Capitulo VIII

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Observavam aquela cor encorpar todos os fios de cabelos do ser em repouso, assim que terminado a mutação os três híbridos se aproximaram dos monitores estudando atentamente os gráficos. Sentiam a pele arrepiar ao ouvir o bipe de uma das máquinas começar a ritmar os batimentos cardíacos artificialmente, por mais que o músculo cardíaco do garoto estivesse congelado o processo deveria ser iniciado aos poucos e assim iniciar o descongelamento de forma lenta. A máquina alta com a tela de valores numéricos estava encostada pelos cantos, apenas esperando a vez em que voltaria a funcionar, ela foi criada com sensores conectados dentro da cápsula criogênica. Sendo assim se algum órgão se contrair, mesmo que minimamente, o computador registraria o movimento feito dando inicio ao processo de reanimação. No caso do garoto congelado, seria a contração do músculo cardíaco feita pela máquina até que o órgão possa bater em seu ritmo sem nenhuma ajuda.

Com a coloração dos fios, que seria uma demonstração externa do sucesso sobre o medicamento, e o funcionamento do coração artificial, todos ficaram ansiosos e alegres por ser um sinal de que em breve o garoto despertaria. Mexendo em suas gavetas o moreno pegou suas antigas pastas e juntamente ao casal passou a retornar de suas pesquisas para o próximo passo a ser dado.

❄ ❄

Ficaram a espera dos homens saírem do campus para evitar possíveis confusões futuras, assim que livres Sehun soltou o namorado e se entre olhavam mais uma vez com o medo estampado em seus rostos.

- O que devemos fazer? Eu disse que o Kyung não me respondeu ainda – O menor suspirava temeroso, torcendo os lábios enquanto olhava em volta, ao mesmo tempo o mais alto permanecia calmo e coçava a nuca de forma pensativa. O veterano olhou o celular checando suas mensagens e ligações, mas nenhuma delas parecia pertencer a seu novo colega de quarto. Ainda mexendo na lista de contatos abriu um pequeno sorriso e logo arqueou a sobrancelha. – É uma situação desesperadora não?

- Claro que é, só pelo cheiro do Jong In saberão que ele é alfa incomum, e se ele está rodeando o Kyung então ele também vai ser pego. – Sehun olhou o namorado e cerrou o cenho, vendo o menor passar os dedos no celular e posicioná-lo em seu ouvido. – O que está fazendo?

O ômega esticou o dedo pedindo por silêncio e logo abriu um sorriso aliviado.

- Yi Xing? É o Luhan.

Sehun puxava o ômega em direção dos dormitórios novamente, dessa vez seus passos eram apressados e os olhos atentos em qualquer movimento em sua volta. Ouvia a conversa do outro no telefone, afirmando sobre o que haviam visto antes, não achara estranho a atitude do mais velho já que antes de irem embora os pais do calouro lhe fizeram prometer sobre cuidar do filho. Não seria um problema já que Luhan parecia animado com o possível romance que estaria vendo no menor.

Enquanto caminhavam os alunos olhavam de forma curiosa para o casal, Sehun rosnava mostrando de suas pequenas presas afastando os curiosos de si. Todos sabiam sobre o temperamento do alfa, apesar de nunca terem visto-o perder controle. Seguindo pelos corredores do dormitório em uma corrida adentraram no elevador. Desligando do celular o ômega abraçou o namorado e selou-lhe a testa acariciando suas orelhas o vendo relaxar aos poucos. Alguns truques poderiam ser aprendidos com o tempo de relacionamento, basta ter paciência e amor para compreendê-los.

No inicio de seu relacionamento, os dois eram tímidos e queriam demonstrar o melhor de si para o outro. As primeiras tentativas de se assumirem publicamente resultou em algumas brincadeiras de mal gosto de um grupo de ômegas do dormitório feminino, que vestiram o veterano como se fosse sua boneca de plástico. Sehun ficara devastado ao ver o rosto molhado com lágrimas no garoto, perdera o controle com facilidade naquela noite. Selando promessas e passando a criar modos de se encontrarem para sanar a saudade, poderiam dizer que eram agradecidos pelo ocorrido no passado. Já que agora tinha plena certeza de seus sentimentos, e nada se arrependeriam.

O Garoto ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora