eddard, ao menos o que eu conheço, não perguntaria a respeito de tal coisa que sei que considera tolice.

Oras homem, não pedi para me questionar. Pensou. Estava sentado em uma cadeira feita de mogno dentro da sala de um Meistre, na verdade, era a sala que fora cedida ao Meistre de Wyman Manderly a fim de cuidar da integridade dos nortenhos caso necessário, já que Meistre Luwin permaneceu em Winterfell para cuidar dos assuntos da Casa Stark. Lorde Wyman estava sentado a sua esquerda, era corpulento, mas demasiadamente forte e cheio de vida, além de ser um homem de coragem sem igual. Lorde Rickard o considerava um dos seus mais fiéis vassalos, e Porto Branco uma das cidades mais importantes.

E o Forte do Pavor? Esse sempre fora seu temor. A Casa Bolton jurara fidelidade a Winterfell, mas já o fizera há um milênio e o quebrara pouco depois, então precisava ser cuidadoso. Lorde Roose Bolton quer confiança, nada mais. Deixe-o trabalhar e siga seus conselhos a respeito de assuntos mais sérios e o homem fica na linha. Essas eram palavras de Rickard, mais ainda sim não confiava nele. Já Domeric Bolton, filho de Roose, era mais manso, apesar da tenra idade, Ned já cogitava casar uma de suas filhas com o rapaz e fortalecer os laços com os Bolton.

– Um Stark até os ossos. – murmurou Eddard. – Seja como for, vai responder a pergunta ou não?

– Meu Meistre não forjou a corrente de aço valiriano, milorde. – interveio Lorde Wyman. – Talvez ele realmente não saiba responder a pergunta.

Mas deveria. Fosse como fosse, não se tratava de um questionamento difícil. Bastava até mesmo responder e o que já sabia e iria embora feliz.

– Acreditar nisso é loucura. – insistiu o Meistre.

– E eu estava na Guerra da Conquista, acredite. Enfiei uma espada no rabo de Harren, o Negro, e com o meu sêmen, queimei Harrenhal. – rebateu Ned, para os risos de Wyman. Mas Eddard Stark raramente sorria, frequentemente suas armas eram meio-sorrisos e um riso quase forçado. – Por favor Meistre, somente responda.

Meistre Theomore parecia enojado daquela conversa, mas acabou por responder da mesma forma.

– Depois que Azor Ahai derrotou os outros, foi profetizado que ele retornaria na forma do "Príncipe que foi Prometido" para lutar novamente contra os outros e o Grande Outro, a fim de salvar o mundo. – Theomore fungou e sentou-se na cadeira do Meistre, por detrás de uma grande mesa de mogno recheada de livros. – Se ele falhar, todos morrem com ele.

– Algo mais?

– Nada além de uma passagem posterior, de um profeta dos Sete dos tempos de Maegor Targaryen, o Cruel. – continuou Theomore. – Dizia que a Bruxa do Coração revelaria toda a verdade para aqueles que dariam vida a profecia.

Eddard Stark permanecia confuso, perguntando-se o que aquilo queria dizer. Alguém bateu na porta, então um homem magro de ombros largos surgiu, seus olhos eram desiguais, um castanho muito claro e o outro negro, um lado do seu cabelo simplesmente tinha a coloração branca e o outro era castanho quase vermelho. Deve ser um daqueles Pentoshi ou Braavosi que vemos por aí, nada demais. Pensou. Nas cidades livres o costume de pintar os cabelos sempre fora muito comum. O Meistre fez sinal para que o rapaz se aproximasse, que entregou-lhe uma caixa de madeira selada com cadeados bem rígidos.

– Obrigado rapaz. – disse o Meistre, dispensando o rapaz.

Ned viu uma oportunidade ali, geralmente aqueles que vieram das Cidades Livres crêem em R'hllor e acreditam em Azor Ahai, então o rapaz poderia lhe dar respostas. Um torneio do lado de fora e você perguntando a respeito de profecias. Seu idiota. Robert provavelmente estava nas justas, ou fodendo alguma outra puta de costume, já se acostumara com seu melhor amigo. Chamou o rapaz e pediu para que ele esperasse.

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