paixonite no supermercado

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Fui ao supermercado e caminhei pelas longas e diversas prateleiras de higiene pessoal do qual me encontrava.
As pessoas caminhavam tão absortas quanto eu. 
Mas, lá estava ele.
Simpático e bobo como sempre.
Acho que fiquei vermelha, coisa meio boba e ridícula da minha parte, ficar justamente sem graça e corada na frente dele.
Será que ele percebeu? Eu me perguntava a cada minuto tentando não parecer louca ou neurótica.
Ele era apenas um cara comum com um coração gigante.
Eu sou apenas uma incompreendida da vida em busca de shampoo em meio a todas aquelas prateleiras.
Ele é a gentileza em pessoa.
Eu sou a nevasca instável de conviver.
Ele é todos os meus doces preferidos.
Eu não passo de uma barra de chocolate meio amargo.
Ainda assim, ele estava como sempre atencioso e radiante todo de branco.
Eu estava irritada e completamente vestida de preto. Quase uma gótica de cabelos cacheados.
Eu queria ser o motivo de seu sorriso branco.
Eu queria ser toda aquela energia boa que ele sempre transmite.
Mas  não era o certo. Acho que ele soube quando nos entreolhamos.
Ele sempre soube que todo aquele charme e toda aquela doçura não poderia ser possível.
Nunca daria certo, mas eu continuei a olhá-lo e ele também.
Minutos depois, dei a volta paguei pelo shampoo e fui embora.
A noite estava fria e agradável, quase perfeita para um momento poético.
Involuntariamente um sorriso brotou de meus lábios quando me vi escrevendo sobre esse momento tão efêmero e tão meu.
Amores, despedidas,expectativas, emoção, alegria.
São coisas que frequentemente irá se fazer presente na vida daqueles que não compreendem a verdadeira arte de amar.
Mas, que vez ou outra gosta de sonhar.

Café Com Poesia #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora