Capítulo 14

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   No dia seguinte, as meninas já estavam por vir, coincidentemente, chegaram juntas.

— Bom dia. — Falaram em uníssono.

— Bom dia, meninas. — Sorri. — Preparada para estudar, dona Beatriz?

— Hum, nem tanto. — Brincou. — Mas é o Jeito, né? — Todas rimos.

— Então, vocês preferem estudar aqui mesmo ou na mesa do jardim?

— Na mesa do jardim, é mais confortável.

— Por mim tudo bem. — Antonella falou.

   Fomos para o jardim, ensinamos a matéria desde o começo, começamos por literatura, segundo Beatriz era mais fácil, depois que terminamos, ficamos conversando assuntos aleatórios, lanchamos e elas passaram a tarde toda comigo, foram embora à noite. Estive feliz com o dia que passei ao lado delas. Comecei um livro chamado “o extraordinário”, era bem interessante e extraordinário, como o próprio nome citava. Continha 310 páginas, folheei até a 127, e guardei.

(..)

1 mês depois

   Finalmente havia chegado o dia do resultado final das provas da Beatriz, fiquei bem ansiosa por ela. Marquei com ela e com a Antonella de nos encontrarmos no colégio. E assim fiz. Pude avistar a Beatriz no refeitório toda sorridente.

— Oi, sardenta. — Falou.

— Oi, magrela. — Durante esse mês que voltamos a nos falar, combinamos de esquecer o que aconteceu no ano anterior, e assim estávamos cumprindo.

— Você já foi ver os resultados?

— Fui sim.

— E então? — Perguntei.

— Você própria tem que ver. — Falou aparentemente triste.

— Af, garota. — Reclamei.

No mural do colégio comecei a procurar seu nome, e lá estava, Beatriz Speakers, aprovada. Senti um misto de felicidade.

— Parabéns! Você conseguiu. — A abracei.

— Graças a você e a Antonella, sem a ajuda de vocês, eu jamais teria conseguido.

— Ah, disso eu sei. — Respondi convencida, e ela apenas mostrou-me a língua.

   Enquanto via o resultado da Beatriz, pude avistar que as meninas que ela estavam andando, todas foram reprovadas.

— Você viu quem se deu mal? — Falei apontando para o nome delas.

— Vi, se eu tivesse com elas, com certeza teria me dado mal também.

— Ainda bem que acordou pra vida, né?

   Quando íamos saindo fomos surpreendidas com as víboras que a pouco estávamos falando.

— Ora, ora. Olha quem encontramos por aqui. — Pitty falou batendo palmas.

— Essa coitadinha resolveu nos trair. — Marjorie falou nos olhando de cima a baixo.

— Gente, vamos sair daqui? — Aída disse olhando pra mim.

— Vamos, senão iremos nos contagiar. — Pitty falou jogando os cabelos, e as três saíram.

— Anne, por que você não fez nada? — Bia perguntou sem entender o porquê do meu comportamento.

— Eu? Sujar minhas mãos com essas daí? Nunquinha. Posso ser um pouco estressada, mas não sou de me rebaixar e você sabe disso. — Falei. — Agora vamos?

Nada é Por Acaso (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora