Jaime Lannister - O Saque de Porto Real

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As notícias da derrota e da morte do Príncipe Rhaegar Targaryen atingiram Porto Real e arrasaram a moral dos apoiadores do Rei Aerys, que permanecia inflexível quanto a sua posição, ainda mais agora que Lorde Tywin Lannister marchava para o sul. Sabia que o exército rebelde viria o mais rápido possível, a fim de evitar que seu pai chegasse primeiro a cidade e salvasse o Rei. Permaneceu imóvel atrás do Trono de Ferro enquanto o Rei dormia, silenciosamente, nem parecia ser o mesmo inquieto Rei Louco de outrora.

Ficara consternado pela morte do Príncipe Dragão, lamentara sozinho, pois todos os Guardas Reais não se encontravam ao seu lado. Sor Gerold, Arthur e Oswell foram enviados em alguma missão pelo Príncipe. Lewyn Martell perecera no Tridente, e diziam que pela espada de Sor Lyn Corbray, assim como Sor Jonothor Darry, que fora morto durante o recuo do exército lealista. No momento derradeiro, ao ver o príncipe caído, ele reunira os cavaleiros mais leais a Coroa e marchara na direção do exército rebelde, perecendo honrosamente em combate. Sor Barristan Selmy poderia estar morto também, mas nada fora dito sobre ele, para bem ou para mal. Oficialmente apenas Sor Jaime Lannister protegia o Rei em Porto Real, sendo considerado um dos mais promissores espadachins de seu tempo.

"Infelizmente uma promessa solitária". Dissera Lorde Varys em uma das reuniões do Conselho. "Aguardemos Lorde Tywin Lannister, pois ele nos socorrerá". Dissera o Grande Meistre Pycelle, o mais orgulhoso de todos os Meistres da cidadela, a poderosa Vilavelha. Jaime se abstivera de julgamentos, sua espada precisava estar pronta a qualquer custo se o rei precisasse, e a chance de combater o rebelde Robert Baratheon ao lado de seu pai o deixava ainda mais animado. "Não se deixe enganar, meu Rei. Agora que o Príncipe Rhaegar está morto e seu exército disperso, de qual lado permanecerá Tywin Lannister?". Dissera Lorde Rossart, o Necromante, a Mão-do-Rei, odioso aos olhos de Pycelle.

"Lorde Tywin sempre lhe foi fiel, majestade". Murmurava o velho asqueroso, Pycelle, o Meistre mais repugnante que pudera conhecer. Jaime não acreditava que seu pai trairia a causa do Rei, impossível que fizesse isso. Sorriu para si mesmo, pois aguardava uma única chance para combater o Lorde rebelde, a fim de mostrar a ele o que ele deveria ter recebido no Tridente.

Elia Martell se aproximou lentamente pelas laterais da Sala do Trono, silenciosamente. Jaime fez sinal para que a mulher não falasse muita coisa. Caminhou em sua direção com um sorriso caridoso, algo que recuperara depois de se desvencilhar de Cersei. Elia Martell trajava o laranja arenoso de Dorne em um vestido deslumbrante. Seus cabelos estavam presos a um coque e seu rosto demonstrava toda a sua amargura.

- O Rei dorme milady. – disse Jaime.

- Não desejo incomodar. – respondeu. – Apenas preciso fugir, e para isso precisava do Rei.

Ele ficou confuso.

- Por que fugiria? Está na segurança do Rei em Porto Real. – devolveu Jaime. – Dorne está distante demais, por que fugiria?

- Rhaegar está morto por outra mulher, não por mim. – disse Elia. – Nada mais me resta em Porto Real além do sofrimento e da espera. O inimigo não vai descansar, ele vai matar a mim e meus filhos quando vier para cá.

- Meu pai...

- Seu pai? – Elia deixou algumas lágrimas escaparem. – Ele se aliará ao lado vencedor. A Batalha do Tridente selou a vitória do inimigo, pois ninguém pode socorrer Porto Real agora. Mace Tyrell não levantará seu cerco tão cedo, e mesmo que o fizesse, levaria muito tempo para se reorganizar e nos salvar.

- Sim, por isso Lorde Tywin...

- Não entende Jaime? – ela tocou o lado direito do rosto dele, deixando-o boquiaberto. Sua mão era macia e seu rosto desabava em lágrimas. – Está acabado. Preciso retirar Aegon e Rhaenys, salvá-los. Robert irá matá-los, ele possui pretensão ao Trono, basta matá-los.

As Crônicas de Um Amor InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora