Ele está gostando de você

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- Ainda acho que isso podia ter sido evitado! - digo quando Marinette bota os croissants na cama.

- Eu também, mas não é assim que as coisas são. - ela lamenta fazendo um bico fofo.

- Se as famílias tivessem aceitado os dois desde o início, eles não teriam morrido. - rebato.

- Mas Shakespeare não quis assim! - ela devolve.

- Como ficaram os Slides? - pergunto mudando de assunto.

- Bem, eu botei algumas imagens com legendas. A partir das imagens a gente reveza para explicar cada cena, mas eu só consegui fazer algumas. - ela diz.

Mordo um pedaço do croissant que ela trouxe e me lembro do que o Nino me pediu. O problema é que eu não faço ideia como começar, até pouco tempo eu mal falava com a Marinette. Aliás, ao contrário do que as pessoas pensam eu não tenho o menor jeito com garotas. A as únicas com quem eu realmente falo são a Natalie e a LadyBug.

- Então... - começo. - Me fala um pouco de você. O que você gosta de fazer?

Ela parece genuinamente surpresa com a pergunta, mas logo sorri e pensa um pouco.

- Que tal assim, você me faz uma pergunta e eu te respondo e vice-versa. - ela propõe. - Também quero saber sobre você. Me conta como é o verdadeiro Adrien Agreste.

Agora eu estou surpreso. Já é a segunda vez que ela pergunta algo sobre mim. Ninguém nunca quis saber tanto sobre mim, sem mencionar o meu pai ou a minha carreira.

- Ok! - digo ainda surpreso. - Então... Cor favorita?

- Vermelho. - ela responde. - Você?

- Preto. - digo. - Sua vez!

- Animal favorito?

- Gato. - respondo automaticamente. Marinette sorri como se lembrasse de algo. - E você?

- Joaninha. - ela diz sorrindo olhando para algo atrás de mim.

Olho por cima do ombro para tentar ver o que ela está olhando, mas não tem nada ali além do computador. Me volto para ela que está olhando para mim divertida agora. Mas o que ela...

- O que gosta de fazer? Em tempo livre quero dizer. - ela pergunta curiosa.

- Eu não sei! - dou os ombros como se não ligasse, mas eu ligo. A verdade é que eu nunca tive a chance de descobrir.

- Caminhar. - ela fala de repente.

- O que? - pergunto confuso.

- Você gostar de caminhar ao ar livre. Eu vejo que depois das sessões de fotos, você fica andando pelo parque. E você tira algumas fotos também, então acho que você também gosta de fotografia. - ela diz meio tímida.

Olho para ele totalmente chocado. Seu rosto se encontra em um tom adoravelmente vermelho e ela lança um pequeno sorriso tímido. Ela citou coisas que nem eu tinha percebido que fazia e gostava. Meu choque inicial é substituído por alegria, mas ainda estou surpreso.

- C-Como sabe disso? - me amaldiçoou mentalmente por gaguejar, ainda não entendo como ela percebeu essas coisas.

- Eu observava você as vezes... - ela diz abaixando a cabeça envergonhada.

Boto minha mão sobre a sua e sinto aquela estranha descarga elétrica de antes. Com a outra mão levanto seu queixo para que ela olhe para mim. Seus olhos incrivelmente azuis encontram os meus e por um momento esqueço o que os dizer.

- Isso significa muito para mim, Mari... - digo com toda sinceridade.

Sinto que um pequeno sorriso de formou em seus lábios, mas não desvio o olhar. Não consigo e acho que ela também não. Eu não faço ideia por quanto tempo ficamos nos olhando em silêncio, de certo modo é um silêncio confortável. Acho eu nunca estive tão próximo de alguém, como estou dela no momento.

Por Trás Da MáscaraOnde histórias criam vida. Descubra agora