capítulo 24

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Alguns dias se passaram...

-Adelaide, preciso ir à cidade fazer umas compras.
Rafa disse no dia seguinte, pela manhã, arrumando o casaco.

-Mas...não será melhor ir com o patrão?

-Não, ele parece ocupado na biblioteca.
Ela respondeu com um suspiro.
-Melhor não incomodá-lo.

-Então vou pedir a algum criado que...
-Não é necessário. A ruiva interrompeu.
-Por favor, eu sei me cuidar Adelaide.
Christopher me deixa numa redoma de vidro, mas me sufoca. Vou sozinha, até mais tarde.

-Mas senhora...
Rafa acenou com um sorriso e saiu.

Passou cerca de duas horas fazendo compras na cidade. Comprou livros, e até um presentinho para Adelaide, Marta.. E algo para Christopher.

A ruiva enfiou a mão na sacola, enquanto se afastava da multidão na calçada.
Pegou na mão o que tinha comprado para o marido e sorriu.
Ia recolocar na sacola, quando alguém a agarrou brutamente por trás e lhe tapou a boca com um pano.

Rafa se debateu e gritou, mas a força da outra pessoa era infinitamente maior.
Ela tentou olhar para trás e arregalou os olhos, e então viu o rosto de Alan.
-Olá, coisa linda.

Os sentidos de Rafa foram ficando vagos ate ela desmaiar nos braços de Alan.




Algumas horas depois...


Rafa acordou tonta, olhou para os lados e não reconheceu o lugar onde estava.
Se levantou com cuidado para não cair, pois estava perto de um barranco em um alto morro, a ruiva suspirou e se virou para correr mais Alan estava encostado em um carro preto sorrindo maliciosamente para Rafa.

-Olha a Rafinha acordou!
Sua voz era carregada de ironia.

-Idiota...- Rafa murmurou baixinho.

-O QUE? REPETE!- Alan gritou se aproximando da ruiva.

-Na... da, não falei nada.
Rafa tentou se afastar dando alguns passos para trás, mais quase caiu do barranco.

Alan segurou Rafa pelos ombros e a virou de costas, e falou no seu ouvido.
-Agora não me resta alternativa...
Alan fingiu estar chateado.

Ele pegou Rafa por debaixo dos braços, ele ainda de costas, e a colocou pendurado no barranco.

Rafa gritou, tentando se segurar em Alan, enquanto as pernas e os pés arrastavam no barranco à procura de algum apoio.

-ALAN, não!
Ela pediu, aflita.

-Se eu soltar minhas mãos, você já era.
Alan murmurou.
-Um simples gesto meu pode lhe tirar a vida e fazer você parar embaixo deste barranco, Rafaela.

-Não, não!
Rafa tentou se segurar.

-Deixa ela!
Alan na mesma hora olhou para trás, e Rafa também.
Christopher estava logo atrás deles, suado e ofegante como se tivesse corrido quilômetros. Olhava para Alan com profundo ódio, como se quisesse atacá-lo.

-Ora, ora...
Alan disse ironicamente.
-Veja quem chegou para nossa festinha, Rafa!

A ruiva não respondeu, apenas ficou olhando para Christopher. O que ele estava fazendo ali?...

-Pena que chegou muito tarde, Ucker,Seu prazo terminou.
Alan estava empapado de suor também, e se aproveitou daquilo para soltar uma mão do braço de Rafa e limpar a própria testa.
Neste ato, a ruiva gritou e perdeu o equilíbrio, ficando suspenso acima do barranco somente por uma mão de Alan.
Christopher se adiantou para frente na mesma hora, mas quando viu que Rafa continuava pendurada parou de andar.

-Veja, parece aflito, Ucker.
Alan zombou, vendo que Christopher não tirava os olhos de Rafa, enquanto a ruiva tentava à todo custo manter o equilíbrio e se segurar em alguma coisa.
-Nunca em minha vida o vi com tal expressão.
Christopher não respondeu.
-Creio que afinal de contas me enganei...
Alan disse, com surpresa.
-Você se importa com a bela Rafaela, sim. Se importa mais do que eu achei que poderia acontecer.
Deduziu com ironia. Logo, deu uma risada.
-Cristo, Uckermann, você a ama!
Christopher engoliu em seco e baixou os olhos.
-Alan porquê não deixa Rafaela, e nós dois conversamos?
Arriscou.

