Capítulo 11

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   A mamãe e a tia Lenis disseram que queriam falar de um assunto importante comigo. Mas sugeri que iria comer algo primeiro e que depois entraria no escritório.

— Estou aqui! Sobre o que queriam me falar? —  Pergunto curiosa, ainda entrando no escritório.

— Lembra que você disse que um dia quer ser juíza? — Mamãe perguntou me fazendo lembrar do meu maior sonho e eu apenas assenti.

— Então, enquanto eu viajava eu pude conhecer uma faculdade incrível que fizeram a pouco tempo lá em Manchester, e ouvi algumas pessoas dizerem que lá o ensino é ótimo. — Explicou tia Lenis. Antes que eu pudesse responder algo a mamãe tomou a frente.

— O que acha de estudar lá, filha?

— Mas mãe, é muito longe e eu também não conheço ninguém de lá. — Falei querendo não recusar e ao mesmo tempo recusando.

— Aos poucos você irá conhecer, além do mais, o seu irmão também estará lá.

— Ah não! Até quando o Kauê vai ter que ficar no meu pé? — Perguntei inconformada.

— Não fique com raiva Anninha. Vai ser bom para vocês, e nem vai ser agora, o Kauê só vai ano que vem, e você daqui a dois anos.

- E por que temos que ir para tão longe? —  Eu não estava gostando daquela ideia, era o meu sonho cursar direito? Sim! Mas ficar longe era desafiador.

— Porque o ensino de lá é melhor que o daqui, estou falando isso agora para que você já possa ir se acostumando com a ideia. Seu irmão adorou a proposta.

— Pensa bem, Anne. — Aconselhou tia Lenis, apertando minha mão.

— Eu vou pensar.  — Falei e em seguida me retirei.

   Estava no jardim, quando me peguei a pensar, eu gostava tanto de Orlando, foi lá onde estive durante minha vida inteira, tinha sido naquele jardim que tive a melhor das infâncias. nesse lugar fiz muitos amigos, fora que tinha meus pais, não era fácil simplesmente tomar a decisão de ir.

   Mas por outro lado era o meu sonho, o meu futuro em jogo. Me senti perdida, mas aliviada ao lembrar que eu teria dois anos para pensar nisso.
 
  De repente alguém fala me fazendo sair do transe.

— E ai, maninha. Já sabe da novidade? — Me virei e pude ver Kauê todo sorridente.

— Fiquei sabendo.

— O que achou?

— Sinceramente, eu não sei se quero ir, Kauê. — Respondi, receosa.

— Você só precisa relaxar, com certeza vai ser bom. Várias garotas, ambientes novos para curtir. — Sorriu de lado, enquanto imaginava.

— Mas também, você só pensa nisso, me poupe e nos poupe. — Falei, saindo dali.

Algum tempo depois

(...)

   Na escola tudo estava indo bem. Eu e a Bia não estávamos nos falando, desde o primeiro dia de aula. Ela havia mudado completamente, e só andava com o grupinho de meninas mais populares (e rodadas) do Colégio. Eu mesmo nem a conhecia direito.

   Eu só andava com a Antonella, ela era uma menina muito legal, mesmo sua personalidade sendo um oposto da Bia.

— Que horas posso ir na sua casa, Anne? — Antonella perguntou. Estávamos dentro da sala e tínhamos um trabalho em dupla para fazer.

Nada é Por Acaso (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora