Capítulo 8

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P.O.V Kauê

   Acordei com os gritos de alguém me sacudindo pra lá e pra cá.

— KAUÊ ACORDA, VAMOS KAUÊ, ACORDA AGORAAA! — Abri os olhos e vi a louca da Anne em minha frente.

— Qual foi, Anne? Que desespero é esse para estar me acordando essas horas? — Perguntei com um mau humor, e ressaca daquelas.

— Pra sua informação já são mais de 04 horas da tarde Kauê. Te esperei o tempo inteiro para poder conversarmos, e nada de você acordar. Deixa de ser preguiçoso. — Despejou suas palavras. Seu tom de voz estava sério.

— O QUE? JÁ SÃO QUATRO HORAS? Perdi um encontro. Merda! — Falei colocando as mãos sob a cabeça.

— Você não se cansa de ser assim não? Olha bem pra você, tem tudo que quer. Ao invés de optar só por uma pra chamar de MINHA, quer ter todas pra chamar de É SÓ MAIS UMA DA FILA.

— Eu amo viver assim, gosto de curtir. Além do mais, você não tem nada a ver com isso Anne. — Falei a repreendendo.

— Eu tô pouco me lixando para os seus caprichos, o que eu não quero ver mais, é a minha amiga chorando por um babaca feito você. — Seu tom de voz duro, permanecia.

— Pera ai, a quem você se refere? — Perguntei curioso.

— Não te interessa, falei isso sem pensar. — Sua expressão era de alguém que tinha voltado a si. Ficou pensativa.

— Ah, então já que você começou, agora vai ter que terminar.

— Ah, quer mesmo saber? Pois bem, a Beatriz é apaixonada por você. Ao invés de está com alguém que te ama, você prefere ficar com várias que amam sua aparência e seu dinheiro. Se toca, Kauê. — Ela disse dando uma piscada e saindo do meu quarto, sem sequer deixar eu falar algo da situação.

   Será que aquilo era mesmo verdade ou ela disse só pra eu parar de ser assim?

   Ah, pra mim não importava. Se a Bia tivesse mesmo afim de mim, ela chegava e diria logo, nos conhecíamos desde crianças, então seria fácil. Mas se bem que eu já tinha notado alguns olhares diferentes que ela me lançava, e se eu pensasse bem, ela me agradava como mulher, mas nunca se sabia.

   Levantei, tomei um banho, escovei os dentes, coloquei uma calça vinho com uma camiseta preta, e um tênis branco, ajeitei meu cabelo, passei perfume e desci.

— Lú, prepara algo para que eu possa comer, por favor. — Pedi.

— Preparo nesse instante. — Ela respondeu.

   Comi o que a Lú havia preparado, escovei os dentes outra vez e sai em meu carro. O privilégio de ter 18 anos era esse, ser independente, sair por aí, entrar em lugares proibidos para menores. Enfim, era espetacular.

   Resolvi ir até a casa da Bia, convida-lá para um jantar. O sol ainda estava se pondo, mas preferi ir cedo, para que ela se arrumasse logo, pois pelo o que eu sabia, ela demorava séculos para se arrumar. Também optei por ir cedo, para poder me livrar de todos os compromissos que marquei.
  
   Toquei a campainha e aguardei.

— Oi, Kauê. Seja bem vindo! — Teresa me recebeu com um sorriso.

— Oi, Tê. Obrigada! A Beatriz está? — Perguntei.

— Está sim, vou chama-lá pra você.

   Sentei-me no sofá enquanto esperava por ela. Não demorou muito para aparecer, me cumprimentando com beijo na bochecha.

Nada é Por Acaso (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora