Capitulo VII

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O pequeno laboratório onde trabalhava era distante da cidade grande, ficava cercado das árvores florestais e seu único acesso era por uma estrada de chão. Cercado por um belo jardim bem cuidado e pedras brancas a casa tinha estrutura moderna com vidros verdes água e pintura bege. Aquele laboratório fora uma pequena herança de seus pais quando os mesmos faleceram. De inicio tudo o que fizera fora deixar a casa desabitada e se quer se preocupava se havia assaltados nela, contudo precisou com urgência de um local afastado onde pudesse cuidar daquele garoto, junto com os amigos e pais conseguiu reformar a casa e puxar a eletricidade suficiente da cidade para montar de suas máquinas.

Demorou longos meses para poder deixar o corpo descansar dentro da cápsula com nitrogênio liquido mantendo a temperatura de -196ºC. Mantendo o ar dentro da casa sempre gélido e bem refrigerado passando a ser o seu lugar favorito. Seu corpo sempre foi quente por isso ficar dentro de seu pequeno escritório por horas não seria nenhum problema.

O seu trabalho ali era a pesquisa dos sangues que lhe eram enviados, fazia gráficos no computador deixando os componentes e suas respectivas porcentagens das células para enviar o resultado ao hospital onde seu suposto sogro rege. Era a primeira vez que os alfas trabalhavam juntos, depois de todo o ocorrido deixaram suas diferenças de lado para estudarem um jeito de trazer o ser precioso de volta á vida.

Quatro anos haviam se passado desde a última vez que o vira, quando acordou com o corpo enrugado e desfalecido ao seu lado ainda abraçado a si. Havia chorado tanto nos dias que se seguiram acabando por receber o conforto de seus sogros. Acariciava aquele rosto que mesmo envelhecido era belo, e isso lhe deixou feliz, pois era sinal de que o amaria até a morte. Quem sabe até depois dela.

Ouvindo um bipe alto levantou-se de sua cadeira e seguiu correndo para a sala de criogenia, vira os monitores com suas telas avermelhadas e criptografando códigos novos. Aproximando-se da capsula sorriu largamente, não se demorou em digitar os números de seu sócio e ligar para ele o chamando, além de conter a grande vontade de contar por telefone mesmo o que estava ocorrendo.

Enquanto os esperava se sentou na cadeira de couro preta e olhava os códigos, fora a ultima pesquisa que havia feito junto com os demais alfas, uma pesquisa sobre um novo medicamento. Os barulhos de passos eram ouvidos, levantou-se da cadeira e passava a mão pelos fios negros de seus cabelos, assim que eles haviam chego chamou-lhes com as mãos para se aproximarem da cápsula.

- O novo medicamento está fazendo efeito como esperávamos, olhem isso – Apontou para o corpo deitado, todos se mostravam surpresos com o que viam.

Os cabelos daquele garoto, na ultima vez que o vira, estava totalmente esbranquiçados devido ao envelhecimento. Com o parco progresso que havia conseguido nas primeiras semanas, o cabelo passou a ter uma cor amarelada. Agora com a nova medicação que havia aplicado diretamente nas veias do garoto, poderia encontrar o fenômeno dos fios se tornarem negros mais uma vez.

- I-Isso quer dizer que... – O delta olhou para o rapaz ao seu lado que não escondia sua animação.

- Estamos no caminho certo.

❄ ❄

Desligando o celular deixou o aparelho no bolso de sua calça, debruçou-se na sacada deixando os rostos mais próximos onde poderia ver, com perfeição de detalhes, o sorriso belo e galanteador de Jong In. O moreno selou de sua testa deixando o menor ruborizar e sorrir timidamente.

- Então vai deixar rolar? A coisa entre nós.

O ômega inclinou sutilmente a cabeça para o lado e formou um pequeno bico nos lábios enquanto pensava consigo mesmo. O mais alto umedecia os lábios enquanto olhava atentamente o ser á sua frente e soltou uma risada inalada com sua demora.

O Garoto ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora