O pássaro negro

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Maresia violenta

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Maresia violenta.
Trazendo o som de uma música triste
De um lugar esquecido no vento.

A areia continua movediça
E puxa para baixo
Eles querem me levar ao chão.

A dor. A flor. O desamor.

Ainda ouço o barulho de seus ossos congelando
Ainda posso ouvir seu pedido perdido no esquecimento.

Continuo indo ao mesmo cemitério
Do qual hoje você faz morada
Continuo lendo meus versos
Que soam como palavras encantadas.

Aquele pássaro negro desenhado na parede é a prova de que você foi real.

Você sempre foi um artista
Eu sempre gostei da sua arte nua, crua.

Você detestava desperdiçar sentimentos.
Hoje sua imagem se faz presente no toque e na textura de suas telas sombrias.

Você sempre teve esse lado escuro.
Sempre carregou um peso maior do que podia suportar.

Ainda assim, você não se importava,
Dizia que todos nós tentamos carregar o mundo nas costas.
Com você não era diferente.

Mesmo tendo passado por uma infância marcada por abusos, você continuava a fazer da suas pinturas sua salvação.

Hoje eu te vejo nesse pássaro negro que olha o mais profundo da minha alma.

Ele tem a cor dos seus olhos
E a tristeza também.

Você lutou contra o abuso sexual infantil e morreu lutando.

Você é a prova de que a dor de uma infância não vivida pode ser transformada em algo que vale a pena lutar e morrer.

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