Rhaegar Targaryen - A Batalha do Tridente

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O Príncipe ainda dispunha seu cavalo nas linhas de frente do exército Real quando o exército finalmente alcançou o Tridente. Tivera de tomar a decisão de marchar contra Robert pessoalmente assim que a Batalha do Septo de Pedra fora perdida. Lorde Jon Connington falhara em sua missão de prender o ferido traidor, Robert Baratheon, e agora nada mais restara além de enfrentá-lo face a face. A derrota fizera seu pai perceber a real ameaça que o inimigo representava a Dinastia Targaryen, fato que o levou a ficar ainda mais insano. As forças do inimigo tinham se reunido na margem leste do Ramo Verde e agora a Casa Baratheon recebera apoio dos exércitos da Casa Stark, Tully e Arryn, com um número significativo para ameaçá-los.

Dias atrás eles haviam marchado na direção sul, pela Estrada do Rei, aproximando-se da principal travessia do Tridente. Rhaegar retornou a fim de comandar as forças leais ao Rei, deixando Lyanna Stark sob os cuidados dos seus mais valorosos amigos. Ao seu lado estavam o Príncipe Lewyn Martell, da Guarda Real, Sor Barristan Selmy e Sor Jonothor Darry, que tinham sido encarregados de juntar as dispersas forças de Lorde Connington, juntando-as a fim de formar o exército que poderia enfrentar o inimigo.

Clamara a seu pai por sanidade, dizendo que este deveria deixar tolices passadas de lado, pedindo a ajuda de Lorde Tywin Lannister e oferecendo ao mesmo uma posição de mais prestígio em Westeros. Ficara surpreso no momento em que o pai ordenou que um corvo fosse enviado ao Rochedo Casterly, pedindo a ajuda do seu antigo "melhor amigo". Apesar de ter aliados com números significativos, ainda sim poderia dizer que não tinha tudo o que precisava para derrotar seu adversário. Os exércitos de Mace Tyrell e Paxter Redwyne se concentravam no Cerco de Ponta Tempestade, poucos puderam ser enviados ao norte para lutar. Seus números chegavam à média de quarenta mil a quarenta e cinco mil homens.

Batedores deduziam que o inimigo tinha, em média, trinta e cinco mil homens. "Muito menos do que o necessário". Dizia Jonothor Darry. Rhaegar acreditava que o número era suficiente para ameaçá-los. Sua força consistia em todo o exército do Norte, quase todas as Casas do Vale de Arryn, metade das Terras do Rio (Pois os Darry, Mooton e Ryger permaneceram fiéis ao Rei), e os Frey não se manifestaram. Os Senhores da Tempestade ficaram presos em seus castelos desde a Batalha do Vaufreixo e não ofereciam ameaça aos exércitos da Campina.

Rhaegar contava com dez mil homens de Dorne, homens da Casa Martell e seus vassalos, da família de sua esposa. Sobreviventes da Batalha dos Sinos foram reunidos ali por Jonothor Darry. Todos os Lordes das Terras da Coroa e do Mar Estreito se juntaram a batalha e umas centenas de soldados da Campina que puderam chegar. Rhaegar Targaryen reconhecia que tinha números, mas sabia que a experiência de batalha do seu inimigo era maior. Um décimo de seu exército era composto por cavaleiros, o resto se divida entre arqueiros, cavaleiros livres e soldados a pé. A infantaria era baseada em piqueiros e lanceiros, mas temia ainda não ser suficiente.

Montara seu acampamento aquela noite, mas não houve festas. Simplesmente deixou o silêncio e as tochas falarem enquanto o inimigo aguardava do outro lado do Ramo Verde. Aquele seria o lugar da batalha, o derradeiro, onde poderia encontrar-se com Robert Baratheon e terminar aquela guerra, com a morte dele ou a sua própria. Recebera um corvo dias atrás e soubera a respeito de Lyanna e o filho que ela esperava. "Gostaria de vê-lo, filho, ao menos uma vez em vida. Espero sobreviver e vê-lo como o Príncipe que Foi Prometido, Azor Ahai renascido, a esperança para todos nós". Pensou. Sentou-se aquela noite perto de uma fogueira solitária frente a sua barraca, sem músicas, sem harpas, somente o lento e macabro silêncio que perturbava a mente de um homem antes de qualquer batalha. Respirou o profundo ar da noite, quente e gelado ao mesmo tempo, algo que somente as Terras do Rio poderiam lhe oferecer, tal como em Harrenhal.

Os vagalumes cambaleavam pelo ar em rasantes, próximos a chama que crepitava em meio a estalidos agudos. Rhaegar vestia somente uma calça simples e uma camisa feita de linho branco, suficientes para sentir-se a vontade. Observou a lua no céu e percebeu o quanto era bela. "Espero que esteja olhando para esta mesma lua, Lyanna. Desejo poder vê-la ao seu lado, um dia". Um vento soprou em seu rosto e acalmou sua alma, deixando o Príncipe de Pedra do Dragão mais leve do que jamais sonhara. Nada poderia ser mais doce e perturbador do que aquele momento. Jamais seria como retornar para a Torre da Alegria e encontrar-se com Lyanna e o filho deles, vê-lo crescer, sorridente.

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