-E me toma por um idiota?
Alan disse, com ódio.
-Eu deixei bem claro no bilhete que era pra estar aqui as 14:30h mais olhe...
Alan soltou uma mão do braço de Rafa para ver as horas, fazendo a ruiva gritar.
- Já são 14:45h Uckermann... Você poderia salvá-la. Mas parece que teve coisas mais importantes. Agora o tempo acabou.
E eu não volto atrás em meus propósitos.

Rafa olhou para baixo, e só viu pedras pontiagudas no barranco. Deu um gemido nauseada e levantou a cabeça.

-Veja, a principezinha está aterrorizada.
Alan ironizou.
-Ela treme em meus braços, Uckermann, pobrezinha.
Se você não fosse tão sem coração, ela não estaria nesta situação.

Christopher olhou preocupado para a ruiva.
-Rafael, não caia nisso que ele diz! Ele quer lhe envenenar contra mim, não o escute! Não me entregaram o bilhete à tempo, por isso eu me atrasei!
Rafa olhou para trás, indecisa.

-Eu duvido.
Alan contrapôs.
-Eu deixei claro que o bilhete era urgente quando entreguei.

-A culpa não foi minha, Rafaela, precisa acreditar!
Christopher disse apressadamente.
Ela então o olhou nos olhos.. e viu que era verdade.
Viu os olhos daquele homem sofrido, mas que acima de tudo era bondoso, e por fim acreditou nele.

-Eu acredito.
Rafa disse.
Christopher pareceu aliviado, dando um muito leve sorriso. Alan pareceu irritado, e sacudiu Rafa.

-Deus, como o amor cega as pessoas! Mas enfim... Isso não durará.
Ele sorriu e olhou para Christopher.
-Veja que irônico, Ucker.
Você perderá a primeira pessoa que você amou de verdade.
E adivinhe?A história vai se repetir! Você novamente vai se sentir culpado por não ter conseguido impedir a tragédia, assim como ocorreu com sua irmã.

Christopher ficou pálido.
-Como sabe disso?

-Eu sei de muito mais do que você imagina, Uckermann.
Alan sorriu.
-Mas isto não vem ao caso agora. Dê adeus à sua bela espos.

-Alan..
Christopher se adiantou para frente.

-Fique onde está.
Sem saída, Christopher ficou quieto.

-Eu posso lhe dar o que quer, mas não faça isso! Sua vida irá acabar se assassinar uma pessoa! Chris disse.

-Isso já não me importa.
Alan respondeu friamente. Em seguida ergueu Rafa e fez menção de jogá-la no barranco, como se fosse um objeto.

Mas então Christopher se adiantou e derrubou Alan para o lado. Rafa gritou, sentindo Alan soltá-la.
Pensou que fosse cair, mas conseguiu se segurar na beira do barranco.
Christopher olhou para trás para se certificar de que a ruiva estava bem, e então partiu para cima de Alan, que estava caído no chão tentando levantar.
Os dois quase se mataram na briga.
Mas como Christopher era muito mais forte e estava ganhando.

-Christopher!
Rafa gritou, ao ver que sua mão escorregava. Não sentia nada sob os pés, e aquilo era desesperador.
Ela fincou as unhas na grama, para não escorregar mais e cair.
Se sua mão soltasse, ela cairia de forma certeira em cima das pedras do barranco.
Christopher, ao ouvir o grito desesperado da ruiva, jogou Alan para o lado e tentou ir até ela. Mas o outro aproveitou que Christopher estava de costas, e o atacou com um pedaço de pau.
Ele gemeu pela surpresa e caiu de joelhos.

Alan riu e foi para a frente de Christopher.
-Vejam só... Enfim Christopher Uckermann se curva perante mim.
Ele provocou, ao ver que o outro estava com a cabeça abaixada pela dor...

Só Minha      #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora